V-Strom 650 também encara grande viagem
Aventureira japonesa tem qualidades de sua irmã 'maior' por quase R$ 10.000 a menos.
Por André Jordão
Por André Jordão
Lucas Rizzollo
Um dos maiores exemplos de paixão por motocicletas são as grandes viagens. Conhecer novos lugares e até mesmo novos países a bordo de uma motocicleta é uma experiência única. Em uma aventura sobre duas rodas, até mesmo imprevistos e problemas viram histórias para contar para os netos. Pouco tempo atrás quem queria desbravar o Brasil ou a América do Sul tinha como opção somente motos caras e de grande capacidade cúbica, como a BMW R 1200 GS, Suzuki DL1000 V-Strom e Honda XL 1000 V Varadero.
Com a chegada da DL650 V-Strom um novo nicho de mercado ganhou espaço. Hoje a V-Strom 650 vende mais que sua irmã maior, principalmente por seu preço mais acessível – de janeiro a agosto de 2010 foram vendidas 669 unidades da V-Strom 650 e somente 87 da versão de 1.000cc. Suas concorrentes diretas também são outras, a BMW F 650 GS e a Kawasaki Versys, todas aventureiras, bicilíndricas e com motores de menor capacidade.
Qualidades herdadas
A V-Strom 650 carrega grande parte das qualidades de sua “irmã” maior. A principal delas é o conforto. O assento é largo e tem a espuma na densidade ideal. Até mesmo o espaço para garupa, esquecido em muitas motos, é conhecido como um dos melhores do mercado. A proteção aerodinâmica também garante conforto extra para o piloto em longas viagens. A altura do guidão e os comandos estão ali, sempre à mão. E fechando o pacote as pedaleiras com proteções de borracha deixam as pernas em uma posição agradável. O painel completo e de fácil visualização perdeu o útil indicador de última marcha engatada e os aros cromados – presentes na V-Strom 1000.
A autonomia também é outro trunfo para os aventureiros, o tanque da 650cc comporta 22 litros de combustível. E como durante muitas viagens não é possível prever as condições da estrada o modelo tem suspensões altas e com regulagens – garfo telescópico na dianteira e monoamortecedor facilmente ajustável na traseira.
A V-Strom 650 só não se sai melhor no off-road por conta do seu peso excessivo e dos pneus que privilegiam a pilotagem no asfalto. Mas ela não nega fogo, com essa Suzuki 650cc é possível raspar as pedaleiras no asfalto ou cruzar um riacho com facilidade.
Irmãs quase gêmeas
Lado a lado V-Strom 650 e V-Strom 1000 são muito parecidas. As principais diferenças são o escapamento duplo, protetor de mão e spoiler sob o motor da versão 1000. Na 650 o escapamento tem saída única e o protetor de mão e spoiler não são itens de série.
Apesar de não ter o grande motor V2 de 1000cc, o modelo 650 tem algumas vantagens. A primeira delas está no preço. Custando R$ 34.600, a V-Strom caçula é quase R$ 10.000 mais barata que sua irmã maior. Dinheiro suficiente para colocar todos os acessórios imagináveis. Além disso, pesa 14 kg a menos e seu banco é 20 mm mais baixo. Vantagens que tem atraído quem está entrando no mundo das grandes aventureiras. No fim das contas é possível ver que em termos estéticos e ciclísticos os modelos são muito similares. Diferença mesmo só na hora de acelerar para valer.
V2 de 650cc
Conhecido na Europa por equipar a naked SV650, o propulsor de dois cilindros em “V” e 645 cm³ de capacidade não tem a mesma resposta e a velocidade final da sua irmã de 1000 cc, porém se encaixou perfeitamente na proposta da moto. Com refrigeração líquida, quatro válvulas por cilindro (DOHC), o motor oferece 67 cavalos de potência máxima a 8.800 rpm – menos que os 98 cv do motor de 1.000 cc, mas o suficiente para a 650cc.
Com a última marcha engatada e rodando a 120 km/h o motor tem baixa vibração e pouco se esforça para impulsionar o conjunto; mesmo com garupa e bagagens. É preciso ficar atento ao painel para não ultrapassar os limites legais das rodovias, principalmente pela confiança que as suspensões transmitem.
Fora de seu “habitat” natural e durante um passeio na cidade o modelo se mostrou divertido, principalmente depois de passar a faixa dos 4.000 rpm. É claro que o seu porte avantajado não ajuda na hora de enfrentar o trânsito no corredor. Mas os espelhos são altos e bem posicionados. Os freios são adequados a proposta da moto, mas já passou da hora do sistema de ABS (anti-bloqueio) ser oferecido como opcional, o que já acontece na Europa. E nesse quesito a concorrência está um passo a frente – tanto Kawasaki Versys como BMW F650GS oferecem freios ABS.
Destinado aos viajantes que não querem escolher caminho e percorrer longas distâncias com muito conforto a DL 650 V-Strom tem como principal arma o seu custo benefício. Faça sua escolha e boa viagem.
Ficha Técnica:
Motor: Dois cilindros em “V”, oito válvulas, DOHC, com arrefecimento líquido
Capacidade cúbica: 645 cm³
Potência máxima: 67 cv a 8.800 rpm
Torque máximo: 6,12 kgf.m a 6.400 rpm
Alimentação: Injeção eletrônica
Capacidade do tanque: 22 litros
Câmbio: Seis marchas
Transmissão final: Corrente
Suspensão dianteira: Telescópica com ajuste de pré-carga da mola
Suspensão traseira: Balança com monoamortecedor com ajustes de pré-carga da mola e retorno
Freio dianteiro: Discos flutuantes de 310 mm com pinça de pistão duplo
Freio traseiro: Disco com pinça de um pistão
Quadro: Dupla trave
Dimensões (C x L x A): 2.290 mm x 840 mm x 1.390 mm
Altura do assento: 820 mm
Altura mínima do solo: 165 mm
Entre-eixos: 1.555 mm
Peso seco: 194 kg (a seco)
Cores: Preta, laranja, branca e cinza
Preço público sugerido: R$ 34.594
* o piloto usou capacete LS2 FF350 Piston Head, jaqueta Dainese Air 2 Tessuto e luvas Dainese Desert Poon
FOTOS: Gustavo Epifanio
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