Review: Ducati Panigale 1299S
Levamos a esportiva italiana para rodar pelas estradas brasileiras
Por Thiago Dantas
Por Thiago Dantas
Certamente passará na cabeça de alguns leitores que já leram ou até entendem que seja um review de uma moto já ultrapassada, mas essa matéria está aqui para mostrar exatamente o contrário, porque a Ducati Panigale 1299 S segue tão atual e procurada para compra.
Aceitei fazer este review justamente pelo espanto de muitos motociclistas que ao procurar o modelo para compra, simplesmente não encontram e os motociclistas que já possuem são questionados se não querem vender. Acredito que consegui entender exatamente o por que isso vem ocorrendo.
“Borá” gastar uma borracha e queimar um petróleo...
Escolhi a dedo o dia para que conseguisse aproveitar ao máximo o passeio, e claro que de cara, já houve a surpresa, um dia nublado querendo chover.
Sem deixar isso abalar minha empolgação aproveitei a parada para abastecimento e calibragem (como tratava-se de um dia mais frio, utilizei 33 psi em cada pneu) de cara usei um dos recursos que a moto oferece, o mapa de potência no modo Rain e segui o jogo. A 1299 (tanto a S como a ABS) ambas dispõem de 3 mapas de entrega de potência, todos totalmente customizáveis de acordo com a necessidade e vontade de cada piloto. Dentro do mapa você pode ajustar: Entrega de potência, atuação do freio motor, ABS, quick shifter (troca de marcha sem o uso da embreagem), anti weeling (controle de empinadas), ajustes de suspensão, e infos sobre o display do painel.
Após rodar uns 40 kms, o chão já mais seco, resolvi voltar para o mapa inicial, o Race, (é nesse momento que damos valor a uma boa leitura no manual, pois sabemos exatamente o que fazer e como fazer, deixo aqui o link da Ducati. Faça o download clicando aqui). Em questão de segundos já estava com uma moto completamente diferente, mais ágil, firme, com uma resposta mais rápida. A moto permite que você faça a troca de mapas em movimento desde que esteja com o freio solto, acelerador fechado e a menos de 50km/h.
Porém no punho esquerdo a moto possui um botão onde pode ser configurado um atalho para algum dos auxílios que falei acima e neste caso pode ser alterado andando, com acelerador aberto e etc.
A primeira impressão andando na moto é que estamos em uma 600, a moto é muito leve, ágil e estreita, no início achei que não encaixaria na moto (com meus 1,86 de altura e 100kg) mas tive um conforto incrível.
Com o tempo melhorando e a empolgação aumentando, quando estava perto de completar 100km de passeio decidi parar para um café e para apreciar melhor essa obra de arte.
É muito engraçado como a moto atrai olhares de todos os lados, sendo de motociclistas ou até de uma senhorinha que passou e falou que era “linda e perigosa” e ela tem razão essa moto é uma obra de arte, não é atoa que tem gente que coloca na sala de casa, mas que não se deixe enganar pela beleza pois ela é brava.
Esse exemplar em especial estava cheio de “mimos” a moto tem uma lista enorme de equipamentos e melhorias: Paralamas em carbono, escapamento Termignoni Full, pedaleiras Bonamici, bolha esportiva e banco Ducati Corse (mais estreito e alto).
Um breve resumo desse primeiro trecho, a moto foi muito bem. Os pneus ganharam apenas 2 libras ficando com 35 psi em cada, a temperatura média foi de 82 graus (o que é bem baixo mas estavam apenas 20 graus pela manhã) e seu consumo médio foi de 15 km/l.
