CBR 600RR: Rápida, divertida e segura

Com motor de 120 cv e ABS, modelo 2010 da superesportiva impressiona pela versatilidade.

Por André Jordão

Lucas Rizzollo

Em 2009 a Honda apresentou a CBR 1000RR Fireblade equipada com sistema de freios (C-ABS) controlados eletronicamente e uma dúvida surgiu. Será que o sistema funcionaria com êxito em uma moto mais “racing”? O tempo trouxe uma resposta positiva e outro questionamento: por que não equipar a CBR 600RR com o C-ABS? Com o lançamento da linha 2010 veio a boa surpresa, chegou a vez da CBR 600RR oferecer o sistema de freios de alto desempenho no Brasil. Bom para os fãs da categoria 600 cc. A leveza e facilidade de pilotagem agora estão alinhadas com um dos mais avançados sistemas de frenagem.

Assim como aconteceu com a Fireblade, o sistema de freios C-ABS só está disponível no País na cor mais tímida do modelo 2010: toda preta. As outras opções de cores - vermelha e branca perolizada - não têm o opcional. Com o moderno sistema de freios, a CBR 600RR fica R$ 3.000 mais cara – R$ 50 mil –, 10 kg mais pesada, porém 100% mais segura.

Amor à primeira freada

Um dos momentos mais marcantes de quem compra uma motocicleta é a primeira volta. Na hora de testar a CBR 600 RR 2010 não foi diferente e durante a primeira volta levei uma bela fechada de um caminhão. Aperto os freios com vontade e a moto para antes mesmo do esperado. Acelero novamente e freio usando apenas o pedal e nada da roda traseira travar. Passei o dia todo tentando encontrar uma falha, freando em asfalto molhado, ruas com areia e até em manchas de óleo e não consegui encontrar nenhuma falha de funcionamento no sistema eletrônico que controla os freios combinados e com ABS (antibloqueio). Em todas as situações, as frenagens foram seguras e eficientes.

Além de impedir que as rodas travem, o sistema distribui a força da frenagem entre as rodas. Caso você pise no pedal de freio traseiro com muita intensidade, o módulo eletrônico central (ECM) distribui essa força também para a dianteira.

As primeiras motocicletas equipadas com esse sistema tinham um funcionamento impreciso. Os comandos dos freios apresentavam uma trepidação e em certos momentos parecia que o sistema ficava indeciso. Porém a tecnologia e a eletrônica sanaram todos os problemas. Não existe qualquer trepidação ou atraso no sistema desta Honda 600cc. Sabendo que poderá usar com facilidade todo o potencial de frenagem da moto, a sensação de segurança é ainda maior.

Cada vez mais equipada

As motos esportivas estão cada vez mais leves e potentes. Até aí nenhuma novidade, porém o número de equipamentos de segurança também está crescendo. Depois do sistema C-ABS outro item muito útil, e que já estava presente em versões anteriores, é o amortecedor de direção HEDS (Honda Electronic Steering Damper). O sistema elétrico atua controlando a firmeza do guidão conforme a velocidade da moto. Seja para acelerar a mais de 250 km/h em um autódromo ou ao passar em um buraco a 120 km/h ele pode literalmente salvar a sua pele.

Outro sistema útil e com o nome longo é o Honda Ignition Security System (HISS). Ele consiste em um chip codificado na chave que impede o acionamento do motor. Se algum amigo do alheio tentar ligar a moto sem usar a chave original o sistema bloqueia a ignição.

Pela estrada

Se na cidade a CBR 600 mais parece uma Ferrari em um kartódromo, na estrada é possível curtir melhor o seu potencial. Durante uma rápida viagem até Socorro (SP) foi possível conhecer outras qualidades da moto. Rodando a 120 km/h o poderoso motor está apenas a 6.500 rpm, e olha que a faixa vermelha começa só aos 15.000 rpm. A proteção aerodinâmica é muito eficiente e nesse ritmo de viagem o consumo superou os 18 km/l com facilidade. E o tanque com capacidade para 18 litros de combustível, permite um número menor de abastecimentos.

O painel conta, além dos recursos tradicionais para a categoria, com marcador de combustível digital e relógio e dá até para fazer inveja para seu amigo com esportiva de 1000 cc. Os faróis iluminam muito bem, mas causa certo estranhamento apenas um dos lados ficar acesso no farol normal. A outra lâmpada funciona apenas no farol alto.

Nas curvas da estrada foi possível conhecer o potencial da moto, uma combinação incrível de 120 cv a 13.500 rpm com 6,73 kgf.m a 11.250 rpm e 179 Kg. Em pouco tempo eu já estava de volta em casa, com saudade da moto e das curvas de Socorro (SP).


Ficha Técnica:
Motor:
  DOHC, 4 cilindros, 4 tempos, arrefecido a líquido
Capacidade cúbica: 599 cm³
Potência máxima: 120 cv a 13.500 rpm
Torque máximo: 6,73 kgf.m a 11.250 rpm
Alimentação: Injeção eletrônica PGM-FI
Capacidade do tanque: 18 litros
Câmbio: Seis marchas
Transmissão final: Corrente
Suspensão dianteira: Telescópica invertida (upside down) com 120 mm de curso e totalmente regulável
Suspensão traseira: Balança com monoamortecedor do tipo pró-link com 129 mm de curso e totalmente regulável
Freio dianteiro: Disco duplo flutuante de 310 mm com C-ABS
Freio traseiro: Disco simples com 220 mm e C-ABS
Chassi: Tipo Diamond em alumínio
Dimensões (C x L x A): 2.010 x 685 x 1.105 mm
Altura do assento: 820 mm
Altura mínima do solo: 135 mm 
Entre-eixos: 1.375 mm
Peso seco: 169 kg (Standard)/ 179 kg (C-ABS)
Cores:  Branca perolizada, vermelha e preta (C-ABS)
Preço público sugerido: R$ 47.000,00 (Standard) e R$ 50.000,00 (C-ABS)

FOTOS: Gustavo Epifanio


Fonte:
Agência Infomoto

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