Teste: Nova Factor 150 é econômica e confortável
Com preço a partir de R$ 7.399, novo modelo de entrada da Yamaha faz 40 km/litro e traz painel completamente digital
Por Alexandre Ciszewski
Por Alexandre Ciszewski
Quando a Yamaha mostrou a Factor 150 no Salão Duas Rodas no ano passado, o modelo chamou atenção no estande. Em meio a tantas motos potentes e cheias de tecnologia, a singela Factor 150 era um “banho de realidade”. Voltada para quem busca uma moto urbana para o uso cotidiano, a Yamaha aposta que a Factor 150 conseguirá aumentar sua participação entre as motos de entrada no País, segmento de maior volume do setor.
A produção do modelo começou em setembro e, até o final de 2015, foram fabricadas mais de 10.000 unidades. Avaliamos a versão “ED”, mais completa, que custa R$ 7.990 e traz o freio a disco como diferencial para saber se o fabricante “acertou a mão”.
Motor flex
A nova Factor 150 agrada pelo visual, provando que uma moto de entrada não precisa ser feia. Seu motor de um cilindro, 149,3 cm³, com comando único no cabeçote (SOHC), injeção eletrônica de combustível e arrefecimento a ar, traz a tecnologia flex, que permite abastecer com etanol, gasolina ou mistura entre os dois combustíveis.
É o mesmo propulsor usado na Fazer 150 que, para ficar mais econômico, recebeu mudanças no ponto de ignição. O motor produz 12,2 cv de potência, quando alimentado com gasolina, e 12,4 cv com etanol, na mesma faixa de giro máxima: 7.500 rpm. O torque máximo é de 1,285 kgf.m com gasolina e 1,295 kgf.m com etanol, disponível a 5.500 giros.
O tanque, que traz a bomba de combustível embutida, tem capacidade para bons 15,2 litros de combustível. Com gasolina obtivemos o consumo de 40,5 km/litro mesclando uso urbano e estrada, sem abusar do acelerador. Afinal, é uma moto feita para quem busca economia. Sua autonomia pode superar (com folga) os 500 km e chegar aos 600 km rodados.
Conforto
Como fez com a veterana YBR, a Yamaha acertou na fórmula do conforto e leveza. Uma moto fácil de pilotar por conta dos seus 126 kg. Até mesmo no trânsito travado de São Paulo ela não cansou. Esguia, sua largura é de apenas 735 mm, o que permite passar pelos corredores com tranquilidade.
O conforto da Factor merece destaque. A posição relaxada e a generosa camada de espuma do banco em dois níveis permitiram viagens diárias entre Atibaia e a cidade de São Paulo (cerca de 70 km) sem cansar o piloto. Por falar em viagens, seu desempenho foi satisfatório na estrada. Atingindo a velocidade máxima de 120 km/h e conseguindo manter com facilidade os 90 km/h nas subidas da rodovia ainda em quinta marcha. Claro que não é uma moto estradeira, mas permite um “bate e volta” até a praia sem sofrimentos.
Um ponto a ser criticado é a alça da garupa. Infelizmente, a Yamaha manteve o mesmo componente usado nas primeiras YBR. Uma peça simples que não combina com o design atual e as soluções de engenharia presentes na Factor 150. Também sentimos falta do cavalete central – que é vendido como acessório nas concessionárias.
Ciclística
Montada sobre um quadro tipo diamante feito em aço, a Factor 150 traz suspensão dianteira com garfo telescópico convencional e curso de 120 mm e suspensão traseira bichoque, com 92 mm de curso. Na traseira é possível regular a compressão da mola para adequá-la ao transporte de garupa ou carga. Equipada com peneus Metzeler ME Street comportou-se bem nas curvas, permitindo contorná-las com segurança.
Já o sistema de frenagem conta com disco de 254 mm de diâmetro de acionamento hidráulico e freio traseiro a tambor, com 130 mm de diâmetro, de acionamento mecânico. O sistema se mostrou adequado à proposta da moto e eficiente em função do baixo peso da Factor 150.
Painel chique
O design na nova Factor 150 é um dos pontos fortes. Linhas esportivas são reforçadas pelo farol esportivo, aletas laterais e lanterna traseira bipartida. Destaque para o painel completamente digital que traz todas as informações necessárias: velocímetro, conta-giros, hodômetros, marcador de combustível e até mesmo indicador de marcha engatada.
A única crítica vai para os números muito pequenos do conta-giros, o que exige olhar atento para saber as rotações por minuto. O motociclista que se preocupa com a economia tem a luz “ECO” no painel, que acende quando o motor trabalha na faixa de rotação de maior eficiência.
Os comandos são fáceis de operar e vale destacar a presença do lampejador de farol alto. Mas falta o botão “corta-corrente” (engine stop), muito usado em paradas rápidas por motociclistas que trabalham com a moto.
A versão ED, avaliada, tem rodas de liga e freio a disco. Está disponível em quatro opções de cores - branca, laranja, preta e vermelha - e tem preço sugerido de R$ 7.990. Já a versão mais básica, E, com rodas raiadas e freios a tambor nas duas rodas, custa R$ 7.390 (cores branca, preta e vermelha). Os três anos de garantia e o preço pré-fixado das revisões também são atrativos da nova Factor.
Conclusão
Rodando com a Factor 150 é possível afirmar que a Yamaha acertou em seu novo modelo de entrada. É uma moto leve, confortável e econômica. De construção robusta enfrentou com valentia a buraqueira de nossas ruas e estradas. Apesar disso, suas linhas são harmoniosas e agradáveis. Detalhes, como as aletas laterais, que encorpam a moto e transmitem a sensação de esportividade, e a lanterna traseira bipartida, dão ar de modelo mais sofisticado a essa utilitária Yamaha.
TEXTO: Cicero Lima / Agência INFOMOTO
FOTOS: Mário Villaescusa/ Agência INFOMOTO
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