Suzuki Bandit 1250: Uma naked à moda antiga
Moto da marca japonesa ganhou visual renovado para 2012, mantendo seu conjunto mecânico e ciclística
Por Aladim Lopes Gonçalves
Por Aladim Lopes Gonçalves
Arthur Caldeira
Motor de quatro cilindros em linha beirando os 100 cavalos de potência máxima; posição de pilotagem confortável; robusto quadro em aço; suspensões simples, porém funcionais; freio a disco nas duas rodas; e o tradicional visual naked, “pelado”, sem carenagem. Com essa receita a Suzuki Bandit 1250 se mantém na estrada há mais de uma década. Para 2012, a fabricante resolveu promover um pequeno “face-lift”: trocou o farol redondo por outro com formato ovalado, de acordo com as tendências atuais; as luzes de direção (setas) também seguiram as linhas ovais e a lanterna traseira ficou menor e um pouco afilada. Entretanto, a motorização e a ciclística são as mesmas do modelo anterior.
O painel de instrumentos também é novo. Em vez de dois mostradores redondos, a 1250 ganhou painel com conta-giros oval e tela de cristal líquido retangular. Bastante completo, o painel conta com velocímetro, hodômetro, relógio, marcador de combustível e ainda traz um útil indicador de marcha engatada. No restante as mudanças foram poucas: as aletas decorativas do tanque agora são inteiriças e o desenho da rabeta mudou sutilmente. Os espelhos retrovisores também têm agora desenho ovalado, com pintura cromada. Por fim, o motor recebeu novamente a pintura preta de versões anteriores. Em resumo, praticamente as mesmas mudanças feitas no modelo 2011 da Bandit 650N.
Mais do mesmo
Mas mesmo as mudanças sendo apenas no visual da Bandit 1250, isso não é necessariamente um ponto negativo. Conservando sua tradicional receita de naked, que há tantos anos faz sucesso, a Suzuki manteve o mesmo preço no novo modelo: R$ 33.900 – apenas R$ 5.000 a mais que sua irmã menor de 650cc e o preço mais baixo entre as concorrentes da mesma categoria.
Claro que não podemos comparar as especificações da Bandit 1250 com outras nakeds à venda no mercado, como a Honda CB 1000R, Kawasaki Z 1000, entre outras. Afinal, esses modelos têm projetos mais novos, utilizam materiais mais nobres na sua construção e contam com motores mais potentes. Porém, a Bandit 1250 cumpre bem sua proposta de ser uma naked à moda antiga.
Seu quadro é o mesmo tipo berço duplo em aço de versões anteriores. Robusto e pesado, o chassi oferece boa maneabilidade e a dose certa entre rigidez e flexibilidade para uma pilotagem comportada. Suas suspensões seguem a mesma linha, ou seja, são mais voltadas para propiciar conforto do que esportividade. Mesmo ajustáveis, o gafo telescópico convencional, na dianteira, e a balança traseira monoamortecida oscilam demais caso você queira forçar demais nas curvas.
Por outro lado, diferentemente de outras motos do segmento, essa Suzuki não privilegiou o desempenho, portanto suas suspensões não são muito rígidas e absorvem bem as imperfeições das vias urbanas sem transmitir desconforto ao piloto. Com isso, apesar de seus quase 250 kg em ordem de marcha, a Bandit 1250 não é uma moto ruim de pilotar na cidade – levando-se em conta seu motor de 1250cc e seu porte avantajado, é claro.
Torque de sobra
Aliás, seu motor de quatro cilindros em linha é outro responsável por fazer dessa grande naked uma moto relativamente fácil de pilotar. Dotado de duplo comando no cabeçote (DOHC), 16 válvulas e refrigeração líquida, o propulsor alimentado por injeção eletrônica – com duas borboletas no corpo do acelerador – foi ajustado para oferecer muito torque em baixos e médios regimes.
Os 11 kgf.m de torque máximo já aparecem a 3.700 rpm. Número impressionante para quem está acostumado aos motores tetracilíndricos mais esportivos. Pode-se rodar na cidade em quarta marcha sem precisar reduzir. Já em vias mais rápidas, como as Marginais na capital paulista, mantém-se 90 km/h (o limite) com o motor na casa dos 3.000 rpm. Na prática, isso significa que a Bandit pode ser pilotada de forma bastante sossegada e tranqüila, sem fazer o motor girar alto e sem muitas trocas de marchas.
Mas caso você queira desfrutar dos 98 cv de potência máxima (a 7.500 rpm), pode-se divertir bastante até os 8.000 rpm, pois acima disso o motor fica “lento”. Tanto que a velocidade máxima desta 1250cc não deve superar os 230 km/h. O piloto até pode optar por uma tocada mais esportiva, mas será mais divertido trocar as marchas na casa dos 5.000 giros e aproveitar as arrancadas e o torque do motor, do que tentar curtir a velocidade máxima da Bandit 1250.
Justa
Depois de alguns dias tendo a Bandit como companheira na cidade e também no deslocamento em estradas, a conclusão é que essa boa e velha naked é uma motocicleta justa. Ou seja, cumpre o que promete. Atende há mais de uma década aos motociclistas que procuram uma moto amigável e versátil para o dia-a-dia, mas também não querem fazer feio em uma viagem com amigos motociclistas. Tem especificações mais espartanas que suas concorrentes e também preço inferior. Enquanto a Bandit 1250 sai por R$ 33.900, a Honda CB 1000R sai por R$ 37.800 (sem ABS) e a nova Kawasaki Z 1000, R$ R$ 46.990 (também sem os freios ABS).
Ou seja, se você quer uma moto “grande”, motor de quatro cilindros e com uma receita à moda antiga, a Suzuki Bandit 1250 poderá lhe agradar. Mas vale ressaltar que se você quer uma naked moderna, com mais tecnologia embarcada, menos peso, e um comportamento esportivo, a boa e velha “bandida” poderá lhe decepcionar.
FICHA TÉCNICA
Motor Quatro cilindros em linha, refrigeração liquida, DOHC, 16 válvulas
Capacidade 1255 cm³
Câmbio 6 velocidades
Potência máxima 98 cv a 7.500 rpm
Torque máximo 11,01 kgf.m a 3.700 rpm
Quadro Berço duplo em aço
Suspensão dianteira Garfo telescópico tradicional com ajuste na pré-carga da mola, compressão e retorno
Suspensão traseira Balança oscilante com monoamortecedor fixado por links com ajuste na pré-carga da mola, compressão e retorno
Freio dianteiro Disco duplo flutuante de 310 mm de diâmetro com pinça de quatro pistões opostos
Freio traseiro Disco simples de 240 mm de diâmetro com pinça de um pistão
Pneu dianteiro 120/70 ZR17
Pneu traseiro 180/55 ZR17
Comprimento total 2145 mm
Largura 790 mm
Altura 1095 mm
Entre-eixos 1485 mm
Altura do assento 810 mm/ 830 mm, regulável em duas posições
Altura mínima do solo 135 mm
Peso (em ordem de marcha) 247 kg
Tanque de combustível 19 litros
Cores Cinza, prata e preta
Preço R$ 33.900
Fotos: Doni Castilho
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