Kawasaki Ninja ZX-6R é entrada amigável no mundo das superesportivas
Nova geração da superesportiva média tem fôlego de sobra para as ruas e medida certa para primeiros passos em motos com o DNA dos circuitos
Por Gabriel Carvalho
Por Gabriel Carvalho
O mercado de superesportivas médias estava vazio no Brasil até março deste ano, quando a Kawasaki Ninja ZX-6R retornou ao país em nova geração.
Convidado pela fabricante para o lançamento do modelo, o MOTO.com.br esteve na Fazenda Capuava e pôde dar algumas voltas com a novidade – as primeiras impressões podem ser conferidas aqui.
Tivemos, naquele momento, a oportunidade de pilotar a Kawasaki Ninja ZX-6R no habitat natural dela, que é a pista. Mas como o modelo se comportaria no dia a dia, enfrentando o trânsito de uma cidade como São Paulo?
Durante uma semana, estivemos com a Ninja ZX-6R e percorremos aproximadamente 50 quilômetros por dia contando ida e volta - da residência ao trabalho e vice-versa. Durante a manhã, o trajeto incluía as Marginais do Tietê e Pinheiros, enquanto no fim do dia o percurso era um pouco diferente, passando por avenidas e ruas da zona oeste, centro e zona norte da cidade de São Paulo.
O que havíamos notado na pista se comprova também nas ruas: a Ninja ZX-6R é uma moto fácil de pilotar e aceita uma tocada dócil. Assim como na Z 1000R, testada por aqui recentemente, a superesportiva média da marca japonesa tem um conjunto motor/ câmbio que permite uma condução tranquila em marchas altas.
Com o quickshifter para aumento das marchas, era fácil estar em sexta a 60 ou 70km/h, velocidades máximas permitidas nas vias local e central da Marginal Tietê, bastando acelerar um pouco para chegar aos 90 km/h permitidos na Marginal Pinheiros.
Andar em marchas mais baixas era tentador, pois a moto responde ao mínimo comando do piloto. Com mais torque disponível, a velocidade subia e se fazia necessário o controle da velocidade (e da vontade de explorar a alma esportiva do modelo) mesmo no modo mais ‘fraco’do motor – que entrega 65% dos 130 cavalos e ainda assim disponibiliza força de sobra para as ruas.
Passar pelo corredor formado entre os carros não foi problema nas Marginais: a Ninja ZX-6R se mostrou ágil nas mudanças de direção e respondeu de forma precisa aos comandos do piloto. Ao passar para as ruas e avenidas de São Paulo, a situação mudou um pouco. Com menos espaço no corredor entre os carros, os retrovisores largos da ZX-6R exigiram mais cautela.
A moto, porém, seguiu se mostrando dócil e fácil de pilotar mesmo no trânsito carregado. Obviamente, o ângulo de esterço de uma superesportiva é menor se comparado ao de outros modelos, então mudar de faixa entre um carro e outro não é muito recomendado.
As suspensões da Showa têm acerto mais voltado para a esportividade, como é de se esperar. A moto é estável em altas velocidades, firme nas freadas e passa confiança nas curvas – em resumo, um acerto para as pistas.
Tal característica compromete um pouco o conforto em ruas de piso irregular – é importante lembrar, no entanto, que a Ninja ZX-6R possui regulagem tanto no garfo invertido da dianteira quanto na balança monoamortecida na traseira, o que pode ajudar a equilibrar um pouco mais a equação entre desempenho e conforto.
Os freios, que contam com o ABS desenvolvido pela própria fabricante – o KIBS (Kawasaki Intelligent Brake System) – são eficientes e a atuação do sistema só se nota nas frenagens de emergência e ainda assim de forma muito discreta. Ponto para a fabricante nesse quesito.
