Teste: Diavel ganha face-lift e motor mais eficiente

Power cruiser da marca italiana vem com propulsor Testastreta 11° com duas velas por cilindro e farol de LED

Por Aladim Lopes Gonçalves

Arthur Caldeira

Com design ainda mais imponente, marcado por linhas musculosas e um novo farol de LED, a Ducati Diavel 2015 desembarca agora no Brasil em duas versões. A standard, disponível somente na cor preta, custa R$ 64.900; e a Carbon, com detalhes em fibra de carbono, rodas forjadas e 5kg mais leve por R$ 74.900. Ambas são montadas em Manaus (AM) pelo sistema CKD. 

Outra novidade de ambas as versões é o novo motor Testastretta 11 DS, com novo sistema de alimentação e duas velas por cilindros que proporciona uma queima mais eficiente do combustível e oferece maior torque máximo (13,3 kgf.m) e também mais força em baixos e médios giros.

Dedo da Audi
O visual atualizado da cruiser esportiva italiana, lançada no País em 2012, pode ser notado principalmente no novo conjunto óptico. O farol, agora inteiramente de LEDs teve dedo do departamento de iluminação da Audi, grupo que adquiriu a Ducati em 2011. A pequena carenagem do farol também tem novo formato que, em conjunto com as novas coberturas dos radiadores laterais, confere um ar ainda mais “musculoso” para a parte dianteira da Diavel 2015.

O guidão também é novo, assim como o assento redesenhado, o que melhorou a ergonomia da Diavel, principalmente para longas viagens. O banco está mais curvado que forma um pequeno apoio lombar para ajudar a “segurar” o piloto nas acelerações estonteantes dessa cruiser. Outra boa novidade para quem curte viajar é o marcador de combustível, agora incorporado ao painel digital com tela TFT (semelhante aos smartphones) localizado sobre o tanque. O outro painel de cristal líquido, que traz basicamente velocímetro e conta-giros, continua posicionado sobre o guidão.

Motor mais eficiente
Acelerações que estão mais eficientes com a adoção da nova versão do motor Testastretta 11° DS. Com a mesma base mecânica, os dois cilindros a 90° (um “L2”) ganharam duas velas por cilindro e um novo sistema de alimentação que melhorou a queima da mistura ar-combustível. Com isso, o motor não ganhou mais potência – continua produzindo 162 cv a 9.250 rpm -, porém agora tem mais torque máximo 13,3 kgf.m a 8.000 giros. Com os dutos de admissão e exaustão revistos, a Ducati afirma ainda que a curva de torque mudou, oferecendo mais força em baixos e médios giros.

Dotado de acelerador eletrônico (ride-by-wire), o motor conta ainda com muita tecnologia embarcada para ajudar o piloto a domar seu ímpeto. O Ducati Safety Pack oferece três modos de pilotagem, que alteram a atuação do sistema de freio ABS e do controle de tração.

No Urban, a potência é limitada a 100 cv, a resposta do acelerador é suave e tanto ABS como o Controle de Tração (TC) passam a ser muito atuantes. Ao optar pelo Touring, tem-se mais conforto para viajar, pois mesmo com a potência máxima, a resposta do acelerador é mais progressiva e o TC é ajustado no nível 3 de oito possíveis e o ABS atua normalmente. Já no Sport, o piloto precisa se segurar no guidão ao girar o acelerador que responde instantaneamente para despejar os 162 cavalos de potência. Já o TC fica no nível mínimo (1) e o ABS atua tardiamente na roda traseira, permitindo uma pilotagem esportiva e brusca.

Na parte ciclística, a Diavel continua com o mesmo chassi de aço em treliça e a longa distância entre-eixos de 1590 mm. As suspensões usam garfo telescópico invertido Marzocchi com tubos de 50 mm, na dianteira, e um monoamortecedor Sachs, também ajustável, fixado por links ao monobraço traseiro, construído em alumínio. A Diavel Standard, que tem somente a opção de cor preta, usa rodas de liga-leve e tem peso a seco de 210 kg. Já a versão Carbon, que tem detalhes em vermelho e peças em fibra de carbono, traz rodas Marchesini forjadas e é 5kg mais leve (205 kg a seco).

Primeiras impressões
Logo ao subir na Diavel a diferença do formato e conforto do banco é notada: bem baixo (a apenas 77 cm do solo), agora a peça acomoda melhor o piloto, que apóia os pés no chão com facilidade. O motor desperta rapidamente e um novo ícone verde aparece no painel, mostrando a quantidade de combustível no tanque de 17 litros de capacidade.

