Suzuki GSX-R 750: Sozinha na multidão

Modelo reúne qualidades dos segmentos das supersport (600cc) e superbikes (1000cc).

Por Leandro Alvares

Arthur Caldeira

Entre os modelos esportivos de média cilindrada, como a Honda CBR 600RR e a Triumph Daytona 675, e as enormes máquinas de 1000cc, como a Yamaha YZF R1 e Honda CBR 1000RR, a Suzuki GSX-R 750 aparece como a única representante superesportiva com a mítica capacidade cúbica de 750cc.

A grande qualidade dessa Suzuki “sete-galo” é reunir o melhor desses dois mundos: a maneabilidade das supersport de 600cc e o torque desde as baixas rotações das superbikes de 1 litro.

Sem carregar consigo os contras de cada uma dessas categorias: ou seja, a “falta” de força que alguns motociclistas sentem nas 600cc, obrigando a constantes reduções de marchas, e nem o excesso de potência e o peso maior das 1000cc.

Resumindo, a GSX-R 750 traz um motor que se equivale a um de maior capacidade cúbica, montado em um chassi similar ao de uma moto menor. Seu propulsor de quatro cilindros em linha é totalmente novo nessa versão. Ficou menor, mais compacto e ainda mais potente.

Recheado de tecnologia de ponta, como duas borboletas no corpo injetor, dois bicos injetores e válvula que controla a saída de gases, o quatro em linha com comando duplo no cabeçote e refrigeração líquida produz 150 cv a 13.200 rpm.

O torque também impressiona, são 8,8 Kgf.m a 11.200 rpm. Porém, a válvula SET (Suzuki Exhaust Tuning) atua de forma a otimizar o torque em baixas rotações. O resultado é um comportamento “nem sei qual marcha está engatada” similar ao do motor das 1000cc, suficiente para retomar velocidade rapidamente sem as reduções de marcha e as rotações excessivas das 600cc.

Ciclística

Na parte ciclística, as qualidades das superesportivas menores aparecem. Aproveitando o motor mais compacto, a última versão da GSX-R 750 tem um quadro menor e mais leve, mas uma balança mais longa, garantindo um conjunto que permite “atacar” curvas fechadas, mas mantém a estabilidade nas curvas abertas de alta velocidade.

Feito em liga leve, o quadro de dupla trave superior oferece rigidez e torna essa Suzuki uma moto obediente; faz exatamente o que o piloto manda. Em contrapartida, transmite ao motociclista uma sensação de controle, “dizendo” o que a moto está fazendo. Quer dizer, você tem um “feedback” da estabilidade da moto ao acelerar demais nas saídas de curva ou exagerar na velocidade ao entrar nelas.

Essa excelente maneabilidade deve-se também ao baixo peso (163 kg a seco) e às suspensões: garfos telescópicos invertidos (upside-down) na dianteira; e uma balança traseira monoamortecida, ambos totalmente ajustáveis. Vale ressaltar o sistema de escape no centro da moto, contribuindo para a centralização de massas e o equilíbrio do conjunto. Esses fatores, somados a pedaleiras ajustáveis e a excelente posição de pilotagem, fazem dessa 750 quase uma verdadeira moto de pista.

Os freios merecem destaque. São dois discos flutuantes de 310 mm na dianteira, mordidos por pinças de fixação radial de quatro pistões opostos, e um disco simples de 220 mm com pinça de dois pistões, atrás. Não têm a “mordida” inicial tão agressiva como em outras motos dessa categoria, mas transmitem confiança e controle.

Design

Por último, mas não menos importante, vale ressaltar o moderno design dessa última geração da Suzuki GSX-R 750. O já citado escape no centro da moto, além dos benefícios práticos, a diferencia da mesmice do escape sobre o banco — utilizado na linha Honda CBR e na Yamaha YZF.
 
Seu conjunto óptico único, setas instaladas no espelho retrovisor e o desenho da rabeta com setas integradas diferenciam essa superesportiva Suzuki das outras motos do segmento. Outro ponto no qual função e forma estão equilibradas é a proteção aerodinâmica oferecida pela bolha frontal.
 
O cockpit do piloto ainda traz um completo painel. Além do conta-giros de leitura analógica e do velocímetro digital, traz um útil indicador de marcha engatada, shift-light (luz que indica a hora de trocar de marcha) programável e outras luzes de advertência.

Preço

Com preço de tabela de R$ 66.900,00, a Suzuki GSX-R 750 custa mais até mesmo que as 1000cc — a Yamaha YZF R1 sai por R$ 65.225,00 e a Honda CBR 1000RR, R$ 62.752,00. Porém, as concessionárias Suzuki estão com um bônus de cerca de R$ 12.000,00 para quem adquirir a GSX-R 750 (ano/modelo 2007) à vista.

Nas concessionárias Suzuki de São Paulo, com esse desconto o preço final fica em R$ 54.872,00, mas por tempo limitado, alertam os vendedores.

Ficha Técnica

Motor: Quatro cilindros em linha, 16 válvulas, DOHC, refrigeração líquida
Capacidade cúbica: 749 cm³
Potência máxima (declarada): 150 cv a 13.200 rpm
Torque máximo (declarado): 8,8 kgf.m a 11.200 rpm
Câmbio: 6 velocidades
Transmissão final: corrente
Alimentação: Injeção eletrônica
Partida: Elétrica
Quadro: Dupla trave superior
Suspensão dianteira: Telescópica invertida, totalmente ajustável
Suspensão traseira: Balança traseira monoamortecida ajustável 
Freio dianteiro: Duplo disco ventilado de 310 mm de diâmetro com pinças radias de quatro pistões opostos
Freio traseiro: Disco simples de 220 mm de diâmetro com pinças de dois pistões opostos
Pneus: 120/70 ZR-17 (diant.)/ 180/55 ZR-17 (tras.)
Comprimento: 2.040 mm
Largura: 715 mm
Altura: 1.125 mm
Distância entre-eixos: 1.400 mm
Distância do solo: 130 mm
Altura do assento: 810 mm
Peso seco: 163 kg
Tanque de combustível: 16,5 litros
Cores: Azul, Preta, Cinza e Azul escuro
Preço de tabela:  R$ 66.900,00

Fotos: Mario Villaescusa.

Teste realizado na pista da Pirelli, em Sumaré (SP).
Para esta avaliação, Infomoto usou macacão Shift e botas Diadora.

Fonte:
Agência Infomoto

Compartilhe:

Receba notícias de moto.com.br