Suzuki Boulevard M800

Confira também um vídeo exclusivo desta custom 'fora-da-lei', com motor V2 de 805 cm³.

Por Leandro Alvares

Arthur Caldeira



Esqueça as custom com visual clássico, cheio de cromados e rodas raiadas. A Suzuki Boulevard M 800 vem de fábrica com rodas de liga-leve pintadas em preto e linhas futuristas.

 

A M 800 surge como opção para quem quer o conforto de uma custom aliado a um design moderno. A modernidade aparece principalmente na rabeta, com linhas angulosas, e lanterna com LEDs.



O painel de instrumentos também chama atenção: o velocímetro analógico e o hodômetro digital ficam sob a mesa de direção, acima do guidão emoldurado por uma capa cromada; já as luzes de advertência estão posicionadas sobre o tanque junto com a tampa de combustível, ambas com desenho bastante futurista.

O farol dianteiro ovalado e o pára-lama curto fazem desta uma custom mais jovial e com uma aparência “bandida”, fora-da-lei. Para isso contribuem também o motor pintado em preto e as rodas de liga-leve na mesma cor — que permitem o uso de pneus sem câmara de perfil largo e esportivo.
 
 
Os cromados ficam reservados para os detalhes do painel, caixa-de-ar e escapamentos. Reforçando ainda mais seu caráter esportivo, a Boulevard M 800 traz suspensão dianteira telescópica invertida (upside-down).
Injeção de esportividade

Outro detalhe que garante não só um caráter, mas também um comportamento esportivo à M 800 é o sistema de injeção eletrônica do modelo. Similar à utilizada na linha de superesportivas GSX-R, a injeção eletrônica conta com a tecnologia Suzuki Dual Throttle Valve (duas borboletas no corpo injetor, uma controlada pelo piloto e outra pelo módulo eletrônico).

Esse sistema proporciona uma pilotagem sem engasgos na aceleração e motor sempre cheio. Claro que contribui para isso a arquitetura de dois cilindros em “V” posicionados a 45º, que oferece bastante torque desde as rotações mais baixas.

Com refrigeração líquida, oito válvulas e comando simples no cabeçote (SOHC), este V2 produz 6,7 kgf.m a 5.000 rpm. Entretanto, boa parte dessa “força” já pode ser sentida nas baixas rotações. Com isso diminuem as trocas de marchas, principalmente na estrada: pode-se manter a quinta e última marcha e girar o acelerador para que a M800 retome a velocidade e ultrapasse outros veículos mais lentos com facilidade.

A potência não impressiona (55 cv a 6.500 rpm), porém, é suficiente para manter 140 km/h mesmo em subidas íngremes. A velocidade máxima fica próxima dos 190 km/h. Mas altas velocidades cobram o preço na hora de abastecer: o consumo ficou na casa dos 15 km/l. Outra qualidade do powertrain dessa Suzuki é a transmissão final feita por eixo-cardã. Sistema que dispensa lubrificações e revisões periódicas.

Confortável e estável

No quesito conforto, que é o grande trunfo das motos custom, a M 800 merece nota dez com louvor. O banco largo e macio, em conjunto com a boa ergonomia, faz o piloto se sentir confortável mesmo depois de muitas horas sobre a moto.

A ciclística também é responsável pelo conforto do piloto. Além de utilizar garfo invertido na dianteira, uma solução não muito comum nas motos deste segmento, ela traz uma balança traseira com um único conjunto mola-amortecedor regulável fixado por links.

Ao pilotar, isso significa uma melhor absorção das imperfeições do piso, mais estabilidade em alta velocidade e menos oscilações ao contornar curvas. Mais do caráter esportivo que distingue a Boulevard da maioria das outras motos custom, que utilizam o sistema bichoque na traseira.

Completam o conjunto freio com disco simples e pinça de dois pistões, na dianteira, e um enorme tambor de 180 mm de diâmetro na traseira. Ambos respondem bem quando exigidos e param os 247 kg (peso a seco) da Boulevard.

Concorrentes

Comparada às suas concorrentes mais diretas — Honda Shadow 750 (R$ 29.980), Yamaha Drag Star 650 (R$ 25.000) e Harley-Davidson XL 883 (R$ 29.900) —, a Boulevard M 800 tem preço mais salgado, R$ 32.900, porém, supera suas rivais em diversos quesitos.

A Drag Star, pela sua capacidade cúbica menor, fica um pouco deslocada nessa disputa. Já a Shadow 750 fica para trás na tecnologia embarcada, já que a Suzuki traz um moderno sistema de injeção eletrônica, enquanto a custom Honda utiliza carburadores a vácuo. Sem falar no design. Apesar do bordão “gosto não se discute”, a versão clássica da Shadow 750, escolhida pela Honda para ser vendida no Brasil, já está superada.

 
A Harley-Davidson XL 883 Standard — a versão mais barata — tem um design totalmente diferenciado e um porte menor. Seu motor V2, apesar de contar com injeção eletrônica na versão 2007, é refrigerado a ar e oferece desempenho inferior. Traz a grife HD, o que já a classifica como uma forte concorrente da Boulevard, mas é a porta de entrada da marca norte-americana.

Ficha Técnica
Motor: 4 tempos, dois cilindros em “V” a 45º com 8 válvulas, comando simples no cabeçote (SOHC) e refrigeração líquida. 
Capacidade cúbica: 805 cm³ 
Diâmetro e curso: 83,0 x 74,4 mm 
Taxa de compressão: 9,4 : 1 
Potência máxima: 55 cv a 6.500 rpm 
Torque máximo: 6,7 kgf.m a 5.000 rpm 
Câmbio: 5 velocidades
Transmissão final: eixo-cardã
Alimentação: Injeção eletrônica
Partida: Elétrica
Quadro: Tubular em aço tipo berço duplo
Suspensão dianteira: Telescópica invertida (upside-down)
Suspensão traseira: Balança monoamortecida fixada por link regulável 
Freio dianteiro: Disco ventilado com acionamento hidráulico com pinças deslizantes de 2 pistões 
Freio traseiro: Tambor de 180 mm diâmetro, de acionamento mecânico 
Pneu dianteiro: 130/90 - 16 m/c (76h) sem câmara 
Pneu traseiro: 170/80 - 15 m/c (77h) sem câmara 
Comprimento total: 2.370mm 
Largura total: 920mm 
Altura total: 1.125mm 
Distância entre eixos: 1.655mm 
Distância do solo: 140 mm
Altura do assento: 700mm
Peso seco: 247 kg 
Tanque de combustível: 15,0 litros 
Cores: Preta, azul 
Preço: R$ 32.900,00

Fotos: Caio Mattos / Vídeo: MOTO.com.br.

Fonte:
Agência Infomoto

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