Com o reservatório cheio, acabei optando justamente pelo modo Sport para esse primeiro contato com a nova Diavel por um teste de 100 km pelas estradas do interior paulista. A aceleração é brutal e o banco ajuda a segurar as costas do piloto. A aceleração é tão descomunal que, após uma lombada, acelerei de tal forma que cheguei rápido demais à próxima curva e fui obrigado a recorrer aos bons freios com pinças monobloco Brembo que mordem enormes discos de 320 mm de diâmetro, na frente; e um disco de 265 mm na traseira com pinça de dois pistões.

No modo Sport, o ABS atua mais tardiamente na roda traseira, que começou a escorregar. Foi praticamente um aviso da Diavel: “não abra o acelerador de uma vez em qualquer reta, não!”. Afinal, a moto tem uma aceleração de 0 a 100 km/h em 2,7 segundos.

Ao cruzar algumas cidades, alterei para o modo Urban – mudança que pode ser feita em movimento, já que basta apertar um botão no punho esquerdo e fechar o acelerador. Dessa forma, pode-se notar que, de fato, o novo motor melhorou o comportamento em baixos giros, sem tantos engasgos e sem pedir muitas reduções no câmbio de seis marchas. Mais uma melhoria bem-vinda que aprimorou a usabilidade da nervosa Diavel.

No geral, a moto continua a mesma cruiser esportiva, divertida e mais fácil de pilotar do que seu porte parrudo aparenta. Uma boa opção para quem procura uma cruiser confortável e com comportamento esportivo para desfilar por aí.

Monster 1200 também estreia
Além do modelo 2015 da Diavel, a Ducati do Brasil apresentou outra novidade para nosso mercado: a Monster 1200. Com certo atraso, pois foi lançada no exterior no início de 2014, quando a INFOMOTO participou do teste para a imprensa mundial, e estava prometida para o final do ano passado. A big naked, equipada com o mesmo motor Testastretta 11°, chega ao País em duas versões, ambas importadas. A 1200 “standard” tem motor de 135 cv e suspensões Kayaba, na frente, e Sachs, atrás. Disponível apenas na cor vermelha, a Monster 1200 tem preço sugerido de R$ 64.900.

Já na versão “S”, mais esportiva, o propulsor entrega 145 cv de potência e conta com suspensões melhores, da marca Öhlins. A Monster 1200S virá em duas opções de cores – vermelha e branca – ambas com preço sugerido de R$ 73.900.

Ficha Técnica
Ducati Diavel/Diavel Carbon 2015
Motor dois cilindros em “V” a 90°, 8 válvulas, comando desmodrômico, duas velas por cilindro e refrigeração líquida
Diâmetro x Curso 106,0 X 67,9 mm
Taxa de compressão 12,5:1
Capacidade 1198,4 cm³
Potência Máxima 162 cv a 9.250 rpm
Torque Máximo 13,3 kgf.m a 8.000 rpm
Sistema de Alimentação Injeção Eletrônica
Partida Elétrica
Câmbio 6 velocidades
Embreagem Deslizante com acionamento hidráulico
Transmissão final por corrente
Suspensão
Dianteira Garfo telescópico invertido (upside-down) Marzocchi com tubos de 50 mm e 120 mm de curso, totalmente ajustável
Traseira Amortecedor Sachs fixado por links ao monobraço, com 120 mm de curso e totalmente ajustável
Freios
Dianteiro Disco duplo flutuante de 320 mm, com pinça radial monobloco Brembo de quatro pistões e ABS
Traseiro Disco simples de 265 mm com pinça flutuante de dois pistões e ABS
Rodas De liga leve de alumínio (Diavel) e de alumínio forjado Marchesini (Carbon) - 3.50 x 17’’ (D); 8.00 x 17’’ (T)
Pneus
Dianteiro 120/70- ZR17
Traseiro 240/45- ZR17
Quadro Treliça em aço tubular
Altura do Assento 770 mm
Distância Mínima do Solo não disponível
Dimensões (C x L x A) 2.257 mm x não disponível x 1.280 mm
Distância entre-eixos 1.590 mm
Tanque de Combustível 17 litros
Peso (a seco) 210 kg (Diavel)/ 205 kg (Carbon)
Cores: Preta (Diavel) e Fibra de carbono com detalhes em vermelho (Carbon)
Preço R$ 64.900 (Diavel) e R$ 74.900 (Diavel Carbon) 


Fonte:
Agência Infomoto

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