O consumo de combustível também deixou impressão positiva. A marca aferida durante os testes foi de 15,9 km/l, média bastante satisfatória se levarmos em conta que se trata de um motor de quatro cilindros e 636 cm³ de cilindrada. Na pista, claro, a moto consome mais e fica abaixo da casa dos 10 km/l – não que o consumo seja algo no qual pilotos pensam enquanto aceleram, não é mesmo?
Por se tratar de uma superesportiva, o guidão é mais baixo do que em motocicletas dos demais segmentos e as pedaleiras são recuadas e ficam mais altas, deixando as pernas do piloto mais flexionadas.
Para não sobrecarregar braços e punho, lembre-se de manter as pernas firmes e coladas no tanque de combustível. Carregar uma mochila nas costas enquanto pilota a Ninja ZX-6R também não é indicado - o peso adicional de uma mochila, com a postura que uma superesportiva exige, vai gerar incômodo em períodos mais longos em cima da moto.
É possível a conduzir a Ninja ZX-6R na cidade sem dificuldades, mas o DNA da motocicleta pede que o piloto a leve para a pista e aproveite tudo que os 130 cavalos de potência (136 cv com o RAM Air) e a facilidade na pilotagem podem oferecer a um motociclista que deseja entrar no mundo das superesportivas e ‘raspar a saboneteira’ pela primeira vez.
A Kawasaki volta a oferecer uma motocicleta em um segmento que estava sem opções de modelos zero quilômetro no Brasil e, ao oferecer uma pilotagem amigável e preço sugerido de R$ 49.990 – cerca de R$ 20 mil a menos do que uma superesportiva de 1.000 cm³ - pode conquistar uma fatia considerável do mercado.
DIMENSÕES | |
Comprimento total | 2.025 mm |
Largura total | 710 mm |
Altura total | 1.100 mm |
Distância entreeixos | 1.400 mm |
Altura do solo | 130 mm |
Altura do assento | 830 mm |
Peso (ordem de marcha) | 196 kg |
Capacidade do tanque | 17 litros |
MOTOR | |
Tipo | 4 cilindros em linha DOHC, 16 válvulas, arrefecimento líquido |
Diâmetro x curso | 67 x 45,1 mm |
Deslocamento | 636 cm3 |
Taxa de compressão | 12,9:1 |
Alimentação | Injeção eletrônica (38 x 4) |
Potência máxima | 130 cv a 13.500 rpm |
Potência máxima com Ram Air | 136 cv a 13.500 rpm |
Torque máximo | 7,2kgƒ.m a 11.000 rpm |
TRANSMISSÃO | |
Transmissão final | Corrente |
Número de marchas | 6 velocidades |
Relação de marcha: | |
1ª | 2,846 (37/13) |
2ª | 2,200 (33/15) |
3ª | 1,850 (37/20) |
4ª | 1,600 (32/20) |
5ª | 1,421 (27/19) |
6ª | 1,300 (26/20) |
Relação de redução primária | 1,900 (76/40) |
Relação de redução final | 2,867 (43/15) |
CHASSI | |
Tipo | Perimetral em alumínio |
Suspensão Dianteira | Garfo telescópico upside-down de 41mm de diâmetro Showa Balance Free(BFF) com controle de compressão e retorno de amortecimento, pré-carga de mola, com molas do tipo Top-Out |
Suspensão Traseira | Amortecedor Bottom-Link Uni-Trak a gás com reservatório externo, controle de compressão e retorno de amortecimento, pré-carga de mola ajustável |
Curso Dianteira | 120 mm |
Curso Traseira | 151 mm |
Cáster | 23,5° |
Trail | 101 mm |
Ângulo de esterçamento (esq./dir.) | 27°/27° |
Pneu Dianteiro | 120/70ZR17M/C (58W) |
Pneu Traseiro | 180/55ZR17M/C (73W) |
Freio Dianteiro | 2 discos semi-flutuantes de 310 mm de diâmetro, pinças monobloco de montagem radial com 4 pistões opostos cada |
Freio Traseiro | 1 disco de 220 mm de diâmetro, pinça de 1 pistão |
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