H-D Road King 2017 esbanja conforto e desempenho em teste
Com para-brisa e alforjes laterais em couro, modelo da linha Touring da Harley-Davidson oferece conforto para pegar a estrada a partir de R$ 76.400
Por Alexandre Ciszewski
Por Alexandre Ciszewski
A Road King é o modelo mais clássico e menos “tecnológico” da linha Touring da Harley-Davidson. A versão 2017 traz como principal novidade a adoção do motor Milwaukee-Eight, que oferece uma aceleração mais rápida, com mais torque, menos vibração e com uma melhor dissipação do calor vinda do propulsor. Esteticamente, a moto é caracterizada pelos pneus de faixa branca, calçados em rodas raiadas, além de alforjes laterais de couro, para-brisa largo – destacável – e faróis auxiliares. Tudo com foco no conforto, no bom desempenho e sem perder o ar nostálgico. O preço sugerido é de R$ .
Com exceção do sistema de freios combinados, com auxílio do ABS, e do piloto automático, a Road King não conta com a sofisticada central multimídia dos outros modelos, como a Ultra Limited e a Street Glide Special. Esta Touring de entrada busca um consumidor de perfil mais purista, que quer uma Harley na sua essência, ou melhor, na simplicidade de formas, e com um grande “V2” para encarar longas viagens.
Para isso, a moto oferece assento confortável, boa ergonomia – o piloto vais sentado e com os braços quase que retos) e autonomia de mais de 300 Km), isso em função do tanque de combustível, de 22,7 litros.
Novo motor
Com oito válvulas e refrigeração a ar, o Milwaukee-Eight 107 – com 107 polegadas cúbicas, ou seja, 1.745 cm³ - que equipa a Road King é a versão mais simples do novo V2 norte-americano. Com 50% mais de fluxo de admissão e escape, conta também conta com embreagem deslizante de acionamento hidráulico, que reduziu em 7% o esforço do manete. Não é muito, mas dá para sentir a diferença no final do dia e depois de inúmeras trocas de marcha rodando pelo trânsito urbano.
O que impressiona mesmo é o aumento de torque em 10%. Agora são 14,8 kgf.m, já disponível a 3.250 rpm. Traduzindo: muita força em baixos e médios regimes. Exemplo, em sexta marcha, e com a moto a 110 Km/h, o motor gira a pouco mais de 2600 rpm. E há fôlego de sobra ganhar velocidade.
Enfim, o bom torque é fundamental para largar na frente quando acende a luz verde do semáforo, em uma retomada ou quando o piloto precisa baixar uma marcha e acelerar forte para fazer uma ultrapassagem, por exemplo.
Outro detalhe que agradou foi a redução de 75% as vibrações em marcha lenta, que passou de 1000 rpm para 850 rpm. Segundo o fabricante, o resultado foi obtido com fixação do motor ao quadro sobre coxins de borracha, aliados a um sistema de contrabalanceamento interno. O resultado é mais conforto para piloto e garupa. Falando em conforto, a H-D conseguiu diminuir também a temperatura que se propaga dos cabeçotes, uma reclamação antiga dos donos de Harley. As pernas agradecem!
Ciclística mais eficiente
Nesta veterana Touring, lançada originalmente em 1995, tudo foi pensado para justificar a alcunha de “rainha da estrada” desta Harley. Além de conferir um visual clássico ao modelo, o para-brisa e os alforjes laterais em couro garantem proteção aerodinâmica e uma boa capacidade de carga para quem vai viajar. Embora bem-acabadas e práticas, as malas não têm trava. Outro equipamento útil na estrada é o Cruise Control (piloto automático) de série.
Para levar os 376 kg (em ordem de marcha) mais piloto, garupa e bagagem, o modelo 2017 recebeu novas suspensões. Na dianteira, a Road King conta com garfo telescópico convencional da marca Showa com tubos de 44,4 mm de diâmetro e 117 mm de curso. Já na traseira, os amortecedores ganharam ajuste da pré-carga da mola em 23 posições, que pode ser regulada sem a ajuda de ferramentas ou bomba de ar.
Para ajustar a suspensão traseira, basta retirar a bolsa lateral (esquerda) e girar, manualmente, a “borboleta” até finalizar o ajuste fino, sempre de acordo com a tabela de utilização que está disponível no manual do proprietário.
Na prática, a suspensão está mais progressiva, copiando bem as irregularidades da estrada. Na cidade, com piso muito irregular, a moto sofre um pouco. Quando os freios são acionados a suspensão não afunda tanto. Consequentemente, a Road King se mantém no trilho.
Outro ponto positivo desta Harley são os freios combinados da Brembo, com sistema ABS, que oferecem boa dose de segurança. Mas em alguns momentos, ao acionar o freio traseiro com mais vigor a roda traseira chega a derrapar.
Mercado
Com novo motor e suspensões melhores, a Road King 2017 oferece mais desempenho e conforto do que o modelo anterior. E, mesmo com as novidades, ainda tem um preço um pouco menor do que sua principal concorrente, a Indian Chief Vintage que tem o mesmo estilo clássico, porém é vendida por R$ 79.990, ainda no seu modelo 2016.
Ficha Técnica
Harley-Davidson Road King Classic
Motor Dois cilindros em “V” a 45° e refrigeração a ar
Capacidade 1.745cm³
Câmbio Seis velocidades
Potência máxima ND
Torque máximo 14,8 kgf.m já a 3.250 rpm
Suspensão dianteira Garfo telescópico com 117 mm de curso
Suspensão traseira Amortecimento bichoque com 76 mm de curso
Freio dianteiro Disco duplo flutuante de 300 mm com pinça fixa de quatro pistões e ABS
Freio traseiro Disco simples de 300 mm com pinça fixa de quatro pistões e ABS
Pneu dianteiro MT90B16 72H
Pneu traseiro 180/65B16
Comprimento total 2420mm
Entre-eixos 1.625 mm
Distância do Solo 125 mm
Altura do assento (descarregada) 715 mm
Peso (em ordem de marcha) 376 kg
Tanque de combustível 22,7 l
Cor Vivid Black, Crushed Ice Pearl e Mysterious Red Sunglo / Velocity Red Sunglo
TEXTO: Aldo Tizzani / Agência INFOMOTO
FOTOS: Doni Castilho / Agência INFOMOTO
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