Low Rider S entrega agressividade; Road Glide Limited traz tecnologia

O MOTO.com.br pilotou as duas novidades da linha 2020 da Harley-Davidson e conta quais foram as impressões sobre os modelos

Por Gabriel Carvalho

A Harley-Davidson revelou a linha de modelos para 2020 para o mercado brasileiro. A primeira novidade a ser exibida no país foi a Low Rider S, apresentada durante o Festival Duas Rodas, que aconteceu em São Paulo entre os dias 29 de agosto e 1º de setembro de 2019. 

No fim de novembro, a fabricante confirmou as demais motocicletas que integrariam a linha 2020 e trouxe mais uma novidade: a Road Glide Limited, que substitui a Road Glide Ultra. As famílias Touring e CVO, assim como no exterior, ganharam um banho de tecnologia e agora contam com um pacote eletrônico que inclui controle de tração e assistente de saída em ladeiras, por exemplo. 

A convite da Harley-Davidson do Brasil, o MOTO.com.br teve o primeiro contato com a linha 2020 da fabricante e traz aqui as primeiras impressões sobre as duas novidades da marca, a Low Rider S e a Road Glide Limited. 


Foto: Harley-Davidson do Brasil

Low Rider S: torque de sobra e boa dose de esportividade 

A primeira das novidades da linha 2020 a ser apresentada no Brasil foi a Low Rider S. O modelo, que existia na finada família Dyna, retorna reformulada e agora é a mais nova integrante da família Softail.  

Visualmente, o modelo mantém o design agressivo da geração Dyna, incluindo os mostradores (velocímetro e conta-giros) localizados na parte superior do tanque de combustível, mas há diferenças essenciais na parte técnica.  

O conjunto de suspensão é novo, passando a ser composto por garfo invertido na dianteira e monoamortecedor na traseira – esta, característica da família Softail a qual a Low Rider S pertence agora.  

Outro elemento de destaque é o motor. A Low Rider S é equipada com o Milwaukee-Eight 114, que entrega 16,11 kgf.m de torque máximo a 3 mil giros – a potência máxima nos modelos atuais da fabricante não é divulgada. 

Sem controle de tração, o comportamento nas acelerações lembra o da FXDR 114, lançamento da marca para a linha 2019: é necessário cautela nas saídas de semáforos ou saídas de curva, pois a Low Rider S é bruta. Uma acelerada mais forte com o piloto muito relaxado pode jogar o corpo para trás ou fazer com que a roda traseira derrape e perca aderência. 

Com um ângulo de cáster de 28° - o menor da família Softail – a Low Rider S traz boa dose de esportividade na pilotagem. A moto é ágil e se mostra firme nas mudanças de direção, transmitindo segurança para o motociclista.  

O trajeto do test ride no Brasil não incluiu trechos muito sinuosos e com isso ficou no ar a curiosidade sobre como a Low Rider S se comporta em uma estrada cheia de curvas, o que nos permitiria explorar mais a agilidade do modelo. 

Mas isso se resolveu durante a viagem que o MOTO.com.br fez a convite da Harley-Davidson do Brasil para a Espanha (você poderá ler mais sobre a viagem em breve, fique ligado). Lá, o repórter teve a oportunidade de pilotar a Low Rider S nas pequenas e sinuosas estradas do sul do país. 

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Foi então que a impressão inicial se comprovou: a Low Rider S é divertida e se comporta bem nas curvas travadas e mudanças de direção rápidas que as pequenas estradas espanholas exigem. A moto até passa a impressão de que poderia inclinar um pouco mais do que os “avisos recebidos” ao raspar as pedaleiras. 

No primeiro contato com a Low Rider S, a posição de pilotagem não ofereceu encaixe logo de cara, exigindo certo tempo de adaptação, especialmente em trechos longos de reta na rodovia. Após entender o local exato para posicionar as pernas, entretanto, tudo se acertou e no segundo contato o encaixe foi imediato. 

Isso, claro, para um piloto de estatura mediana: o autor deste texto e piloto durante o test ride mede 1,69m. Pilotos mais altos e habituados com os demais modelos da família Softail podem se incomodar com o posicionamento das pedaleiras, mais próximas do corpo. Para referência, o posicionamento das pernas lembra um pouco o das Iron 883 e Iron 1200 – em termos gerais de pilotagem, especialmente a segunda, pela altura do guidão.  

