Teste: Boa de pilotar, Triumph Trophy SE custa R$ 79.900

Grã-turismo inglesa oferece conforto, segurança e muita eletrônica, além do motor de 134 cv

Por Aladim Lopes Gonçalves

Aldo Tizzani

As aparências realmente enganam. Foi o aconteceu comigo neste teste com a Trophy SE, a grã-turismo da marca inglesa Triumph. Logo de cara, a moto impressiona por seu porte avantajado e medidas quase assustadoras: 2.235 mm de comprimento, 975 mm de largura, 1.542 mm de entre-eixos e 301 quilos. Com preço sugerido de R$ 79.900, a tourer top de linha da marca no Brasil esbanja, por incrível que pareça, agilidade, potência e segurança. Ou seja, características acima das expectativas para uma moto tão grande.

Mas antes de subir na Trophy e ligar seu motor de três cilindros em linha de 1.215 cm³, o mesmo que equipa a aventureira Tiger Explorer, foi preciso conhecer melhor toda a eletrônica embarcada no modelo de luxo da Triumph. Destaque para o acelerador eletrônico (ride-by-wire), regulagem eletrônica do conjunto de suspensão e, de quebra, freios combinados, com ABS. Isso sem falar nos sistemas de monitoramento da pressão dos pneus e áudio, que conta com conexão Bluetooth e entrada USB (compatível com iPod e MP3 player).

E foi justamente plugando um pen-drive em um compartimento que fica na parte superior do lado esquerdo da carenagem que começou a viagem de mais de 700 quilômetros entre São Paulo e Minas Gerais. A seleção era formada por The Beatles, The Rolling Stones, The Who, Radiohead, Led Zeppelin, The Sex Pistols, The Smiths. E, para finalizar, dois álbuns do Pink Floyd: “Dark Side of The Moon” e “The Wall”. O eficaz sistema de som da moto garantiu que meu tour até o sul de Minas acontecesse em alto e bom som, literalmente.

Música em três cilindros
O som que sai do único escape (lado direito) não é tão potente, grave e compassado quanto um “V2”, mas quando é colocado à prova oferece uma bela harmonia. É só o piloto não ter dó de girar o acelerador. Ai o motor de três cilindros em linha, duplo comando no cabeçote (DOHC) e refrigeração líquida, desperta e “ruge”, querendo sempre mais. Trabalhando em médios e baixos regimes de rotação, o comportamento do propulsor é bastante dócil. Aos 4.000 rpm, por exemplo, a Triumph Trophy SE roda a 120 km/h.

Capaz de entregar 134 cv de potência máxima (as 8.900 rpm) e 12,2 kgf.m de torque (aos 6.450 giros), a grã-turismo da Triumph oferece bastante folego para acelerações e retomadas. Outra boa característica deste propulsor é a baixa vibração, isso em função da adoção de um eixo balanceador com rotação no sentido oposto para suavizar as vibrações do virabrequim e, dessa forma, garantir muito mais conforto ao piloto e garupa. As trocas no câmbio seis marchas são suaves e precisas. Como uma boa estradeira, a Trophy SE tem transmissão final por eixo-cardã.

Em relação ao consumo de combustível, a média foi de 18,65 Km/l. Em trecho urbano a pior média foi de 18,1 km/l. Já na estrada, a melhor medição ficou em 19,2 km/l. Os níveis de consumo são apresentados de forma instantânea no painel de LCD da moto. Seu tanque de combustível de 25 litros confere a Trophy uma autonomia média de 450 quilômetros. Boa marca para uma moto de sua categoria.
No resumo, a união destes sistemas marcam os esforços da engenharia da Triumph na busca por uma entrega de potência controlada e com um conjunto bastante estável.

Suspensão eletrônica
Importado, o modelo tem suspensão com regulagem eletrônica, que é operada por meio do seletor que fica no punho esquerdo. Todas as informações da ação são apesentadas no painel de instrumentos. Mas o que isso significa? Conforto! Ou seja, o piloto seleciona sua configuração preferida de amortecimento (Sport, Normal ou Comfort), e combina com a carga da moto (Piloto, Piloto mais Bagagem ou Piloto mais Passageiro). Fácil e bastante intuitivo. O piloto também pode optar por utilizar suas configurações personalizadas. O conjunto de suspensão é formado por garfo invertido WP, de 43 mm de diâmetro, com 127 mm de curso na dianteira e monoamortecedor, também WP, com reservatório integral de óleo e curso de 120 mm na parte traseira.

