Kawasaki Ninja 400 é ágil, divertida e fácil de pilotar

Ergonomia, ciclística e desempenho são pontos fortes da motocicleta, que chegou recentemente ao país e quer incomodar a Yamaha R3, líder do segmento

Por Gabriel Carvalho

Um dos lançamentos mais esperados no mercado brasileiro de motocicletas em 2018 era a Kawasaki Ninja 400. Em agosto, a fabricante finalmente apresentou oficialmente o modelo no país, dizendo se tratar de uma evolução em relação à Ninja 300.

Em números, o que se vê é um crescimento na cilindrada e na potência: são 48 cv a dez mil giros e torque máximo de 3,9 kgf.m a 8 mil giros no propulsor bicilíndrico de 399 cm³, quase dez cavalos a mais do que a antecessora e com mais torque.

A moto ganhou em força e ‘emagreceu’ 4kg, ficando com 168 kg em ordem de marcha. Chassi, freio e suspensão dianteira, tudo novo para adequar o conjunto ao ganho de força. Com tais modificações, como a moto se comporta?

Conforto na ergonomia e nos comandos
Ao subir na Ninja 400, o que se nota é a mesma facilidade para pilotos de menor estatura que se encontrava na Ninja 300, já que a altura do assento se manteve em 785 mm. Guidão e pedaleiras também contribuem para um bom encaixe na motocicleta. Não foi difícil e não levou muito tempo para encontrar uma posição confortável para a pilotagem. Os comandos são de fácil acesso e não tiram a atenção do piloto.

Após ligar a moto, uma grata surpresa vem ao acionar o manete de embreagem, extremamente macio. Ponto para a embreagem assistida e deslizante do modelo, que ainda evita o travamento da roda traseira em reduções mais bruscas. A maciez do manete faz a diferença ao pilotar por longos períodos de tempo.

Mais leve, mais ágil e veloz
Não somente o peso da Ninja 400 foi reduzido se comparado ao da Ninja 300. O entre-eixos também é menor, saindo dos 1.405 mm da antecessora para 1.370 mm. Ao somar a leveza do conjunto, boa ergonomia e um entre-eixos de 1.370 mm, o que se tem é uma moto ‘na mão’, bastante ágil e precisa nas mudanças de direção.

E, com mais potência, espera-se mais desempenho. A Ninja 400 não decepciona neste sentido e oferece performance mais do que suficiente para rodar tranquilamente por ruas e estradas brasileiras - em rodovia, a moto alcança facilmente a velocidade máxima permitida no Brasil (120 km/h) e o torque de 3,9 kgf.m permite retomadas seguras para realizar ultrapassagens, às vezes dispensando uma redução de marcha na transmissão de seis velocidades.

Tal desempenho também credencia a Ninja 400 para track days em circuitos mais travados, nos quais a agilidade e a leveza do modelo são garantia de diversão. Na ocasião do lançamento, o MOTO.com.br pilotou a moto no Haras Tuiuti e pôde viver isso na prática. Na pequena reta principal da pista, chegamos a 150 km/h com uma boa margem de segurança para iniciar a frenagem rumo à curva 1 da pista e foi possível perceber que ainda havia fôlego para ir além em termos de velocidade.

Aliás, ao acionar os freios a sensação é positiva. O ABS atua bem e passa segurança para o piloto. Na dianteira, o sistema ‘cresceu’, ganhando um disco de 310 mm – 20 mm a mais do que os 290 mm da Ninja 300. Na pista, os freios não acusaram perda de eficiência quando completamos uma longa sequência de voltas.

Consumo
Na cidade, pilotando de forma tranquila e respeitando os limites de velocidade, a Ninja 400 fez média de quase 23 km/l. Na estrada, em velocidade média de 100 km/h, o consumo foi um pouco melhor e ultrapassou a marca dos 26 km/l. Estes números a colocam praticamente no mesmo patamar da Yamaha R3, principal rival no segmento e que deve ver a nova geração chegar ao Brasil ainda neste ano.

Potencial para brigar pela liderança do segmento
No dia a dia, o piloto deve prestar atenção aos retrovisores, que na posição de uso nas ruas ficam abertos a ponto de não permitirem a passagem entre os carros em situações que outros modelos de dimensões semelhantes permitiriam.

O painel, de conta-giros analógico e demais mostradores digitais, poderia ser um pouco mais intenso em termos de luminosidade. A incidência da luz solar atrapalhou a visualização das informações em algumas oportunidades.

Esses detalhes, entretanto, não minimizam o potencial da Kawasaki Ninja 400. Com números superiores e consumo e preços - R$ 23.990,00 na versão standard e R$ 24.990,00 na KRT Replica, com as cores de competição da marca - praticamente iguais ao da rival e moto mais vendida do segmento, a motocicleta que consagrou Ana Carrasco como a primeira piloto campeã mundial na história do motociclismo chega com potencial para incomodar a Yamaha R3 no topo do ranking de motos esportivas.

Ficha técnica
Kawasaki Ninja 400

DIMENSÕES
Comprimento total 1.990 mm
Largura total 710mm
Altura total 1120 mm
Distância entre eixos 1370 mm
Altura do solo 140 mm
Altura do assento 785 mm
Peso (ordem de marcha) 168 kg
Capacidade do tanque 14 litros
MOTOR
Tipo 2 cilindros parelelos, DOHC, 8 válvulas, arrefecido a líquido
Potência máxima 48cv / 10.000 rpm
Torque máximo 3.9 kgf.m / 8.000 rpm
Diâmetro x curso 70,0 x 51,8  mm
Deslocamento 399 cm3
Taxa de compressão 11,5:1
Alimentação Injeção eletrônica (32 mm x 2)
TRANSMISSÃO
Transmissão final Corrente
Número de marchas 6 velocidades
Relação de marcha: 1ª 2,929
2,056
1,619
1,333
1,154
2,219
CHASSI
Tipo Treliça, aço de alta resistência
Suspensão: Dianteira Garfo telescópico de 41 mm
Suspensão:Traseira Amortecedor a gás com ajuste de pré-carga da mola e atuação por link
Curso: Dianteira 120 mm
Curso: Traseira 130 mm
Cáster 24,7°
Trail 92 mm
Ângulo de esterçamento (esq./dir.) 35°/35°
Pneu: Dianteiro 110/70R17 M/C 54H
Pneu: Traseiro 150/60R17 M/C 66H
Freio: Dianteiro Disco semi-flutuante de 310 mm. Pinça de dois pistões
Freio: Traseiro Disco de 220 mm. Pinça de dois pistões

Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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