Kawasaki Z 1000R é moto 'pura' e de 'dupla personalidade'
Naked da fabricante japonesa conta somente com ABS e responde de forma arisca ou suave de acordo com a pilotagem
Por Gabriel Carvalho
Por Gabriel Carvalho
A Kawasaki Z 1000 é a naked topo de linha da fabricante japonesa. Na versão Z 1000R, o modelo possui alguns itens diferenciados, como suspensão traseira Öhlins e freio dianteiro a cargo da Brembo, além de um esquema de cores mais agressivo quando comparado com as cores sólidas da versão standard.
Os tank pads, protetores do quadro e assento também são detalhes exclusivos da Kawasaki Z 1000R. Nos demais itens, tudo igual entre as duas versões. A começar pelo motor, um quatro cilindros em linha de 1.043 cm³, que rende 142 cv de potência a 10 mil giros e torque de 11,3 kgf.m a 7.300 rotações por minuto. A transmissão é de seis velocidades.
Diferente das principais concorrentes no segmento, a Kawasaki Z 1000R é uma moto ‘pura’ no sentido de ajudas para o piloto: nada de controle de tração, antiwheelie ou mapas de potência – o acelerador ainda usa o bom e clássico cabo. Tais características fazem com que a Z1000 R seja uma moto com 'dupla personalidade'. E o termo não é utilizado aqui de forma pejorativa, como o leitor pode conferir a seguir.
Com tanta potência, torque e nada de ajuda eletrônica, a Z 1000R não é uma moto para qualquer piloto, especialmente para os novatos. Uma acelerada mais empolgada vai levantar a roda dianteira e não há eletrônica para recolocar a borracha da frente de volta ao solo. Todo o controle da entrega de força fica na mão do motociclista, portanto cautela é a palavra, principalmente nas ruas.
Por outro lado, a Z 1000R pode ser uma motocicleta extremamente dócil e que permite rodar de forma suave em perímetro urbano. A elasticidade do conjunto motor/transmissão chama a atenção e é possível rodar em sexta marcha a 60 km/h sem engasgos oriundos do conjunto motriz e basta acionar um pouco mais o acelerador para a velocidade aumentar.
O conjunto de suspensão, que ganha a grife Öhlins na traseira e mantém o garfo da Showa na dianteira, é firme como se espera de uma moto com toques de esportividade, portanto nessa equação o piloto sente um pouco mais as imperfeições do asfalto.
Analisando em perspectiva, é um pequeno preço que se paga para ter uma motocicleta boa de curva. A Z 1000R passa muita confiança ao piloto nas mudanças de direção, só exigindo o cuidado no acelerador nas saídas de curva e retomadas, como mencionado acima.
Com a inclusão de itens Brembo no freio dianteiro – com componentes de especificações tão altas quanto os da Ninja H2R – a força de frenagem da Z 1000R pode assustar os menos experientes. Não é necessário pressionar muito o manete na mão direita - que conta com ajuste, assim como o de embreagem - para conseguir parar os 221 quilos em ordem de marcha da moto japonesa.
O painel, digital, é completo e mostra o essencial ao piloto: hodômetros parcial e total, indicador de marcha, velocímetro e consumo médio e instantâneo. Para uma moto de alta cilindrada, o consumo é satisfatório: em condução tranquila, é possível chegar na casa de 17 km/l. Bastam poucas aceleradas e esse número se reduz rapidamente. Fica a cargo do piloto, então, decidir se quer poupar combustível ou encher as veias com altas doses de adrenalina.
Com preço sugerido de R$ 60.990, a Kawasaki Z 1000R entrega força ou docilidade, dependendo de quem está no comando da moto. As duas personalidades do modelo agradam e o tornam versátil, permitindo uso na cidade e na pista – apesar de não ter cara de superesportiva, a moto tem a alma de uma.
MOTOR |
|
Tipo |
4 tempos, 4 cilindros em linha, refrigeração líquida |
Cilindrada |
1.043 cc |
Potência máxima |
142 CV a 10.000 rpm |
Torque máximo |
11,3 kgf.m a 7.300 rpm |
Diâmetro x curso |
77,0 x 56,0 mm |
Taxa de compressão |
11,8:1 |
Sistema de válvulas |
DOHC, 16 válvulas |
Sistema de combustível |
Injeção eletrônica |
Ignição |
Bateria e bobina (ignição transistorizada) |
Partida |
Partida elétrica |
Lubrificação |
Lubrificação forçada (cárter úmido) |
QUADRO |
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Tipo |
Tubular duplo em alumínio |
Curso da roda: Dianteiro |
120 mm |
Curso da roda: Traseiro |
135 mm |
Pneu: Dianteiro |
120/70ZR17M/C (58W) |
Pneu: Traseiro |
190/50ZR17M/C (73W) |
Caster (rake) |
24,5° |
Trail |
101 mm |
Ângulo de esterçamento (Esq/Dir) |
29° / 29° |
DIMENSÕES |
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Comprimento total |
2.045 mm |
Largura total |
790 mm |
Altura total |
1.055 mm |
Entre eixos |
1.435 mm |
Altura mínima do solo |
125 mm |
Altura do assento |
815 mm |
Peso em ordem de marcha |
221 kg |
Capacidade do tanque |
17 litros |
TRANSMISSÃO |
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Transmissão |
6 velocidades |
Sistema de acionamento |
Corrente de transmissão |
Relação de redução primária |
1,627 (83/51) |
Relações de marcha: 1a |
2,600 (39/15) |
Relações de marcha: 2a |
1,950 (39/20) |
Relações de marcha: 3a |
1,600 (24/15) |
Relações de marcha: 4a |
1,389 (25/18) |
Relações de marcha: 5a |
1,238 (26/21) |
Relações de marcha: 6a |
1,107 (31/28) |
Relação de redução final |
2,867 (43/15) |
Embreagem |
Multidisco, em banho de óleo |
SUSPENSÃO |
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Dianteira: |
Garfo invertido de 41 mm com compressão, retorno e pré-carga da mola ajustáveis |
Traseira: |
Back-link horizontal com amortecedor a gás, com retorno e pré-carga da mola ajustáveis |
FREIOS |
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Dianteiro: Tipo |
Disco duplo de 310 mm em forma de pétala |
Dianteiro: Pinça |
Dupla de fixação radial com 4 pistões opostos |
Traseiro: Tipo |
Disco simples de 250 mm em forma de pétala |
Traseiro: Pinça |
Pistão simples |
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