Freios combinados
O sistema de freio, ignorante, diga-se de passagem, traz um sistema de freios combinados. Na prática, se o motociclista acionar o manete ou o pedal, esta força será distribuída entre as duas rodas, diminuindo o espaço e o tempo de frenagem. É bastante útil em situações de emergência. O conjunto é formado por discos duplos flutuantes de 320 mm, com pinças de quatro pistões, com sistema ABS. Na roda traseira, disco simples de 282 mm, pinça de dois pistões, também com sistema ABS.

Tecnologia aliada ao conforto
Um dos itens de conforto mais elogiados para quem viaja de moto é, com certeza, o parabrisa com regulagem elétrica. Além de proteger o piloto das intempéries – vento, chuva, etc –, o “escudo” da Trophy SE tem mais duas funções: melhorar a aerodinâmica em alta velocidade e também oferecer uma melhor acústica para quem quer ouvir música. O parabrisa pode se elevar até 16,4 cm. Além disso, o sistema conta com uma função de memória, que se ajusta automaticamente à sua última posição ao dar partida na moto.

A Triumph Trophy SE também oferece de série, entre outros recursos, ajuste de posicionamento do farol, cavalete central e o exclusivo Sistema Dinâmico de Bagagem da Triumph. Esta iniciativa da engenharia ajuda a manter o equilíbrio do chassi, dissociando a massa do quadro permitindo que cada bagageiro se desloque até um arco de 5 graus – o sistema melhora bastante a estabilidade da moto em movimento quando totalmente carregada.

Cada bolsa lateral pode transportar até 31 litros de bagagem, mas é possível levar um volume ainda maior com o bagageiro “Top Box” (equipamento opcional), que pode acomodar até 55 litros. O conjunto também conta com recurso “Plug and Play”, que permite encaixe e remoção fácil das bolsas laterais sem a necessidade de conectar e desconectar cabos ou fios. Além disso, uma facilidade adicional são as tomadas de 12V espalhadas pela moto, que não se restringem ao painel e oferecem fontes de energia também próximo à garupa e nas malas. Assim, é possível carregar uma câmera, telefone ou qualquer outro dispositivo eletrônico, enquanto a motocicleta estiver em movimento.

No Brasil, a Triumph Trophy SE custa R$ 79.900. Preço bastante competitivo perante a concorrência, lê-se: BMW R 1200 RT (R$ 89.900), a Honda GL 1800 Gold Wing (R$ 92.531,00) e a Harley-Davidsom Ultra Limited (R$ 81.900). Além de um belo visual e boa dose de tecnologia embarcada, a Triumph conseguiu construir uma moto gostosa de pilotar, equilibrada – boa de curvas e de retas – que transmite muita segurança e conforto, apesar de seus 301 kg em ordem de marcha.

FICHA TÉCNICA
Motor DOHC, 12 válvulas, três cilindros em linha e refrigeração líquida
Capacidade 1.215 cm³
Câmbio Seis velocidades
Potência máxima 134 cv as 8.900 rpm
Torque máximo 12,2 kgf.m as 6.450 rpm
Suspensão dianteira Garfos invertidos WP de 43 mm, regulagem eletrônica de amortecimento e com curso de 127 mm
Suspensão traseira Amortecedor WP monoshock com reservatório integral de óleo, regulagem eletrônica de pré-carga hidráulica (piloto, piloto + bagagem, piloto + passageiro), com curso de 120 mm
Freio dianteiro Discos duplos flutuantes de 320 mm, com pinças de 4 pistões, Nissin, com sistema ABS
Freio traseiro Disco simples de 282 mm, pinça de 2 pistões, Nissin, com sistema ABS
Roda e Pneu dianteiro Liga de alumínio fundido, 5 raios, 17 x 3,5” - 120/70 ZR17
Roda e Pneu traseiro Liga de alumínio fundido, 5 raios, 17 x 6” polegadas – 190/55 ZR17
Comprimento total 2.335 mm
Largura 975 mm
Entre-eixos 1.542 mm
Altura do assento (descarregada) 820/800 mm
Peso 301 kg em ordem de marcha
Tanque de combustível 25 l
Cores Azul e Prata
Preço R$ 79.900


Fonte:
Agência Infomoto

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