Kawasaki Z400 é evolução na entrada da família naked da fabricante
Modelo compartilha não somente plataforma com a Ninja 400, mas também os pontos positivos; confira as primeiras impressões sobre a motocicleta
Por Gabriel Carvalho
Por Gabriel Carvalho
Anunciada no Brasil no final de julho, a Kawasaki Z400 chegou às concessionárias da marca na segunda quinzena de agosto. Uma das novidades aguardadas para este ano, a naked é a aposta da Kawasaki para brigar pelas vendas no segmento com a Yamaha MT-03.
Durante o Festival Duas Rodas, realizado entre 29 de agosto e 1º de setembro no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, a fabricante realizou a apresentação oficial da naked que passa a ser a porta de entrada da família Z, substituindo a Z300 – ainda há unidades zero quilômetro da Z300 nas concessionárias, mas a moto já não é mais produzida.
Tomando como base a plataforma da Ninja 400, que chegou ao Brasil no ano passado, a Z400 traz melhorias em desempenho e segurança, além de estar mais leve (167 contra 170 quilos da Z300). No primeiro dia de Festival o MOTO.com.br teve a oportunidade de acelerar a Z400 em Interlagos e traz as primeiras impressões sobre a nova naked.
No ambiente mais apropriado para ver do que a Z400 é capaz, saímos dos boxes de Interlagos para percorrer algumas voltas no traçado de 4.309 metros – levemente modificado para a realização do festival com a colocação de cones para criar chicanes nos pontos de maior velocidade e a utilização da já existente chicane na curva do Café, um dos trechos mais perigosos do traçado.
Pneus aquecidos e ambientação com a pista feita, chegou a hora de acelerar. Tendo as voltas com a Ninja 400 no circuito do Haras Tuiuti no lançamento da esportiva como base, esperava-se uma moto bastante ágil e com um motor que apresenta desempenho suficiente para velocidades significativamente superiores aos 120 km/h permitidos como velocidade máxima nas rodovias brasileiras.
As expectativas se confirmam após as primeiras voltas no tradicional traçado paulistano. Os bons 48 cv de potência a 10 mil giros e 3,9 kgf.m a 8 mil giros do bicilíndrico de 399 cm³ são suficientes para permitir uma condução divertida em Interlagos, que tem a maior prova de fogo para o conjunto na subida da reta dos boxes. Mesmo utilizando a chicane na Curva do Café, o velocímetro marca mais de 170 km/h antes da freada para o ‘S’ do Senna com boa margem de segurança.
No trecho mais travado, que começa na forte freada depois do Laranjinha e vai até o modificado Bico de Pato – a organização do Festival não utilizou o traçado original no trecho, também pensando na segurança. As mudanças de direção são feitas sem muito esforço e a Z400 passa confiança nas curvas, permitindo ao piloto carregar boa velocidade no contorno delas.
Nas freadas, o disco dianteiro semi-flutuante de 310 mm dá conta do recado e permite reduzir a velocidade da Z400 com segurança. O conjunto de suspensão, formado por garfo convencional na dianteira e a balança monoamortecida com ajuste de pré-carga de mola, tem um acerto intermediário entre esportividade e conforto, o que deve agradar ao público-alvo da motocicleta.
As trocas de marcha, assim como na Ninja 400, são suaves. Ponto para a embreagem assistida e deslizante, que torna o acionamento do manete mais leve – quando se pensa no uso urbano e diário da moto, o menor esforço nas constantes trocas de marcha pode ser uma vantagem a longo prazo.
Como o teste foi realizado na pista e completamos poucas voltas, o consumo de combustível não foi aferido. Se a Z400 seguir o ritmo da Ninja 400, a média deve ficar na faixa de 22 km/l na cidade e 26 km/l em rodovia – lembrando sempre que muitos fatores influenciam na média, como o modo como o piloto conduz a moto e o peso do motociclista.
O preço sugerido da Kawasaki Z400 é de R$ 22.990, um pouco acima da principal rival, a Yamaha MT-03, que tem preço sugerido de R$ 22.290. A moto da Yamaha, porém, é menos potente e tem menos torque (42 cv a 10.750 giros e 3,01 kgf.m a 9 mil giros).
A Kawasaki Z400 tem a missão de elevar as vendas da fabricante no segmento – a meta da marca é que o modelo seja um dos mais comercializados entre as motos naked. Só o tempo dirá se a moto será capaz de incomodar a MT-03, que hoje abocanha mais de 32% das vendas, segundo os números da Fenabrave, mas o potencial existe.
DIMENSÕES |
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Comprimento total |
1.990 mm |
Largura total |
800 mm |
Altura total |
1.055 mm |
Distância entreeixos |
1.370 mm |
Altura do solo |
145 mm |
Altura do assento |
785 mm |
Peso (ordem de marcha) |
167 kg |
Capacidade do tanque |
14 litros |
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PERFORMANCE |
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Potência máxima |
48 cv / 10.000 rpm |
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Torque máximo |
{3.9 kgf.m} / 8.000 rpm |
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MOTOR |
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Tipo |
Bicilíndrico, DOHC, 4 válvulas |
Diâmetro x curso |
70,0 x 51,8 mm |
Deslocamento |
399 cm3 |
Taxa de compressão |
11,5:1 |
Alimentação |
Injeção eletrônica (32 mm x 2) |
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TRANSMISSÃO |
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Transmissão final |
Corrente |
Número de marchas |
6 velocidades |
Relação de marcha: 1ª |
2,929 (41/14) |
2ª |
2,056 (37/18) |
3ª |
1,619 (34/21) |
4ª |
1,333 (32/24) |
5ª |
1,154 (30/26) |
6ª |
1.037 (28/27) |
Relação de redução primária |
2.219 (71/32) |
Relação de redução final |
2.929 (41/14) |
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CHASSI |
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Tipo |
Treliça, aço de alta resistência |
Suspensão: Dianteira |
Garfo telescópico de 41 mm |
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Traseira |
Amortecedor a gás com ajuste de pré-carga da mola e atuação por link |
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120 mm |
Curso: Dianteira |
130 mm |
Traseira |
24,5° |
Cáster |
92 mm |
Trail |
35°/35° |
Ângulo de esterçamento (esq./dir.) |
110/70R17 M/C 54H |
Pneus: Dianteiro |
150/60R17 M/C 66H |
Traseiro |
Disco semi-flutuante de 310 mm |
Freios: Dianteiro |
Pinça de dois pistões |
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Traseiro |
Disco de 220 mm |
Pinça de dois pistões |
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