Nova BMW S 1000 RR: mais potência e eletrônica a serviço da diversão

Superesportiva alemã está mais leve, mais potente, com ciclística melhorada e possibilidades de ajustes quase como em uma moto de competição; confira o teste

Por Gabriel Carvalho

Apresentada no exterior no final do ano passado, a nova geração da BMW S 1000 RR chegou ao Brasil recentemente com a missão de manter o status de líder de vendas entre as superesportivas no país. 

Lançada em 2009, a S 1000 RR havia passado por uma atualização em 2015, quando recebeu mudanças leves no design, a potência chegou a 199 cv, houve redução de peso e ganhos na eletrônica. 

Para a terceira geração, porém, a mudança foi bastante significativa, a começar pela dianteira. Saem de cena os faróis assimétricos e entra uma nova dianteira com faróis simétricos em LED.

 
Foto: Mario Villaescusa

O motor de 999 cm³ ganhou ainda mais potência - agora são 207 cv a 13.500 giros – e comando de válvulas variável, que na tecnologia da BMW Motorrad ganha o nome ShiftCam. A nova geração da S 1000 RR também perdeu ainda mais peso, teve um painel TFT e muita eletrônica introduzidas. 

A BMW Motorrad do Brasil convidou a imprensa especializada para testar a novidade no autódromo da Fazenda Capuava, em Indaiatuba, no interior do estado de São Paulo. E o MOTO.com.br esteve lá para obter as primeiras impressões sobre a nova superesportiva alemã. 


Foto: Divulgação

Curso intensivo 

Antes de entrar na pista, recebemos um curso intensivo para entender de maneira básica as funções disponíveis e como modificá-las e visualizá-las no painel TFT de 6,6 polegadas – que segue a identidade visual do painel da R 1250 GS, lançada recentemente no país. 

A nova S 1000 RR possui quatro modos de pilotagem: Road, Rain, Dynamic e Race. Além disso, o piloto ainda pode habilitar o Race Pro, que acrescenta mais três opções de ajustes detalhados, permitindo ao motociclista configurar a suspensão, anti-wheelie, controle de tração, de freio-motor e de potência. 

Os modos adicionais fazem com que o piloto se sinta em uma verdadeira moto de competição. Além de poder fazer o ajuste fino de detalhes que alteram o comportamento da moto, o motociclista pode pré-configurar os três modos Race Pro e em uma pista, por exemplo, montar a estratégia em uma corrida de acordo com o momento da prova e estado dos pneus.  

Com tantos detalhes de ajuste, não era difícil de se imaginar como os pilotos oficiais da BMW no Mundial de Superbike para 2020, Tom Sykes e Eugene Laverty, partindo para a pista para uma sessão de testes com a S 1000 RR. Era chegada a hora, então, de ver do que a moto era capaz na pista. 


Foto: Mario Villaescusa

Leveza nas curvas, potência nas retas 

Feito o comentário e o intensivo, fomos para a nossa ‘sessão de testes’. Ao subir na nova geração da S 1000 RR, os primeiros detalhes que chamam a atenção são o guidão um pouco mais largo e a moto mais estreita. A sensação inicial era a de estar em uma 600 cc, não em uma 1000 cc. 

A redução de peso - são 197 kg em ordem de marcha, 11 kg a menos do que na geração anterior – combinada às características destacadas no parágrafo anterior confirmam a primeira sensação quando contornamos o trecho sinuoso do circuito. 

As mudanças de direção são fáceis e a moto obedece prontamente assim que o piloto aponta para a direita ou para a esquerda. É fácil se movimentar sobre o assento e as pernas se encaixam bem no tanque.  

A entrega de potência é progressiva e não é necessário ser piloto profissional para acelerar sem sustos nas saídas de curva. Ao apontar para a reta dos boxes e exigir mais do acelerador, a potência vem e aí você se lembra de que está pilotando uma 1000 cc.  

O motor cresce cada vez mais e mesmo na curta reta da Fazenda Capuava é possível superar os 200 km/h sem muito esforço. Na hora de frear, os discos de 320 mm na dianteira e um de 220 mm na traseira, com ABS que pode ser desligado, são mais do que suficientes para reduzir a velocidade da S 1000 RR e contornar a primeira curva.