A distribuição de peso é outro ponto positivo da Low Rider S, que parece mais leve na pilotagem do que os 308 quilos em ordem de marcha sugerem. O assento baixo, a 690 mm do solo, facilita a vida do motociclista nas manobras em baixa velocidade e é fácil conduzir a motocicleta em trechos urbanos. 

Se o motociclista busca uma Harley-Davidson com estilo e desempenho agressivo, a Low Rider S oferece o que ele procura. Não há recursos eletrônicos, o sistema ABS é o máximo que o motociclista vai encontrar como auxílio na pilotagem.  

Controlar a Low Rider S, portanto, cabe basicamente ao piloto. Parece divertido? A resposta, pelo menos para o piloto deste teste, é ‘sim’, desde que a pessoa interessada possa desembolsar R$ 74.800, preço inicial da moto. 


Foto: Guilherme Veloso/Harley-Davidson do Brasil

Road Glide Limited: novidades ‘invisíveis’ que trazem mais segurança 

Deixando a agressividade da Low Rider S de lado, era chegada a hora de pilotar uma moto com outro perfil, saindo da família Softail e partindo para a família Touring. Em relação a modelos, a novidade da vez é a Road Glide Limited que, como dissemos no início, substitui a Road Glide Ultra. 

Algumas mudanças visuais em termos de grafismos e no acabamento, que deixa de lado os cromados da Road Glide Ultra e aposta na cor preta na Road Glide Limted. O motor segue o mesmo: o Milwaukee-Eight 114, que assim como na Low Rider S entrega 16,11 kgf.m de torque máximo a 3.000 rotações por minuto.

A principal novidade não somente da Road Glide Limited mas de todas as motos integrantes das famílias Touring e CVO é algo que os olhos não podem ver: o Reflex Defensive Rider System (RDRS), pacote de recursos eletrônicos até então inédito em motos da Harley-Davidson. 

Pode até ter demorado, mas a eletrônica chegou na Harley-Davidson com recursos de primeiro nível: controle de tração e freios ABS atuam em curvas e há ainda assistente de parada, que impede que a moto se mova quando o piloto para tanto em subidas quanto em descidas, e sistema de monitoramento da pressão dos pneus, que emite avisos ao motociclista caso a pressão de algum pneu esteja abaixo do recomendado. 

Ainda em relação aos freios, há um complexo e interessante sistema de freios combinados eletronicamente, que também funciona em curvas e distribui a força de frenagem entre a dianteira e a traseira independentemente de qual freio é acionado.  

Seja acionando o dianteiro, seja acionando o traseiro, o sistema atua de modo a equilibrar a força de frenagem, deixando de atuar em frenagens leves e em baixas velocidades. 

Toda a tecnologia embarcada na Road Glide Limited não pode ser vista e, em situações normais de pilotagem, não é sentida. Ainda assim, os recursos podem fazer a diferença em momentos de emergência e evitar quedas – levantar uma motocicleta que pesa 429 quilos em ordem de marcha, mesmo com as técnicas, não é uma tarefa simples (e ninguém quer cair, não é mesmo?). 

Sendo assim, a pilotar a Road Glide Limited traz sensações bastante similares às da Road Glide Ultra. A nova integrante da família Touring é, assim como a antecessora, uma moto que convida o motociclista a pegar a estrada para longas viagens. 

A posição de pilotagem segue confortável, a moto se mostra firme em altas velocidades, o sistema de som é potente e o espaço para carregar objetos está ali, com os alforjes laterais e o top case - a capacidade máxima de carga da Road Glide Limited é, segundo a fabricante, de 188 quilos. O preço? A partir de R$ 105.500.

A inclusão da eletrônica mostra que a Harley-Davidson olha para a tecnologia e sabe da importância dos recursos tecnológicos para proporcionar mais segurança aos motociclistas, mas também conversa com os mais tradicionais ao manter o estilo e a proposta da marca. A eletrônica chegou, mas não interfere de forma indevida e não limita a pilotagem - que segue prazerosa, mas está mais segura.


