Harley-Davidson Fat Bob se sai bem na estrada e cidade

Novo modelo tem visual exclusivo com duplo farol cromado, largos pneus e um guidão no melhor estilo drag

Por Aladim Lopes Gonçalves

André Jordão

Depois de se firmar no Brasil sem subsidiário e apresentar oito lançamentos no Salão Duas Rodas 2011, a Harley-Davidson começa a distribuir suas novidades nas revendas da marca no País. “A Harley-Davidson está em expansão no Brasil. O ano passado foi de muito trabalho para montarmos uma estrutura comercial que atenda bem ao nosso público. A decisão de expandirmos a linha de produtos foi um passo fundamental para tornarmos esta nova estrutura ainda mais competitiva e continuarmos oferecendo uma experiência premium completa aos nossos clientes”, afirma Longino Morawski, diretor-superintendente da Harley-Davidson do Brasil.

Seguindo essa estratégia, a HD entrou em 2012 com novas motocicletas em todas as famílias da marca – Sportster, Dyna, Softail, Touring e VRSC. Um dos destaques entre as novidades está a Harley-Davidson Fat Bob, da família Dyna, comercializada por R$ 40.700. Pertencente a linha dark custom, a Fat Bob se destaca pelo farol duplo cromado e os largos pneus com rodas usinadas. Mas não é só isso. Essa motocicleta ainda conta com ABS integral para auxiliar o piloto nas frenagens e um exclusivo escapamento Tommy Gun, que potencializa o som clássico do motor V2 da marca norte-americana, e reforça sua tradição centenária.

Estilo único
O grande diferencial da Fat Bob é o duplo farol cromado, que a destaca dos demais modelos da marca e ajuda o consumidor a identificá-la em meio a toda linha de motos da Harley-Davidson. Seguindo na estética, seu guidão estilo drag também contribui para um visual único. Inspirado nas motocicletas de arrancada, muito populares nos EUA, o guidão não é fixado diretamente na mesa e sim no canote. Como o guidão é reto e elevado, devido ao comprimento do canote, o piloto assume uma postura ereta, característica ideal para não cansar o corpo.

Outra característica da Fat Bob e que influi na pilotagem é seu pneu largo e de perfil alto. Com medidas de 130/90 na dianteira e 180/70 na traseira, os pneus ajudam o piloto a contornar as curvas com muito estilo, mas dificultam as mudanças rápidas de direção. Assim como as rodas de 16 polegadas usinadas, que ajudam a elevar o peso do modelo – 320 kg em ordem de marcha –, porém garantem seu estilo inconfundível.

A Fat Bob 2012 ainda conta com amortecedores traseiros cromados e ajustáveis, escapamento Tommy Gun (2-1-2) e pintura premium, que no modelo testado era preta fosca. Chega a impressionar o volume de perguntas sobre essa moto e o fascínio com que as pessoas olham para a Harley-Davidson Fat Bob.

Dinâmica
Quando se fala em motos da Harley-Davidson logo vem a cabeça estradas e viagens. Mas nem todos as H-D seguem essa premissa. Se existem motocicletas que andam no asfalto e na terra, chamadas de dual propose, a Fat Bob dialoga também com dois mundos: a cidade e a estrada.

Os pneus largos e de perfil alto dificultam transitar em meio aos carros, mas acredite, a Fat Bob encarou diversos corredores na cidade de São Paulo, muitas vezes acompanhando modelos muito menores que ela. O guidão estilo drag é o grande responsável por isso. Outro detalhe é o torque. Com 12 kgf.m a 3.500 rpm, o piloto não precisa mudar de marcha o tempo todo, transitando na cidade em primeira e segunda marcha em 80% do tempo. O torque também é característica favorável em viagens, já que a sexta e última marcha do propulsor quase nunca é requisitada — embora ajude na economia de combustível. A Fat Bob registrou consumo de 19.8 km/l na estrada e 17.5 km/l no anda e para do trânsito urbano.

Já o motor esquenta muito, fato que incomoda no trânsito urbano, mas passa despercebido em vias de maior velocidade. Bem como os comandos avançados. O piloto sentirá necessidade de tirar o pé da pedaleira para efetuar as trocas de marcha. Isso leva o condutor a fadiga em um dia todo no trânsito urbano, diferente das estradas, onde ocorrem menos trocas de marchas. Por outro lado, consegue-se frear sem tirar o pé da pedaleira.

Comportamento
Desvendada as características da Fat Bob, vamos ao seu comportamento. O motor utilizado é um Twin Cam 96 de 1585 cm³ e refrigeração a ar. Como já vimos, ele apresenta um comportamento bem dinâmico, agradando na estrada e na cidade. A vibração clássica dos propulsores da marca centenária também pode ser sentida na Fat Bob. Depois de mais de 300 quilômetros rodados, o piloto passa a sentir um leve desconforto nas mãos, mas nada que atrapalhe. A potência não é divulgada pela marca, mas posso garantir que o desempenho não faz tanta diferença, já que o piloto não conseguirá viajar acima dos 120 km/h. A aerodinâmica não permite, pois o vento é sentido diretamente no peito.

Avaliando o conjunto de suspensões, nota-se a aptidão do modelo em transitar em vias pavimentadas. Mesmo sem o curso das suspensões declarado, é possível dizer que o garfo telescópico e o bi-choque traseiro não têm o mesmo dinamismo do motor e foram configurados para rodar num asfalto bom. Testado em condições adversas, o conjunto encarou os problemas, mas o tranco na coluna incomodou em algumas situações.

Já os freios, duplo disco na dianteira e simples na traseira, funcionam bem em todas as situações. Claro que o comando avançado e a pedaleira robusta do freio traseiro exige uma perícia por parte do piloto, mas, mesmo assim, o auxilio do ABS integral e os eficientes discos garantem a segurança do piloto a bordo da Fat Bob.

Ainda em comportamento, cabe uma crítica a essa representante da família Dyna. Se for necessário levar garupa, o proprietário terá um problema. O banco da garupa é ingrato e uma viagem que seria para estreitar os laços, pode terminar em briga.

Desfecho
Todo consumidor precisa saber o que procura em uma motocicleta antes de fazer sua escolha. A Harley-Davidson Fat Bob atende bem ao motociclista urbano, que viaja de vez em quando e, dentro desta proposta, pode ser uma boa opção. Estilo único e motor dinâmico. São essas as principais características que fazem da Fat Bob uma motocicleta clássica e atual.

Ficha Técnica
Motor Twin Cam 96, com dois cilindros em “V” e refrigeração a ar
Capacidade 1585 cm³
Câmbio Seis velocidades
Potência máxima ND
Torque máximo 12 kgf.m a 3.500 rpm
Suspensão dianteira Garfo telescópico
Suspensão traseira Bi-choque
Freio dianteiro Disco duplo
Freio traseiro Disco Simples
Pneu dianteiro 130/90B16
Pneu traseiro 180/70B16
Comprimento total 2.330 mm
Entre-eixos 1.620 mm
Altura do assento (descarregada) 690 mm
Altura mínima do solo 125 mm
Peso (em ordem de marcha) 320 kg
Tanque de combustível 18,9 l
Cores Vivid Black/Big Blue Pearl/HD Orange/Black Denim
Preço R$ 40.700

Fotos: Doni Castilho


Fonte:
Agência Infomoto

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