Após essa pausa, sigo meu passeio, agora no território que “ela” se sente melhor, na rodovia. Saindo do posto utilizo o quick shifter em uma troca rápida de marchas, ele torna a pilotagem muito emocionante, o câmbio é uma coisa a parte de tão macio e preciso, o anti-weeling e o amortecedor de direção logo se mostram muito importantes pois a moto tem uma força e explosão de potencia absurda, se não ficarmos de olho rapidamente ultrapassamos os limites da rodovia. É impressionante a sensação de abrir o acelerador eletrônico dessa moto com vontade, é literalmente um soco, para quem curte, é um prato cheio. Após essa esticada, pude testar melhor os freios da máquina e nisso o conjunto Brembo (todas as 7 partes do freio são da marca) não decepciona nadinha, com apenas 1 dedo você consegue parar a moto sem desestabiliza-la. O painel passa as informações de maneira clara objetiva, o shift light parece uma árvore de natal, pois não fica apagado.
Como a maioria sabe, essa italiana vem equipada com motor de 2 cilindros (em L de 90 graus) e é daí que surge tanta potência, o motor pede uma marcha após a outra muito rápido devido a amplitude de rotação que é mais curta em motores com menos cilindros.
Apenas 20km após partir, chego a um trecho de curvas de alta, a confiança que a moto passa é absurda, percorremos as curvas com facilidade e completamente estáveis, calçada com um par de Pneus Pirelli Super Corsa V3 (“xiclétinho”) eu só conseguia pensar em mais curvas.
Eis que elas apareceram no meu caminho, preocupado com o “brinquedo” mas muito empolgado para “devorar” aquelas curvas e assim foi...
É absolutamente indescritível como uma moto com essa potência é amigável nas curvas, conseguimos contorna-las com facilidade e acima de tudo segurança.
Aproveitando a abertura, gostaria de dividir a importância de se andar de moto bem equipado não precisa ser tudo combinando, ou de uma determinada marca, nós precisamos acima de tudo pensar na nossa segurança, para que possamos sempre curtir esse hobby tão perigoso.
Os equipamentos usados no teste foram emprestados pela Moto Sprint e aproveitei para fazer uma análise do equipamento para que possa ajuda-los também a estarem protegidos. Para conferir o review do macacão Revit Hyperspeed, clique aqui.
Por fim, uma parada para um último abastecimento, deixar a adrenalina baixar um pouco para seguir de volta para casa. Nesse segundo trecho a moto foi um pouco mais exigida o que mudou um pouco os resultados. Os pneus ganharam 4 psi ficando com 37 psi em cada, a temperatura média foi de 94 graus, já eram quase 11 horas e o clima estava mais quente. Como exigi mais da moto em rotações mais altas consumo ficou em 11,2 km/l.
Se me perguntassem se é uma moto que vale a pena ter digo que sim, mas recomendo muito que antes de tomarem a decisão procurem fazer um teste drive em uma de um amigo ou até em eventos especializados para isso, assim evitam se surpresas e questionamentos futuros.
Aqui no MOTO.com.br temos algumas unidades de Ducati Panigale 1299S à venda, clique aqui e confira!
Vai sempre depender de qual tipo de passeio, clima, peso e claro, tipo de pneu.
Muita gente pergunta qual a diferença entre a modelo 1299 S e a 1299ABS. Simples, Rodas Marchesini, faróis full led, Suspensão Eletrônica, atalho para alteração de parâmetros do mapa em uso e para-lama dianteiro em carbono.
Pensando nas motos que temos atualmente nas ruas, a nova geração de 1000cc está muito forte e ao mesmo tempo conta com muitas “assistências” mas sempre que me perguntam eu respondo que não vale a pressa ou a vaidade de falar que tem uma 1000cc e não saber usar, sendo assim pondere se você irá conseguir se controlar. Eu iniciei nas 600 e não me arrependo em nada, se souber usar ninguém pega.
Sim, por não ser uma moto visada para roubo as CIAS de seguro aceitam e inclusive existe mais de uma opção e formas de assegurá-las com preços acessíveis.
