Na lata! Avaliamos a Yamaha MT-07
Última naked de média capacidade a chegar ao segmento, modelo tem conquistado o público, mas já está mais caro
Por André Jordão
Por André Jordão
André Jordão
A Yamaha lançou oficialmente a MT-07 em fevereiro, mas começou a comercializar o modelo em abril alinhado ao line-up mundial da marca – primeiro chegou a MT-09 e, anotem, em muito breve será a vez da MT-03, versão street da R3, recém-lançada. Analisando os números da Fenabrave, federação que reúne os distribuidores de veículos no Brasil, já é possível afirmar que a estratégia da fábrica dos diapasões foi correta. Explico: a MT-07, desde junho de 2015, tem sido a naked de média capacidade que mais emplacou unidades, superando a Honda CB 650F (líder no acumulado), a CB 500F e a Yamaha XJ6 N.
Buscando na memória lembraremos que este mesmo segmento era dominado por motocicletas médias de alto desempenho, caso das extintas Hornet e FZ6 N. No entanto, seguindo uma tendência mundial, foi a própria Yamaha que inovou ao substituir a “agressiva” FZ6 pela “mansa” XJ6, em uma ação que fez muitos motociclistas torcerem o nariz na época. Mas a verdade é que a Yamaha acertou, virou líder com a XJ6 e “obrigou” a Honda a “domesticar” a Hornet, quando nasceu a CB 650F.
Enfim, este mercado hoje é procurado pelo consumidor que vai dar um up-grade em sua garagem, mas ainda não se sente seguro em uma motocicleta com mais de 100 cavalos. Vindo de uma moto menor ou comprando seu primeiro veículo de duas rodas, este consumidor quer algo moderno, com certa potência/torque (claro!) e com um preço mais acessível. Vale ressaltar que a MT-07 foi lançada por R$ 26.990 para o modelo standard e R$ 28.490 para a versão com freios ABS e agora já está mais cara, R$ 27.990 e R$ 29.990, respectivamente.
Receita de sucesso
Seguindo a risca esta receita, a Yamaha trouxe a MT-07. Moderna, seu visual remete ao puro conceito naked. Ao subir na moto o piloto não enxerga nada a sua frente, dando a impressão de não haver trem dianteiro. Herdado de sua irmã maior, a nova moto conta com um design ousado: farol poligonal, duas entradas de ar, com os três diapasões característicos da marca, e um visual invocado. Destaque também para a traseira, que traz assento bipartido e lanterna de LEDs embutida. Outro ponto visual que vale a pena ser destacado é o escapamento curto, localizado do lado direito da moto.
Leve, embora conte com um quadro tubular de aço, a MT-07 pesa 179 quilos na versão standard e 182 quilos na versão com ABS em ordem de marcha. O motor faz parte da estrutura do chassi, o que permite a redução de massa e melhora no centro de gravidade. Isso faz da MT-07 uma moto “na mão”! As pernas abraçam o tanque com facilidade e ela parece pequena, quase uma street de 250cc. Basta pressionar as pedaleiras que a moto obedece como se fosse um modelo menor, realizando mudanças de direção com facilidade.
Essa leveza e compactação da MT-07 também tem um ponto negativo. Em altas velocidades a frente fica muito leve e a traseira – a versão testada não tinha freios ABS – derrapa facilmente em freadas mais bruscas. Já as suspensões, tipo monocross com link e nove posições de ajustes na pré-carga e do tipo garfo telescópico, com a mesa em alumínio, funcionam de acordo com a proposta: rígidas o suficiente para deitar nas curvas e macias para encarar esburacados trechos urbanos.
Propulsor elástico
O bicilíndrico de 689 cm³, com duplo comando de válvulas no cabeçote e refrigeração líquida, é o que mais chama atenção na MT-07. A adoção do virabrequim crossplane com intervalos de ignição de 270° garante bastante torque desde os baixos giros. Embora o máximo de 6,9 kgf.m chegue a 6.500 rpm, grande parte disso já pode ser utilizada a partir dos 2.500 giros. Em resumo, basta engatar a primeira marcha e “torcer o cabo” para que a roda dianteira da MT-07 saia do chão.
E mesmo em altos giros, a 9.000 rpm, onde se encontra a potência máxima, o bicilíndrico se mostra animado e gira suave. Como todo bicilíndrico paralelo, vibra um pouco mais que o normal, porém nada que chegue a incomodar. E se os 74,8 cv de potência máxima parecem pouco, saiba que são suficientes para rodar acima do limite legal das rodovias.
A única crítica vai para o consumo. Em um ritmo mais animado e esportivo na estrada, rodei 18 km com um litro de gasolina – elevado para um motor dessa capacidade. Mas ao pilotar de forma mais racional, aproveitando o bom torque do motor na cidade e na estrada, a MT-07 fez 22 km/litro – com a luz “Eco”, que acende ao se pilotar na faixa de rotação mais econômica. De qualquer forma, os números prejudicam a autonomia do modelo devido ao tanque com capacidade para apenas 14 litros. De uma forma otimista, pode-se rodar no máximo 295 km – mas aos 190 km a luz de reserva acendeu e o ‘Fuel Trip’ do painel entrou em funcionamento.
Opções do segmento
Este segmento naked de média capacidade não para de crescer. Hoje, deixando de lado a CB 500F, tem onze modelos de motocicletas para atender o consumidor. Para elucidar esta disputa, produzimos um vídeo com todos os detalhes da Yamaha MT-07 e projetamos a concorrência, confira!
Veja o preço de alguns acessórios que aumentam a versatilidade da MT-07 e proporcionam mais conforto ao piloto:
- Bagageiro traseiro R$ 749,00
- Parabrisa Fly R$ 749,00
- Assento Conforto R$ 1.299,00
- Fixador das bolsas laterais R$ 549,00
- Kit adaptador para suporte da bolsa sobre o tanque R$ 249
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