Suzuki GSX 1250 FA tem fôlego de sobra
Sport Touring da marca japonesa esbanja esportividade com motor quatro cilindros e aceleração brutal
Por Aladim Lopes Gonçalves
Por Aladim Lopes Gonçalves
André Lino
Para fazer face às propostas de outras marcas nos segmentos sport touring e touring, a Suzuki lançou no início desta década a espartana GSX 1250 FA, "evolução" da bem sucedida Bandit 1250, que conta já com muitos anos na ativa.
A designação de "FA" provém de Fairing e ABS, ambos incorporados na "Bandida" que conta também com um muito útil descanso central.
Este modelo foi adquirido por mim em Dezembro de 2011 e com ele fiz muitos e bons quilômetros. A Bandida já conta com algumas alterações, que serão discriminadas mais à frente. Tentarei ser, no entanto, o mais imparcial possível. Os primeiros 1000 km de vida da Bandida foram feitos com a mota completamente "Stock". Assim, o som do escape de origem é caracterizado por um assobiar suave, mas cada vez mais viciante à medida que se sobe de rotação. A aquisição da ponteira Leo Vinci após os 1000 km trouxe à Bandida uma série de vantagens: menos peso, mais barulho (viciante e excelente para alertar os carros da sua presença), afinação eletrônica conferindo mais potência e binário, melhorando (significativamente) as suas prestações.
Os BT021 que vêm equipados com a 1250FA são satisfatórios para quem pretende fazer muitos quilômetros em Auto-Estrada. Boa estabilidade e durabilidade. No entanto, penso que a Suzuki procedeu mal na escolha destes pneus. É possivelmente a minha única critica a este modelo. Os BT021 pecam pela fraca aderência em piso seco e molhado (autêntico desastre), a trajetória em curva tende a afastar-se daquilo que é pretendido e é completamente proibido acionar o travão dianteiro em curva com estes BT021 que fazem a mota simplesmente perder o seu rumo.
Não esperei para gastar estes pneus na sua totalidade e decidi investir nuns pneus sport touring, os BT023GT, considerados pelos especialistas como os melhores pneus sport touring na altura da sua saída para o mercado (já existe a evolução dos 023, os T30). Com a mudança de calçado na Bandida, esta ganhou nova dinâmica, novo poder de travagem, uma aptidão feroz para devorar estradas de montanha a ritmo desportivo. A ciclística saiu beneficiada e face aos 021, parece que a Bandida perdeu 50 kg. Os BT023 são caracterizados por um comportamento constante, instintivo e natural, conferindo-lhe previsibilidade em cada curva. Transformou a Bandida numa mota completamente nova, segura e muito divertida.
Os que experimentaram a GSX1250FA/Bandit 1250 com os pneus BT021 muito possivelmente saíram desiludidos.
Mesmo com os BT021 equipados na "FA", esta mota ganhou vários comparativos aquando da sua saída contra motas mais caras e supostamente melhores, mas a minha sugestão para quem tiver/comprar este modelo é livrar-se dos 021 e adquirir de imediato uns pneus recentes tais como os BT023GT, T30, AngelGT....investimento seguro!
Este motor foi construído para fazer face a todas as situações do dia-a-dia. Sozinho, carregado e/ou a dois, esta 1250 é pau para toda a obra. Funciona incrivelmente bem a baixas rotações, muito forte a médias rotações e supreende a altas rotações. Assim é o seu carácter. Chegar aos 250 km/h não é problema e até vai mais além. O 4L debita no alcatrão um binário "massivo". O seu pico é atingido logo a 3500 rpm e que se mantém mais ou menos constante até às 7000 rpm. Estamos a falar de 108 Nm (11.0 kgfm / 79.7 ft.lb), "algo" que as desportivas "só" atingem um pouco antes de chegar ao red-line.
É este binário que confere à Bandida um caráter de brutidão controlável. Faz ultrapassagens em menos de nada sem ser preciso realizar reduções, seja sozinho ou acompanhado e com carga. Não importa como, basta enrolar punho que a FA responde instantaneamente pelo que até se pode prever um "dançar" do pneu traseiro, mesmo abaixo das 3500 rpm, tal a sua força de aceleração que faz com que os seus 250 kg cheguem a ser anedóticos. A partir das 3500 rpm a Bandida começa a querer levantar a roda dianteira do chão, como se fosse levantar voo.
Como este motor não foi obra do acaso, circulamos a 4000 rpm a 120 km/h em 6ª mudança com todo o Binário pronto a ser descarregado para fazer face a qualquer eventualidade.
A 3ª mudança atinge 210 km/h ao regime de corte, capaz de deixar um sorriso na cara de qualquer amante da velocidade.
O 4L apresenta uma potência de 100 cv a 9500 rpm. Apesar disso, as suas prestações surpreendem. Os números oficiais falam por si e surpreendem quando vemos a FA a equiparar-se ou mesmo a superar ao nível de aceleração e retomas outras motas com maior potência na ficha técnica. O tetracilíndrico tem um comportamento exemplar ao nível de resposta mas consegue também manter uma grande suavidade de funcionamento. Eis os dados referentes à 1250FA "versão Stock" : Aceleração 0-100 = 3.4s 0-140 = 5,9s 0-200 = 13,7s Retomadas 60-100 = 3,9s 100-140 = 4,2s 140 - 180 = 5,6s
As suspensões conferem bom conforto e boa leitura do alcatrão. A 250 km/h a 1250 vai a rolar com uma estabilidade surpreendente, mesmo com 3 malas e pendura.
Nas curvas, a forquilha podia ser um pouco mais firme, mas não desilude mesmo a ritmos desportivos.
Os descanso de pés são elevados q.b. o que faz a delicia de quem adora devorar as estradas "reviradas".
Na cidade desloca-se como se tratasse de uma "600" e apresenta consumos de uma "600": varia entre os 5 e os 6L/100km dependendo do ritmo.
Trata-se de uma mota muito capaz e confortável de fazer viagens. As malas ficam bem instaladas e a estabilidade é exemplar. Os consumos em viagem variam entre os 4L e os 5L/100km a velocidades legais e um pouco acima das "legais".
Rodando punho para um comportamento desportivo, a 1250 encontra-se pronta para descarregar todo o seu binário, curva após curva. Com instalação de escape de rendimento, afinação electronica e Gipro (entre outras soluções) e a FA consegue obter resultados de prestações melhores que os divulgados em "versão stock", levando-a a um outro patamar de diversão. Em "modo" desportivo, os consumos variam entre 5,5 e os 7,5L/100km.
Com um custo reduzido, vai até onde as suas concorrentes mais caras vão. Para muitos, muita mota por pouco preço. Até uma próxima! André Lino, "Born to Ride".
O teste (texto e fotos) da Suzuki GSX 1250 FA foi gentilmente cedido por seu autor André Lino, do blog Moto-Teste (www.moto-teste.blogspot.com), de Portugal.
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