Peso-pesado das custom
Lançado em 1990, Harley Fat Boy é um dos maiores sucessos de venda da marca no Brasil.
Por Leandro Alvares
Por Leandro Alvares
Arthur Caldeira
Difícil não se sentir Arnold Schwarzenegger no papel do “Exterminador do Futuro”, quando se acelera a Harley-Davidson Fat-Boy. Pilotada pelo ator na eletrizante cena de perseguição do segundo filme da série (1991), a motocicleta foi lançada em 1990.
Mesmo modernizada, a Fat Boy 2008 mantém a mesma identidade visual que a transformou em um dos maiores sucessos de vendas da Harley. Tanto que em 2007 foi o modelo da marca preferido entre os brasileiros: 676 unidades, segundo dados da Abraciclo, associação dos fabricantes do setor.
No início da década de 1990, a HD Fat Boy foi lançada como uma resposta da marca à invasão de motos custom japonesas no mercado norte-americano. Em pouco tempo, a Fat Boy fez com que a Harley retomasse a liderança no segmento de motos acima de 750cc.
Essa “vitória” sobre as japonesas e o logo imitando o brasão da Força Aérea Americana contribuíram para o mito que a denominação do modelo vinha da união entre “Fat Man” e “Little Boy”, nome das bombas atômicas lançadas sobre o Japão em 1945. Origem negada pela Harley.
Inconfundível
Mesmo para quem não conhece as diferenças entre os modelos Harley-Davidson, a Fat Boy tem um visual inconfundível. Um enorme farol, montado sobre uma moldura metálica, o largo guidão, um grosso garfo telescópico e as rodas inteiriças de alumínio sempre foram marcas registradas da Fat Boy, apesar das recentes modernizações.
A última versão (testada) ganhou ainda uma nova rabeta, mais curta, e as rodas agora tem realmente “bullet holes” (buracos de bala). O nome “garoto gordo” agora fica ainda mais justificado pelo enorme pneu traseiro de 200 mm, outra novidade.
Integrante da família Softail, vem equipada atualmente com o motor Twin Cam 96B, de dois cilindros em “V” e 1584 cm³ de capacidade, refrigerado a ar, e alimentado por injeção eletrônica.
Em conjunto com o câmbio de seis marchas — com a sexta over-drive, indicada pelo numeral “6” aceso no simples painel sobre o tanque — oferece torque à vontade, atingindo mais de 12 kgf.m a apenas 3.300 rpm. Uma delícia para se rodar na estrada sem trocar de marcha.
Além disso, o motociclista ainda se aproveita do confortável banco em forma de sela e da posição de pilotagem bastante relaxada com os braços esticados e as pernas apoiadas sobre duas grandes plataformas. Nesse momento é que se percebe porque as HD, e mais especificamente a Fat Boy, são praticamente um mito entre os estradeiros. Sobra conforto, o motor esbanja “força”, e tem-se a sensação de poder rodar por muitos e muitos quilômetros.
Se a estrada for um pouco sinuosa, mas de asfalto bom, a Fat Boy também não enfrenta problemas. Mesmo pesando 324 kg (em ordem de marcha), o modelo parece bailar nas curvas de alta, graças ao bem acertado conjunto ciclístico — balança oscilante com dois amortecedores (escondidos) atrás e garfo telescópico na frente.
O único incômodo fica por conta das pedaleiras plataformas, que insistem em raspar no asfalto. Claro que a Fat Boy não tem a agilidade para os saltos e curvas protagonizados no filme “Exterminador do Futuro 2”, mas mostra mais agilidade que muitas outras motos Harley.
Ficha Técnica
Motor: Bicilíndrico em “V”, Twin Cam B 96, refrigerado a ar
Capacidade: 1584 cm³
Potência: não declarada
Torque: 12,24 KGF.m a 3300 rpm
Alimentação: Injeção eletrônica de combustível
Transmissão: Correia dentada
Câmbio: Seis velocidades
Partida: Elétrica
Pneus e rodas dianteiras: Liga-leve - D407F 140/75R17 67V
Pneus e rodas traseiras: Liga-leve - D407 200/55R17 78V
Quadro: Tubular em aço
Suspensão dianteira: Garfo telescópico com 41,3 mm de diâmetro – 130 mm de curso
Suspensão traseira: Bichoque, com regulagem na pré-carga – 109 mm de curso
Freio dianteiro: Disco com 292 mm e quatro pistões
Freio traseiro: Disco com 292 mm e quatro pistões
Preço: R$ 58.900,00
Fotos: Mario Villaescusa.
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