Fiz 2 cotações pensando em um perfil de 27 anos e uma de 40 anos a média ficou de R$4.200,00 (moto avaliada hoje em R$76.494,00 ou seja pouco mais de 5% do valor)
Não apenas a Ducati mas a maioria das motos de 1000cc se usadas no trânsito ou com pouco velocidade irão repassar um pouco do calor para o piloto devido ao tamanho do motor. Essas motos iniciam o arrefecimento natural (sem a ventoinha) a partir dos 90 km/h, sendo assim em um passeio mais tranquilo na estrada devidamente equipado dificilmente sentirá o calor. Mas não fugindo da pergunta e respondendo da Ducati, sim esquenta devido as curvas de escapamento passarem próximo a perna do piloto mas que novamente, devidamente equipado pouco sentirá.
Sim, o marcador de combustível, sabemos que as montadoras geralmente não colocam e isso quando não conhecemos a moto é ruim. De resto o painel é fantástico trás todas as informações, permite customizações das informações mostradas e até a cor de fundo para facilitar a visualização.
Hoje a Ducati conta com uma rede de concessionárias em todo o BR (https://www.ducati.com/br/pt/localize-uma-concessionaria) aqui perto de SP capital fica bem fácil de encontrar uma.
Esse é um assunto que assusta todo o motociclista que pensa em trocar de moto, mas por incrível que pareça a manutenção é em linha com das outras motos 1000cc e para todas as pessoas que perguntei que por algum motivo precisaram de garantia foram atendidos.
Alguns exemplos de valores:
- Revisão de 1000 kms: Entre R$1.000 e R$1.400
Troca de óleo e filtro
Verificação dos itens descritos no manual de serviços para esta kilometragem
O acesso as informações é bastante simples, basta segurar o botão superior do punho esquerdo e acessara as configurações gerais da moto. Mas para que essa explicação fique ainda mais simples, eu fiz um vídeo para vocês. Confere aí!
Com relação a recomendação como são 3 mapas, SEMPRE deixe um para chuva, um para estrada e claro um para pista.
As configurações em si, depende muito da sua experiência, uso, pneu que está sendo usado e etc.
Geralmente recomendo que comece de um mapa mais “calmo” se é que isso é possível e venha aperfeiçoando o mesmo conforme o piloto ganhe intimidade com a vermelhinha.
Apesar do nome ser complicado a explicação é bastante simples. Os motores 4cc as válvulas abrem e fecham através de um sistema independente (varetas).
O sistema desmodrônico o comando de válvulas controla a abertura e fechamento ele permite que o motor trabalhe em altas rotações sem apossibilidade de flutuação de válvulas ( o famoso ram dam dam!!!!!!!)
Motor: Bicilíndrico em “L”, arrefecimento líquido, 8 válvulas, sistema desmodrômico de válvulas
Capacidade cúbica: 1.285 cm³
Potência máxima (declarada): 207 cv a 10.500 rpm
Torque máximo (declarado): 14,75 kgf.m a 8.750 rpm
Câmbio: Seis marchas
Transmissão final: corrente
Alimentação: Injeção eletrônica
Partida: Elétrica
Quadro: Monocoque em alumínio
Suspensão dianteira: Garfos invertidos Öhlins NIX30 com 43 mm de diâmetro e 120 mm de curso totalmente ajustáveis eletronicamente
Suspensão traseira: Monobraço com amortecedor Öhlins TTX36 com 130 mm de curso, totalmente ajustável eletronicamente
Freio dianteiro: Disco duplo de 330 mm de diâmetro com pinças monobloco radiais Brembo M50 de quatro pistões (ABS)
Freio traseiro: Disco simples de 245 mm de diâmetro com pinça de dois pistões (ABS)
Pneus: 120/70-ZR17 (diant.)/ 200/55-17 (tras.) Pirelli Diablo Supercorsa SP
Comprimento: 2.070 mm
Largura: 745 mm
Altura: 1.105 mm
Distância entre-eixos: 1.437 mm
Altura do assento: 830 mm
Peso em ordem de marcha: 190,5 kg
Peso a seco: 166,5 kg
Tanque de combustível: 17 litros
Cor: Vermelha
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