Ducati Diavel 1260 S evolui e motor mais versátil é destaque
Nova geração da power cruiser recebe melhorias na ciclística e na eletrônica, mas tem no motor que entrega torque de forma mais equilibrada a principal novidade
Por Gabriel Carvalho
Por Gabriel Carvalho
A Ducati Diavel ganhou o mundo em 2011 e trouxe um estilo diferente, que unia elementos de motos naked/streetfighter, esportivas e cruisers combinados a um potente motor de 1.198,4 cm³, que chegava a 162 cv de potência máxima a 9.500 giros e entregava torque máximo de exatos 13 kgf.m a 8 mil giros.
O modelo já contava com certa dose de eletrônica, incluindo os três modos de pilotagem, modos de potência, controle de tração e freios ABS. Mas o tempo age de forma implacável e é inevitável que, depois de certo tempo, um projeto envelheça e uma atualização se faça necessária.
É aqui que entra a Diavel 1260 S, a nova geração da power cruiser da fabricante de Borgo Panigale. Apresentada no fim do ano passado na Europa, a nova Diavel chega ao Brasil na versão S, a mais completa. Em se tratando de Ducati, o motociclista pode esperar equipamentos de primeira linha, como o conjunto de suspensão da Öhlins, ajustável.
Convidado pela Ducati do Brasil, o MOTO.com.br pilotou a Diavel 1260 S em uma manhã ensolarada e o leitor pode acompanhar a seguir as primeiras impressões sobre a novidade da fabricante italiana.
Quem olha apenas para a ficha técnica pode pensar que não houve evolução com o aumento de cilindrada, já que a potência máxima do Testastretta de 1.262 cm³ segue nos 162 cv a 9.500 giros e o torque máximo se mantendo praticamente o mesmo, mas chegando um pouco mais cedo: 13,1 kgf.m a 7.500 rotações por minuto.
Ao pilotar a Diavel 1260 S, porém, nota-se a evolução do propulsor com a chegada do DVT (Desmodromic Variable Timing), o comando de válvula variável da Ducati. A adoção do comando faz toda a diferença na entrega de força, que é mais suave e chega mais cedo.
Na apresentação da moto, a Ducati destacou o quanto a Diavel 1260 S ganhou em baixa e médias rotações e que a curva de torque está mais linear. Na prática, o motociclista tem em mãos uma moto mais versátil, que permite tanto rodar de forma suave, trocando marcha cedo e mantendo as rotações baixas, quanto rodar de forma agressiva.
Não há buracos e o motor responde prontamente assim que o acelerador é acionado. Na rodovia, por exemplo, foi possível rodar em sexta marcha praticamente o tempo todo, controlando a velocidade apenas na mão direita. Na cidade, é possível rodar em quarta marcha a 50 km/h de forma tranquila – a 65 km/h a quinta marcha já pode ser utilizada sem solavancos.
Outro ponto bastante positivo é o quickshifter bidirecional EVO adotado na nova geração da power cruiser, que está mais preciso especialmente nas reduções - basta pressionar levemente o pedal para reduzir marchas com suavidade.
Para aumento de marchas, o sistema segue trazendo uma empolgação digna das motos esportivas da fabricante - é necessário boa dose de prudência e responsabilidade para não ultrapassar a velocidade máxima permitida nas ruas e estradas brasileiras.
Não foi somente o design que mudou na Diavel 1260 S. O chassi, composto por quadro de treliça e quadro traseiro fundido, junta-se à nova balança traseira monobraço e à nova suspensão com mais curso na traseira – o conjunto, só para lembrar o leitor, é ajustável.
O resultado é um conjunto equilibrado, firme e mais confortável. Para o conforto também contribuem as pedaleiras centralizadas e o guidão alto. O assento fica a 780 mm do solo, o que permite a um piloto com a estatura média no Brasil (1,70m) colocar os pés no chão sem dificuldade.
Infelizmente o trajeto do test ride não incluiu trechos sinuosos para que a agilidade e a capacidade de contornar curvas da Diavel 1260 S fosse colocada à prova, mas a moto se mostrou estável em alta velocidade e respondeu bem aos comandos de mudança de direção, sempre na mão do piloto. Ficou um gosto de ‘quero mais’ e a sensação de que a moto vai bem nas curvas, mesmo com os 218 quilos de peso seco.
A Diavel 1260 S ganha uma unidade inercial (IMU) de seis eixos. Com isso, a eletrônica foi refinada e o ABS, por exemplo, atua mesmo com a moto inclinada. Controle de tração e antiwheelie possuem oito níveis de ajuste e a moto conta até com controle de largada.
Acessar os comandos, porém, não é tão intuitivo para os marinheiros de primeira viagem em uma Ducati. Efetuar qualquer mudança entre os modos de pilotagem ou os detalhes de cada modo requer atenção e conhecimento dos caminhos para isso, algo que vem com o tempo.
Para facilitar a vida do motociclista, a Diavel 1260 S é compatível com o aplicativo da fabricante, o Ducati Link App. Através dele, o motociclista pode configurar a motocicleta pelo smartphone antes mesmo de subir nela.
Com tempo firme e agenda limitada, não foi possível testar a fundo os modos de pilotagem e as múltiplas possibilidades de ajuste de potência, freio-motor, controle de tração e antiwheelie, entre outros. Pelo que tem no papel, porém, fica claro o quanto a eletrônica evoluiu na a evolução na Diavel 1260 S, especialmente com a introdução da IMU de seis eixos.
A Ducati Diavel 1260 S pode parecer uma moto agressiva – o novo visual contribui muito para tal impressão - mas a fabricante fez um bom trabalho para tornar a moto mais acessível do ponto de vista da pilotagem.
E aqui os méritos vão para a ciclística e, principalmente, para o motor. A Ducati fez modificações que trouxeram melhorias na faixa que mais importa para os usuários comuns, que é a que abrange os regimes de baixa e média rotações.
Evidentemente, os R$ 94.900 não permitem que a Diavel 1260 S seja uma moto acessível em termos econômicos, mas em termos de pilotagem a moto está mais versátil e proporciona uma experiência prazerosa a uma gama maior de motociclistas, mesmo aqueles que não possuem tanta rodagem com motos de maior cilindrada.
Motor: Testastretta DVT
Cilindrada: 1.262 cm³
Potência: 162 cv a 9.500 rpm
Torque: 13,1 kgf.m a 7.500 rpm
Transmissão: 6 velocidades, com quickshifter bidirecional
Distância entre Eixos: 1.600 mm
Suspensão dianteira: garfo invertido Öhlins ajustável, com curso de 120 mm
Suspensão traseira: monobraço com amortecedor Öhlins ajustável, com curso de 130 mm
Freio dianteiro: discos de 320 mm com pinças Brembo M50
Freio traseiro: disco de 265 mm com pinça Brembo
Pneu Dianteiro: 120/70 ZR 17
Pneu Traseiro: 240/45 ZR 17
Capacidade do tanque: 17 litros
Peso seco: 218 kg
Peso em ordem de marcha: 244 kg
Preço sugerido: R$ 94.900
Receba notícias de moto.com.br
Envie está denúncia somente em caso de irregularidades no comentário