Diversão em dois cilindros

Nova BMW F 650GS provou ser bastante divertida de se pilotar nas ruas de São Paulo.

Por Leandro Alvares

Arthur Caldeira

Após pilotar a BMW F 650 GS pelas ruas de São Paulo fica difícil entender por que a marca alemã lista essa motocicleta entre seus modelos enduro. Já que no uso urbano, essa nova versão mostrou-se bastante adaptada e divertida de se pilotar. Muito mais uma funbike do que uma big-trail como era a versão anterior.

O nome F 650 GS é outra incógnita, uma vez que o modelo 2008 lançado em julho ganhou motor de dois cilindros paralelos e exatos 798 cm³. A justificativa da marca para manter a nomenclatura foi a força do nome. Apesar disso, nada ofusca as qualidades dessa alemã.

Motor mais potente

Quem conhecia o modelo anterior surpreende-se logo de cara com o desempenho do novo motor. Além da nova arquitetura com dois cilindros, antes era apenas um com 652 cm³, o propulsor da nova F 650 GS está bem mais potente: 71 cv (a 7.000 rpm) contra os 50 cv (a 6.500 rpm) da anterior. Sem falar que o novo bicilíndrico é bem mais silencioso que seu antecessor monocilíndrico.  

O novo motor, apesar de derivado da esportiva F 800S, parece ter sido feito para essa funbike. Oferece um ótimo equilíbrio entre torque em baixas rotações e potência em altos giros para se acelerar em avenidas de trânsito rápido. Aliás, o torque máximo do novo motor também é bem maior: agora são 7,65 kgf.m já nas 4.500 rpm, contra os 6,12 kgf.m que chegavam nos 4.800 rpm.

Como resultado, a nova F 650 GS ficou bem mais “esperta”, como se diz no jargão dos motociclistas. Responde prontamente a qualquer giro no acelerador. Seja na estrada quando mantém com facilidade boa velocidade de cruzeiro ou no trânsito quando não exige muitas trocas de marchas no câmbio de seis velocidades em função do torque elevado. Resumindo: diversão garantida tanto no uso urbano ou em curtas viagens, já que o novo motor pode levar essa BMW a 200 km/h.

Ciclística mais on-road

A nova F 650 GS ganhou também um conjunto ciclístico mais on-road; um quadro tubular e rodas em liga-leve — aro 19 na dianteira e 17 na traseira — em vez das rodas raiadas da antiga versão. Apesar disso, o curso de suas suspensões foi aumentado. Na frente, o garfo telescópico agora tem 180 mm e, atrás, a balança traseira em alumínio tem um único conjunto mola-amortecedor com 170 mm de curso. Cursos bastante longos, fazendo da F 650 GS a moto ideal para enfrentar as valetas, buracos e lombadas de uma cidade como São Paulo. Porém as rodas de liga-leve limitam seu uso no off-road.

A posição de pilotagem continua bastante semelhante à versão anterior, bem ereta e com os braços abertos. Já o assento foi melhorado, e bastante. Está mais largo e confortável tanto para o piloto como para a garupa.

No sistema de freios, a F 650 GS traz a qualidade e a segurança características das motos BMW. Um disco de 300 mm de diâmetro na dianteira com pinça Brembo de dois pistões e um disco de 265 mm com pinça de um pistão na traseira. A versão testada contava ainda com sistema ABS bastante eficaz.

Ela ficou um pouco mais longa que a versão anterior, mas um pouco mais estreita. No total, com a nova ciclística e motor, a nova 650 engordou apenas 7 kg — agora ela pesa 199 kg em ordem de marcha.

Uma funbike

Em termos gerais, podemos dizer que a nova BMW F 650 GS ficou melhor que a versão anterior. Mas vale ressaltar também que ela mudou um pouco seu posicionamento. Está muito mais uma funbike, uma moto divertida de se pilotar no uso diário do que uma moto de uso misto. Perdendo o posto de big-trail de média cilindrada da BMW para a F 800 GS, que usa o mesmo motor, mas tem uma proposta bem mais aventureira e off-road.

Com preço sugerido de R$ 43.900 em sua versão básica, sem ABS e outros acessórios, a nova F 650 GS enfrenta poucas concorrentes com a mesma proposta e faixa de cilindrada.

À venda no Brasil, apenas a Yamaha TDM 900, também com dois cilindros, e chamada de funbike poderia ser comparada à BMW. Porém, com preço de R$ 40.928, a TDM é um projeto bastante antigo.

Em todo o mundo, as motos BWW são mais caras que as concorrentes e, no Brasil, não é diferente. Assim como não é diferente a superioridade da BMW em diversos quesitos quando comparadas com as principais rivais.

 Ficha técnica

Motor: Dois cilindros paralelos, 4 válvulas por cilindro, DOHC e refrigeração líquida
Capacidade cúbica: 798 cm³
Potência máxima: 71 cv a 7.000 rpm
Torque máximo: 7,65 kgf.m a 5.750 rpm
Câmbio: Seis marchas
Transmissão final: corrente
Alimentação: Injeção eletrônica
Partida: Elétrica
Quadro: Multitubular em aço
Suspensão dianteira: Garfo telescópico com 180 mm de curso
Suspensão traseira: Balança traseira monoamortecida com 170 mm de curso
Freio dianteiro: Disco simples de 300 mm de diâmetro
Freio traseiro: Disco simples de 265 mm de diâmetro
Pneus: 110/80-19 (diant.)/ 140/80-17 (tras.)
Comprimento: 2.280 mm
Largura: 890 mm
Altura: não disponível
Distância entre-eixos: não disponível
Distância do solo: não disponível
Altura do assento: 820/790 mm
Peso em ordem de marcha: 199 kg
Peso a seco: 171 kg
Tanque de combustível: 16 litros
Cores: Azul, prata e vermelho
Preço sugerido: R$ 43.900,00 (Standard)

Fotos: Caio Mattos.


Fonte:
Agência Infomoto

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