Primeiras impressões: Honda CRF 1100 L Africa Twin
Andamos na Nova Honda Africa Twin! A Big Trail chega mais potente, mais leve e com câmbio automatizado DCT
Por Gustavo Narciso
Por Gustavo Narciso
O MOTO.com.br foi convidado pela Honda Motos do Brasil, para conferir em primeira mão, como anda a nova Honda CRF 1100 L Africa Twin. A Big Trail da marca japonesa chega ao modelo 2021 em duas versões: Honda CRF 1100L Africa Twin e Honda CRF 1100L Africa Twin Adventure Sports ES. Elas podem ser adquiridas com câmbio manual com embreagem deslizante de 6 marchas ou o novo câmbio automatizado de dupla embreagem (DCT).
Pude rodar e me divertir com os quatro modelos da Africa Twin 1100 2021. Para ser honesto, deu mais certo do que eu imaginava. Digo isso porque faríamos um trajeto em que teria um trecho off road e, sendo assim, lógico que eu queria estar nesse trecho com as CRF1100 L de entrada. Afinal, podemos dizer que ela se encaixa melhor em uma situação mais esportiva. A versão mais completa, Adventure Sports, também encara o Off Road, mas ainda acho que o fato da versão de entrada possuir tanque e bolha menores, a torna mais versátil e divertida com uma pilotagem mais agressiva.
Logo no primeiro trecho, saindo de Guarulhos em direção a Guararema, fui com a CRF1100L Africa Twin Adventure Sports ES com câmbio DCT. Só na nomenclatura da máquina já podemos tirar uma aula. Essa versão, Adventure Sports, já vem equipada com parabrisa maior e ajustável em 5 níveis, cornering light - duas luzes em LED localizadas embaixo dos faróis que são acesas conforme a inclinação da moto em curvas, ampliando o campo de iluminação em curvas durante a pilotagem noturna. Além disso, possui protetor de motor, manoplas aquecidas, novos pneus sem câmaras e tanque de combustível com maior capacidade (24,8 litros), além é claro da suspensão eletrônica, que dá garante a sigla ES (Electronic Suspension).
Nós já saímos com celulares espelhados na grande tela colorida de TFT, novidade de todas as versões. Durante o caminho fui me familiarizando com o painel e os comandos. Achei muito intuitivo e mesmo sendo meu primeiro contato com o modelo, rapidamente estava saindo do mapa e acessando o painel da moto para mexer nos controles de tração, modo de pilotagens e os diversos recursos eletrônicos oferecidos pela moto.
O câmbio DCT, outra novidade para mim, foi uma surpresa boa! Confesso que o primeiro contato é estranho. Parece que falta algo. E falta! Às vezes a gente procura com o pé a alavanca de câmbio e não a encontra.
Outro detalhe, a versão com câmbio automatizado DCT possui 3 modos de uso e em um deles ainda há a possibilidade de mais três opções. Não queriam eletrônica? Mas calma, eu explico. O primeiro modo é o D, acionado sempre que a moto é ligada. Neste modo, as trocas de marchas são automatizadas e em giros baixos, priorizando a economia. A gente quase não ouve o ronco dela. Outro modo é o S (Sport). E nesse existem 3 opções, que vão definir em qual rotação será trocada. Portanto, a troca ainda permanece automatizada, porém subindo mais seu giro. O último modo de uso para o DCT, quem define as trocas utilizando os comandos na mão esquerda é o piloto. Porém, por uma questão de segurança, quando a moto perde velocidade, caso o condutor não reduza a marcha, o sistema faz isso de maneira automatizada. Gostei muito da novidade. Certamente em viagens longas, este é um excelente recurso. E para aqueles que ainda gostam do modelo antigo, posso garantir que muitos irão se surpreender com esse novo "estilo" de conduzir.
Na sequência fui para a outra Adventure Sports, porém com câmbio deslizante (convencional). Neste, também equipado com suspensão eletrônica, busquei alternar os modos que interferiam na suspensão. Confesso que no asfalto não foi possível notar muito as diferenças. Já a potência do motor, sem dúvida, dá para notar nitidamente a diferença que há para a versão anterior. No moto Tour, onde ela entrega a maior potência de motor, dá para sentir que estamos em uma moto de 1084cm3. A entrega de potência vem desde giros médios, cresce de maneira linear e demora a perder força.
Outro ponto positivo, é que com a nova construção do chassi, mantendo o berço semiduplo e agora com novo subframe em alumínio, foi possível que o banco ganhe duas opções de encaixe, 870mm e 850mm, além de um banco vendido como acessório, que garante 830mm de altura. Neste modelo andei com o banco baixo (830mm) e a experiência foi ótima. Não acho a Africa Twin uma moto difícil de guiar, até mesmo com um banco alto. Porém, esse acessório pode garantir mais conforto e segurança para os proprietários de menor estatura que, eventualmente precisem rodar muito em trechos urbanos, facilitando nas diversas paradas de farol ou manobras em estacionamentos.
Após uma parada rápida na estação Luiz Carlos, região de Guararema, fomos para o trecho de off road. Dei a sorte de começar com aquela que tenho menos conhecimento, modelo de entrada com câmbio automatizado DCT. Optei por deixar o modo de condução para Off, com o controle de tração quase desligado. O desafio foi em realizar as trocas de marcha com os dedos da mão esquerda e em pé. Assim como no asfalto, foram alguns minutos até tornar o movimento, de subir e descer as marchas de maneira rápida e natural. Sobretudo no off road, em que diversas vezes precisamos reduzir rapidamente para pular uma pedra, ou entrar em uma curva. No entanto, a experiência foi divertida e nenhum pouco desafiadora. Certamente o desafio fica por conta da aventura e de forma alguma por conta das trocas, que podem ser configuradas no modo automatizado.
Por fim foi hora de me divertir com a versão de entrada com câmbio de embreagem deslizante de 6 marchas. Para esta, achei o setup da suspensão muito bom, uma vez que a anterior achei um pouco dura. A moto estava copiando muito bem o terreno e mesmo sem outros ajustes, como pressão de pneus e ajustes de manetes, pude explorar bem na terra, acelerando com segurança, freando, arriscando algumas curvas passando por buracos e pedras. Apesar de haver diferença entre os quadros do modelo antigo para este, a ciclística continua a mesma. O formato do quadro, torna o encaixe do piloto muito bom. Você sente que está em uma moto aventureira e confortável na hora de conduzir de pé, algo imprescindível quando se quer diversão de verdade no off road. Neste último modelo testado, desliguei totalmente o controle de tração e também o controle anti wheeling, responsável por não deixar a moto empinar. Sabemos que a proposta da moto não é para quem quer correr um rally, mas sem dúvida, é uma moto pronta para qualquer aventura que cumpre o seu conceito: Go anywhere.
Portanto, para os que desejam mais aventuras off road, meu conselho é para que optem por esse modelo de entrada. Agora, se o caso é cruzar milhares de quilômetros até seu destino, há boas vantagens na Adventure Sports.
Os preços sugeridos (sem frente) pela Honda são os seguintes:
CRF 1100 Africa Twin MT
R$ 70.490,00
CRF 1100 Africa Twin DCT
R$ 76.804,00
CRF 1100 África Twin Adventure Sports MT
R$ 90.49,00
CRF 1100 África Twin Adventure Sports DCT
R$ 96.626,00
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