Dafra Speed 150 perde para não poluir
Para atender às normas de emissão de poluentes, modelo mais vendido da marca perdeu potência.
Por André Jordão
Por André Jordão
Aldo Tizzani
De janeiro até a segunda quinzena de agosto já foram emplacadas exatas 22.312 unidades da Dafra Speed 150. Segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), a moto é a sexta mais vendida na categoria street (veja ranking). Além da grande exposição de mídia, do preço competitivo (R$ 4.640), a versão 2010 da Speed agora está menos poluente, já que o modelo passou a atender a terceira fase do Promot (Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares).
As regras de emissões de poluentes entraram em vigor em janeiro, mas somente agora a moto passou por uma recalibração do sistema de combustão e de ignição e adotou um sistema que injeta ar no escapamento para reduzir a emissão de Monóxido de Carbono (CO). Além disso, ganhou novo catalisador no interior do tubo do escape.
Em função das modificações, o motor perdeu potência e torque. Com 149,4 cm³, agora o propulsor de origem chinesa da marca Lifan gera 11,1 cavalos de potência máxima a 8500 rpm (antes eram 13,2 cv a 7.700 rpm). O mesmo aconteceu com o torque. Caiu de 1,31 kgf.m a 7.000 rpm para 1,20 kgfm a 7.800 rpm. Analisando os números e rodando com Speed 150 fica evidente a perda de desempenho, principalmente em baixas rotações.
O melhor rendimento para este motor de um cilindro OHV (Over Head Valves) é acima dos 6.000 giros. Porém, desta faixa de rotação para cima a vibração fica acentuada e incomoda bastante o piloto. Outro item de conforto que poderia ser melhorado é o assento, que poderia ter uma espuma de maior densidade. Outro resultado negativo da necessidade do motor girar mais para não perder tanto desempenho foi o consumo. Na cidade a Speed 150 rodou 30 km/litro de gasolina – número baixo levando-se em consideração a capacidade do motor e o consumo médio das concorrentes.
Suspensões e freios
O conjunto de suspensão e freios não sofreram nenhuma alteração e seguem receitas tradicionais. Na dianteira, garfo telescópico com 120 mm de curso e freio a disco. Na unidade testada, o sistema se apresentou bastante “borrachudo”, ou seja, demorava a responder depois de ser acionado. Porém, com o uso, as pastilhas foram se acomodando e, consequentemente, melhorando um pouco o funcionamento. Mas ainda assim não é um primor. Por isso, a dica é dosar a frenagem entre os freios dianteiro e traseiro.
Na parte traseira, sistema bichoque, com amortecedores fixados a uma balança, e freio a tambor eficiente. Evidentemente que na buraqueira de São Paulo, a moto sofreu bastante. Porém, a suspensão está de acordo com a proposta urbana do modelo – a dianteira, por exemplo, é bem firme. Além disso, a Dafra fez uma excelente escolha quando optou em utilizar os pneus Pirelli City Demon (os mesmos da Honda CG Titan). Em vez de manter pneus de origem chinesa: em geral mais “duros” e menos aderentes.
Para completar, a Dafra Speed 150 traz rodas de liga leve, um completo painel de instrumentos (hodômetros, conta-giros e indicador de marcha) e comandos de fácil acesso. Conta até mesmo com lampejador de farol alto.
Mercado
Sexta moto mais vendida na categoria street, o “carro-chefe” da Dafra fica atrás de suas principais concorrentes. Perde para as campeãs da Honda - CG 125 Fan e Titan 150c – para a Yamaha YBR 125 Factor, Suzuki Yes EN 125 e até mesmo para a já aposentada CBX 250 Twister. Confira abaixo o ranking dos modelos mais vendidos e sua participação dentro de sua categoria.
Tem somente o preço mais competitivo como atração: cotada a R$ 4.640, a Speed 150 é mais barata que suas rivais com freio a disco e partida elétrica. A CG 125 Fan, por exemplo, não oferece freio a disco, mas tem partida elétrica na versão ES vendida a R$ 5.422. Já a CG Titan 150 ESD, topo de linha, sai por R$ 6.780,00 – mas tem injeção eletrônica e motor de maior capacidade. A YBR 125 Factor ED tem rodas de liga de leve, freio a disco, partida elétrica e custa R$ 6.521,00.
A concorrente mais direta da Dafra seria a Suzuki Yes EN 125. O modelo também tem rodas de liga, freio a disco na dianteira e partida elétrica. Além de um painel completo, por R$ 5.758,00 – só não se sabe se o modelo atende ao Promot 3. E mesmo mais cara, a Suzuki Yes vendeu mais de 10 mil unidades a mais que a Dafra Speed 150.
Marca/Modelo Unidades emplacadas * Participação na categoria
Honda CG 125 Fan 235.839 35,49%
Honda CG 150 Titan 204.198 30,73%
Yamaha YBR 125 Factor 73.833 11,11%
Suzuki Yes 125 33.055 4,97%
Honda CBX 250 27.837 4,19%
Dafra Speed 150 22.312 3,36%
* fonte Fenabrave. Dados acumulados em 2009 até a primeira quinzena de agosto.
FICHA TÉCNICA:
Motor: Monocilíndrico, quatro tempos, (OHV) comando simples no cabeçote e refrigeração a ar
Cilindrada: 149,4 cm³
Potência: 11,1 cv a 8.500 rpm
Torque: 1,20 kgfm a 7.800 rpm
Alimentação: Carburador PZ27
Câmbio: Cinco velocidades
Transmissão: Corrente
Partida: Elétrica e a pedal
Rodas e pneus: Dianteiro Pirelli City Demon 2.75-18; traseiro Pirelli City Demon 90/90-18
Chassi: Quadro tipo diamante em aço estampado
Comprimento: 1.980 mm
Largura: 735 mm
Altura: 1.112 mm
Entre-eixos: 1.320 mm
Tanque de combustível: 15 litros
Suspensão:
Dianteira: Garfo telescópico com 120 mm de curso
Traseira: braço oscilante com duplo amortecimento com 75 mm de curso
Freios:
Dianteiro: Disco simples
Traseiro: Tambor
Cores: Prata, preta, amarela e vermelha
Preço: R$ 4.640,00
Fotos: Gustavo Epifanio
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