Foto: Harley-Davidson do Brasil

Ficha técnica Harley-Davidson Low Rider S

Motorização Tipo 4 tempos
Arrefecimento Ar & Óleo
Válvulas 8 válvulas (4 por cilindro)
Alimentação Injeção Eletrônica Multiponto Sequencial
Cilindrada 1868cm³
Diâmetro x Curso do Pistão 102 x 114,3
Taxa de compressão 10,5:1
Torque 16,4 kgf.m a 3.000 rpm
Escapamento 2 em 2
Transmissão Embreagem Multidisco banhada a óleo
Câmbio Manual - 6 marchas
Final 2.063
Primária 1.353
Relação de Transmissão - 1ª 3.337
Relação de Transmissão - 2ª 2.313
Relação de Transmissão - 3ª 1.718
Relação de Transmissão - 4ª 1.391
Relação de Transmissão - 5ª 1.185
Relação de Transmissão - 6ª 1
Chassi Tipo Berço-duplo de aço
Balança Aço
Rake 28°
Trail 145mm
Ângulo de Inclinação, direita 30,1°
Ângulo de Inclinação, esquerda 30,1°
Suspensão Dianteira Telescópica invertida
Curso 130mm
Regulagens Sem ajuste
Traseira Mono-amortecida
Curso 56mm (Existe uma relação 2:1 entre curso de suspensão e o curso da roda)
Regulagens pré-carga da mola
Freios Dianteira Duplo disco com 300mm, pinça com 4 pistões - ABS
Traseira Disco simples com 292mm, pinça com 2 pistões - ABS
Rodas/ Pneus Modelo Radiate
Dianteiro Michelin Scorcher "31" - 110/90B19 M/C 62H
Traseiro Michelin Scorcher "31" -180/70B16 M/C 77H
Medidas Comprimento 2355mm
Largura 850mm
Entre-eixos 1615mm
Altura do assento 690mm
Distância mínima do solo 120mm
Capacidade de combustível 18,9 litros
Peso (em ordem de marcha) 308kg
Capacidade máxima de carga 218kg

Foto: Guilherme Veloso/Harley-Davidson do Brasil

Ficha técnica Harley-Davidson Road Glide Limited

Motorização Tipo Milwaukee-Eight®114
Arrefecimento Twin-Cooled™ (Ar e Água)
Válvulas 4 Válvulas/cilindro
Alimentação Injeção eletrônica Multi-ponto Sequencial (ESPFI)
Cilindrada 1.868 cm3
Diâmetro x Curso do Pistão 102 mm x 114,3 mm
Taxa de compressão 10,5:1
Torque 16,52 kgf.m / 3.000 rpm
Escapamento 2-1-2 com catalisador no coletor de escapamento e silenciadores chanfrados cromados
Transmissão Embreagem Multidisco banhada em óleo - Acionamento hidráulico
Câmbio 6 marchas
Final Correia dentada, Relação 2,125:1
Primária Corrente, Relação 1,35:1
Relação de Transmissão - 1ª 3,33:1
Relação de Transmissão - 2ª 2,31:1
Relação de Transmissão - 3ª 1,72:1
Relação de Transmissão - 4ª 1,39:1
Relação de Transmissão - 5ª 1,18:1
Relação de Transmissão - 6ª 1,00:1
Chassi Tipo Berço duplo, Aço tubular
Balança Aço com rolamentos esféricos
Cáster 26°
Trail 170 mm
Ângulo de Inclinação, direita 31,9°
Ângulo de Inclinação, esquerda 31,8°
Suspensão Dianteira Showa® SDBV® Telescópica (49 mm)
Curso 117 mm
Regulagens Sem regulagem
Traseira Amortecedores da linha Premium ajustáveis
Curso 76 mm
Regulagens Pré-carga da mola
Freios Dianteiro Disco duplo de 300 mm, Pinças com 4 pistões, Sistema ABS
Traseiro Disco simples de 300 mm, Pinça com 4 pistões, Sistema ABS
Rodas/ Pneus Modelo Liga-leve Custom Black, Slicer II
Dianteiro Dunlop D408F - 130/80B17 65H
Traseiro Dunlop D407T - 180/65B16 81H
Medidas Comprimento 2.595 mm
Largura 930 mm
Entre-eixos 1.625 mm
Altura do assento 735 mm
Distância mínima do solo 130 mm
Capacidade de combustível 22,7 litros
Peso (em ordem de marcha) 429 kg
Capacidade máxima de carga 188 kg

Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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