O preço da exclusividade
Com motor de dois cilindros em 'V', Kasinski Comet 250 custa 40% a mais que as concorrentes.
Por Leandro Alvares
Por Leandro Alvares
Arthur Caldeira
Quem não quiser ser mais um na multidão de motos 250cc com uma Yamaha Fazer YS 250 ou com uma Honda CBX 250 Twister tem na Kasinski Comet 250 uma boa opção.
Só para se ter uma idéia, até outubro foram emplacadas apenas 582 unidades do modelo da Kasinski, contra mais de 70 mil unidades da Twister.
O resultado disso é que o proprietário da Comet 250 roda com mais exclusividade pelas ruas e estradas. Mas essa exclusividade tem um preço; bem maior que as concorrentes.
Enquanto a Comet tem preço sugerido de R$ 14.490, a Twister e a Fazer custam em torno dos R$ 10 mil. Em outras palavras, o modelo de 250cc da Kasinski custa cerca de 40% a mais que as concorrentes.
Porém, além de ser um modelo diferenciado com porte de moto maior, uma das principais qualidades apontadas por seus proprietários, a Comet oferece outros atrativos. Ainda mais na mais recente versão.
Renovada, traz um painel com velocímetro digital e conta-giros de leitura analógica, além de uma pequena cobertura sobre o farol que, segundo a fábrica, oferece maior proteção aerodinâmica. Proteção mínima como pudemos constatar no teste prático.
Motor V2
O principal quesito que diferencia a Comet 250 das demais é seu motor de dois cilindros em “V”, com comando duplo no cabeçote (DOHC) e quatro válvulas por cilindro, com refrigeração mista. Já os dois modelos japoneses têm motores de um cilindro apenas.
Nos números de desempenho declarados pelos fabricantes, o V2 da Kasinski (na verdade, motor produzido pela sul-coreana Hyosung) é bem mais potente que a concorrência. Oferece 32,5 cv a 10.000 rpm, contra 24 cv da Twister e 21 cv da Fazer. Isso resulta em uma velocidade final bastante superior: a Comet pode chegar a mais de 150 km/h, enquanto Fazer e Twister passam pouco dos 130 km/h.
Um desempenho bastante satisfatório para o uso em estradas e também para os que gostam de pilotar mais esportivamente, com o giro do motor lá em cima, já que a potência máxima das concorrentes aparece em uma faixa de rotação menor.
Mas quando o quesito é a aceleração, a Comet deixa um pouco a desejar. Segundo as especificações dos fabricantes, o torque das três é bastante semelhante. Na Comet 250 são exatos 2,16 kgf.m, mas somente a 7.500 giros. Na Yamaha YS 250, por exemplo, o valor é praticamente igual 2,1 kgf.m de torque máximo, mas aparecendo já nas 6.000 rpm. Levando-se em consideração que motores V2 têm mais “dificuldade” em subir de giro, os monocilíndricos das concorrentes chegam ao par máximo mais rapidamente, o que resulta em uma aceleração maior.
Na prática, em uma saída de semáforo a Fazer deixaria a Comet para trás. Mas o modelo da Kasinski conforme ganhasse giros ultrapassaria a concorrente, já que a velocidade final da Comet é maior.
Suspensões invertidas
Não é somente o propulsor que diferencia a Comet das outras 250cc street à venda no país. Na ciclística, a moto da Kasinski tem suspensões invertidas (upside-down) na dianteira, enquanto as concorrentes usam o garfo telescópico convencional. Na traseira, a balança traz um único conjunto mola-amortecedor. O conjunto é bastante rígido, de acordo com a proposta da moto, permitindo uma pilotagem esportiva.
As rodas de liga-leve são calçadas com pneus sem câmara nas medidas 110/70-15, na frente, e exagerados 150/70-17, atrás. Esteticamente o largo pneu traseiro combina com o porte avantajado da naked, porém compromete um pouco a agilidade da moto e pode, na teoria, aumentar o consumo, já que a área de atrito é bem maior. Como realizamos o teste em pista fechada não pudemos chegar a essa conclusão na prática.
Outro diferencial está nos freios. Entre as três concorrentes, a Comet 250 é a única a contar com freio a disco na traseira, além de um grande disco (300 mm de diâmetro) mordido por uma pinça de dois pistões, na dianteira. Apesar das boas especificações técnicas, o modelo testado apresentou freios um pouco “borrachudos”, que demoravam a entrar em ação.
Estilo
O estilo mais encorpado da Comet 250 é outro ponto positivo de acordo com os proprietários do modelo. De longe, realmente essa Kasinski parece até ser uma moto de maior capacidade cúbica. Além do pneu largo e das suspensões invertidas, o banco bipartido reforça essa impressão.
Na mais recente versão da naked de 250cc, a Kasinski ainda incorporou uma pequena cobertura ao farol na mesma cor da moto. Outra mudança foi o painel digital.
Mas os números de venda não mentem. Apesar do estilo e do seu motor V2, poucos motociclistas estão dispostos a pagar o preço da exclusividade para rodar com essa Kasinski Comet 250.
Ficha Técnica
Motor: Dois cilindros em “V”, DOHC, quatro válvulas por cilindro
Potência Máxima: 32,5 cv a 10.000 rpm
Torque Máximo: 2,16 kgf.m a 7500 rpm
Capacidade: 249 cm³
Alimentação: Carburador Mikuni BDS26(duplo)
Partida: Elétrica
Embreagem: Multi-discos banhados em óleo
Transmissão final: Por corrente
Suspensão Dianteira: Garfo telescópico invertido
Suspensão Traseira: Balança, monoamortecida com ajuste na pré-carga da mola
Freio Dianteiro: Disco ventilado (300 mm), acionamento hidráulico
Freio Traseiro: Disco ventilado (230 mm), acionamento hidráulico
Pneu Dianteiro: 110/70-17 M/C 54 H
Pneu Traseiro: 150/70-17 M/C 69 H
Comprimento Total: 2080 mm
Largura Total: 760 mm
Altura Total: 1120 mm
Distância livre do solo: 180 mm
Tanque de Combustível: 17 litros
Peso: 170 kg
Cores: Azul, Amarela, Preta e Vermelha
Preço: R$ 14.490
Fotos: Infomoto.
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