Kasinski CRZ 150 SM: Ágil e econômica

Lançada no Salão Duas Rodas 2009, ela chega só agora às concessionárias por R$ 7.290.

Por André Jordão

Lucas Rizzollo

No primeiro passeio com a moto, um motoboy antenado no mundo das duas rodas pára ao meu lado e pergunta: “É uma Husqvarna?”. Respondo: “Não exatamente. É a nova Kasinski CRZ 150 SM”. Realmente o padrão de cores - branco e vermelho - lembra os modelos da marca sueca, referência em supermotards (motos com ciclística trail e pneus de rua). Mas não foi apenas a pintura e a aparência que geraram a dúvida, já que a CRZ 150 SM têm acabamento muito bom e equipamentos acima da média se comparado à concorrência. 

Atualmente o segmento supermotard vem ganhando espaço no Brasil. O principal motivo é que em uma mesma moto é possível ter as suspensões de longo curso de uma trail, com a agilidade e a segurança dos pneus street. Para quem busca sua primeira motard, o mercado brasileiro tem três opções de modelos de baixa cilindrada: Sundown Motard 125 (R$ 7.240), Yamaha XTZ 125 XE (R$ 8.025) e agora a CRZ 150 SM (R$ 7.290). Todas alimentadas por carburador, com partida elétrica e freio a disco dianteiro. Mas as semelhanças acabam por aqui.

Equipamentos acima da média

Para se destacar na categoria, a CRZ traz diversos itens que a diferenciam de suas rivais: a suspensão dianteira é invertida (upside-down), o que permite abusar nas curvas mais fechadas. Alias, este tipo de suspensão também está presente no modelo Sundown. O motor é o único da categoria com 150 cm³ de capacidade e gera 13,5 cv a 8.000 rpm. O propulsor conta ainda com um sistema de arrefecimento líquido, o que garante um funcionamento mais linear e maior durabilidade. O modelo também é o único com freio a disco traseiro e tanque de combustível em plástico.

Outros itens de série são guidão tipo fatbar em alumínio, protetor de motor, guia de corrente, pedais e pedaleiras também em alumínio. Os manetes (com regulagem para o de freio) são ideais para quem gosta de usar apenas dois dedos no acionamento, já que são mais curtos. Na rabeta fica fixado um útil bagageiro e a lanterna conta com iluminação por LEDs.

Porém alguns itens poderiam ser revistos. Na unidade testada o câmbio apresentava dificuldades para engatar o neutro. Já o painel poderia ser mais completo, pois conta apenas com velocímetro, hodômetro total, marcador de combustível, e luzes espia.  Além disso, o ponteiro do marcador de combustível era impreciso. Provavelmente uma pequena falha no sensor ou na bóia que mede a quantidade de combustível no tanque.  

Gastando as pedaleiras

Como a maioria das motards, a CRZ 150 SM adora curvas. A ciclística, com o tanque alojado entre o quadro de dupla trave e baixa altura do solo, permite o modelo raspar as pedaleiras de alumínio no chão. E para isso não é preciso muito esforço. Fino e estreito, o banco parece ter saído de uma moto de competição, pois é possível sentar bem à frente apenas com o bocal do tanque como limitador. Porém, o assento acaba cansando. A área destinada ao garupa conta com uma camada de espuma ainda mais fina.

Em contrapartida, o guidão alto permite uma postura mais relaxada e os espelhos retrovisores grandes e altos garantem visibilidade de sobra e merecem elogios. Nas frenagens mais severas, em entradas de curva, por exemplo, o freio dianteiro funcionou muito bem. Já o freio a disco traseiro só não foi melhor por causa do pneu adotado pela montadora, com composto muito duro e de origem chinesa (Ching Shen).

No dia a dia e pilotando com mais racionalidade a moto se mostrou agradável e adequada ao deslocamento urbano. O contraste da cor preta (quadro, aros e motor) com o restante da moto, pintado em cores vivas (vermelho ou azul) fez o modelo se destacar com facilidade no trânsito. Transitando em rodovias, mesmo não sendo indicada para este tipo de uso, a pequena motard da Kasinski apresentou um desempenho acima da média, chegando a 110 km/h em retas e 120 km/h em descidas. Na hora de abastecer, a CRZ 150 SM também não fez feio: rodou 32,2 km por litro, porém o tanque tem apenas 6,5 litros de capacidade.

Motard para baixinhos

Diferente da maioria das supermotos, a CRZ 150 SM tem um banco mais baixo, causando certo estranhamento a primeira vista. Bom para quem tem estatura mais baixa e pode pilotá-la sem medo de ficar apenas com as pontas dos pés encostando no chão. Se você é mais alto e gosta de estradas de terra a Kasinski também lançou um modelo trail CRZ 150, porém sem a suspensão invertida e o todo o visual agressivo da SM.

A CRZ 150 SM é uma opção interessante para quem usa a moto em curtos trajetos, gosta de curvas e quer se destacar na cidade.  Com pequenas alterações o modelo também se tornaria ideal para “brincar” de supermoto em kartódromos.

Ficha Técnica:
Motor:  4 tempos, monocilíndrico, duas válvulas com arrefecimento a água
Capacidade cúbica: 149,4 cm³
Potência máxima: 13,5 cv a 8.000 rpm
Torque máximo: 1,45 kgf.m a 7.500 rpm
Alimentação: Carburador PZ 27
Capacidade do tanque: 6,5 litros
Câmbio: Cinco marchas
Transmissão final: Corrente
Suspensão dianteira: Telescópica Invertida (up sidedown)
Suspensão traseira: Balança com amortecedor monochoque
Freio dianteiro: Disco wave com acionamento hidráulico
Freio traseiro: Disco wave com acionamento hidráulico
Chassi: Dupla trave de aço
Dimensões (C x L x A): 2.110 mm x 815 mm x 1.140 mm
Altura do assento: N.D
Altura mínima do solo: 210 mm 
Entre-eixos: 1.425 mm
Peso seco: 127 kg (a seco)
Cores:  Vermelha e Azul
Preço público sugerido: R$ 7.290

* Infomoto usou capacete LS2 FF350 Piston Head, jaqueta Dainese Air 2 Tessuto e luvas Dainese Desert Poon
FOTOS: Gustavo Epifanio


Fonte:
Agência Infomoto

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