Teste: Harley-Davidson Fat Boy, receita custom perfeita
Modelo da série comemorativa de 110 anos da marca americano proporciona uma experiência vintage única
Por Aladim Lopes Gonçalves
Por Aladim Lopes Gonçalves
Aladim Lopes Gonçalves
Para comemorar 2013 em grande estilo, ano em que completa seu aniversário de 110 anos, a Harley-Davidson apresentou aos fãs da marca americana uma série especial de 110 anos (edição limitada) para quatro modelos, incluindo a Softail Fat Boy, que além de uma série de novos equipamentos e recursos incorporados na linha 2012 recebeu pintura especial em dois tons nas cores Black Vintage e Bronze Vintage e vários itens exclusivos de personalização alusivos ao aniversário da marca americana, especialmente no tanque e no motor.
O resultado da Fat Boy Lo Anniversary Edition 2013 é praticamente um estado da arte, em termos de design, acabamento e tecnologia dentro do gigantesco universo das motos custom. Assim como em todos os modelos da família Softail, a Fat Boy agora vem equipada com freios ABS, um recurso importante para aumentar o nível de segurança nas situações de frenagem, especialmente nessa categoria de moto com porte mais avantajado.
O motor que dá vida a essa Fat Boy especial é o consagrado dois cilindros em “V” Twin Cam 96B de 1600cc que surpreende pela força e robustez do seu conjunto. Com um torque anunciado de 12,1 kgfm a 3.000 rpm (a potência não é divulgada pelo fabricante) uma das grandes características desse propulsor é justamente o bom regime de força que facilita ultrapassagens, subidas e viagens, mesmo com passageiro e bagagens, além de uma condução mais confortável nas cidades, sem a necessidade de constantes trocas de marcha.
Além das melhorias implantadas pela Harley-Davidson na parte mecânica e de tecnologia, algumas soluções e mudanças no projeto deixaram a Fat Boy mais confortável e atual, mas sem interferir na sua personalidade. A moto ainda teve a suspensão rebaixada em cerca de três centímetros, fazendo com que ela tenha um dos assentos mais baixos de toda a linha, com aproximadamente 67 cm de distância do solo. Essa condição que facilita a vida para os pilotos mais baixos e para aqueles que gostam de se sentir mais conectados a motocicleta, além de transmitir uma sensação de mais leveza e controle para as manobras.
O guidão de perfil baixo e inclinado também reforça esse conceito de suavidade na Fat Boy, oferecendo melhor alcance. O piloto fica praticamente numa posição sentada, com os braços relaxados e os pés apoiados sobre pedaleiras do tipo plataforma. O novo assento é generoso e prima pelo conforto, inclusive para quem vai montado na garupa. O painel de instrumentos, posicionado no centro do tanque de combustível, traz informações de velocidade, hodômetros total e parcial, display digital com relógio, mostrador de combustível e luzes indicadoras, ajudando no visual clássico da moto.
Para quem está ao comando dessa exclusiva Fat Boy Lo Anniversary Edition o que fica nítido é que ela vira o centro das atenções por onde quer que passe. Rodando na cidade com tráfego mais intenso em 1ª e 2ª marchas o motor acaba esquentando bastante, especialmente pelo fato de usar sistema de arrefecimento a ar. Apesar disso, o seu comportamento no trânsito surpreende pela versatilidade, levando em conta seu porte avantajado e mais de 300 kg de peso. A buzina potente e com som grave demonstra no trânsito que não se trata de uma moto comum que está pedindo passagem.
No ambiente rodoviário a Fat Boy também não se faz de rogada e praticamente desliza pelo asfalto ao mesmo tempo com potência e suavidade. A moto roda na estrada com menos vibração, interferindo menos na condição de conforto para o piloto em função de o motor trabalhar com um regime de rotação mais baixo e não esquentar tanto. O câmbio de seis marchas é preciso e com engates que entram fácil.
O comando duplo do câmbio é mais uma opção para a passagem de marchas com as alavancas na ponta e no calcanhar. A sexta marcha funciona como um Overdrive (sobremarcha) “acalmando” o propulsor nas faixas de velocidades mais altas e ao mesmo tempo reduzindo o consumo de combustível. Uma luz verde acende no painel ao acionar a sexta marcha, ajuda o piloto a se orientar na hora de manter uma velocidade de cruzeiro na estrada.
Fora o bom acerto dos conjuntos de suspensão e freios, outro destaque fica por conta da adoção do sistema ABS como item de série, uma tranquilidade a mais para o motociclista, especialmente nas situações mais extremas, evitando derrapagens. O sistema de frenagem vem dotado de discos simples de 292 mm nas duas rodas. As rodas aro 17 têm estilo próprio com discos de liga de alumínio no estilo “Bullet Holes”. Bem equilibrada, a suspensão da Fat Boy tem garfo telescópico na frente e bichoque atrás (escondidos e montados horizontalmente) com um comportamento firme e estável na estrada e suave e confortável na cidade.
Em termos de consumo as medições feitas Fat Boy revelaram um gasto médio de 16 km/litro para o ambiente urbano e rodoviário. Considerando o tanque com capacidade para até 19 litros, é possível rodar até 300 km por tanque. Uma autonomia bem interessante quando estamos levando em conta pequenas e médias viagens e que ao mesmo tempo permite programar com segurança viagens mais longas com um bom roteiro para os abastecimentos ao longo do trajeto.
Para o conhecedor de motocicletas Harley-Davidson e proprietário de uma Fat Boy modelo 2007, convidado pela reportagem do MOTO.com.br para conhecer a versão atual e especial da Fat Boy, as mudanças foram muito bem-vindas e na sua avaliação deixaram a moto com uma condição mais leve e confortável.
“O engate de marchas ficou mais suave, o guidão parece mais aberto, oferecendo uma boa ergonomia para o piloto, assim como o assento mais baixo e mais cavado, dando mais apoio para a lombar. A nova Fat Boy está bem mais fácil de pilotar, inclusive em baixas velocidades”, destaca Bruno Siciliano.
Se a ideia é ter um custom tradicional e com toda a essência do visual vintage e mecânica moderna, a Harley-Davidson Fat Boy Lo é uma pedida e tanto, ainda mais se estivermos falando de uma exclusiva Anniversary Edition de 110 anos da marca com numeração especial no tanque e acabamento diferenciado. Uma máquina que pode ser encontrada no mercado brasileiro com preço sugerido de R$ 53.500 e que foi feita sob medida para o motociclista com destino ou sem destino, mas que sabe aonde quer chegar e sem pressa de chegar.
O jornalista utilizou no teste capacete LS2, jaqueta e luvas Race Tech, calça HLX e botas Dainese
OPINIÃO
“Essas mudanças trazem mais conforto e segurança para quem pilota a nova Fat Boy.”
Bruno Siciliano, proprietário de uma Fat Boy 2007
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