 
Foto: Mario Villaescusa 

Parada no box e novos ajustes 

Após algumas voltas, hora de ir ao box e modificar alguns ajustes. Acesso um dos modos Race Pro e endureço um pouco as suspensões eletrônicas. Adiciono mais freio-motor e mudo o mapa de potência. 

Ao voltar para a pista, a reação foi imediata: a S 1000 RR entrega mais potência e mais rápido, exigindo mais atenção do motociclista nas saídas de curva em um traçado travado como o da Fazenda Capuava. 

O ajuste mais duro da suspensão também foi percebido imediatamente, com a moto se comportando de maneira mais firme nas demais voltas completadas no circuito e passando mais confiança para o piloto, convidando-o a acelerar mais. 

Seria necessário muito mais tempo para avaliar a nova geração da S 1000 RR em detalhes, já que as possibilidades de ajustes são amplas. Porém a bandeira quadriculada logo foi agitada, indicando o final da nossa ‘sessão de testes’ com a nova geração da superesportiva alemã. 

Apesar do tempo limitado, ficou claro que a nova geração da BMW S 1000 RR evoluiu em todos os aspectos técnicos e é uma moto que, ainda que não seja para um completo novato, é de condução amigável e pode proporcionar diversão seja na pista ou na rua. 

Tanta evolução tem um preço, evidentemente. Para ter uma BMW S 1000 RR 2020, o motociclista tem de desembolsar, no mínimo R$ 91.950. A geração anterior, modelo 2019, partia de R$ 83.950. Vale o valor a mais? Pelo que pudemos sentir no primeiro contato com a moto na Fazenda Capuava, vale. 

Ficha técnica BMW S 1000 RR 2020

Motor

Tipo: tetracilíndrico em linha, a quatro tempos com refrigeração líquida, quatro válvulas por cilindro em titânio, BMW ShiftCam.

Diâmetro x curso: 80 mm x 49,7 mm

Cilindrada: 999 cc

Potência: 207 cv a 13.500rpm    

Torque: 11,52 kgf.m a 11.000rpm    

Taxa de compressão: 13,3:1    

Alimentação: Injeção eletrônica, coletores de admissão variáveis    

Sistema elétrico

Alternador: 450 W

Bateria: 12 V/8 Ah, sem manutenção

Transmissão

Embreagem: Multidisco em banho de óleo, embreagem deslizante, com autorreforço    

Transmissão primária: Seis velocidades com veio de sincronização com engrenagem de dentes direitos

Transmissão secundária: Corrente 525 17/45

Controle de tração: DTC

Dimensões/pesos

Altura do banco: 824 mm    

Arco interior da perna do condutor: 1.827 mm 

Capacidade do tanque de combustível: 16,5 litros

Reserva: aprox. 4 litros   

Comprimento: 2.073 mm

Altura (sem espelhos): 1.151 mm

Largura (com espelhos): 848 mm

Peso sem carga, com meios de funcionamento, depósito cheio: 197 kg 

Peso total admitido: 407 kg

Carga máxima (com equipamento de série): 210 kg

Ciclística/Freios

Quadro: Dupla trave em alumínio fundido, motor autoportante

Suspensão dianteira: Suspensão telescópica invertida com Ø 45 mm, afinação da expansão e compressão, afinação da pré-carga

Suspensão traseira: Braço oscilante de alumínio "WSBK", Full Floater Pro, afinação da expansão e compressão, afinação da pré-carga

Curso dianteiro/traseiro: 120 mm / 117 mm

Distância entre eixos: 1 441 mm

Trail: 93,9 mm

Ângulo da coluna de direção: 66,9°

Rodas

Rodas em alumínio fundido

Roda dianteira: 3,50 x 17''

Roda traseira: 6,00 x 17“

Pneu dianteiro: 120/70 ZR 17

Pneu traseiro: 190/55 ZR 17

Freio dianteiro: Dois discos, pinças fixas de quatro êmbolos, diâmetro de 320 mm

Freio traseiro: Disco simples, diâmetro de 220 mm, pinça flutuante de êmbolo simples    

ABS

Race-ABS BMW Motorrad (parcial-integral), pode ser desligado, seleção de Modos

ABS Pro

Configurações ABS Pro para os Modos RAIN, ROAD, DYNAMIC, sem ABS no Modo RACE


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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