Bandit 650N recebe injeção de ânimo

Ícone entre as motos naked, modelo da Suzuki ganha motor injetado e refrigeração líquida.

Por Leandro Alvares

Arthur Caldeira

Todo motociclista fã de motos naked tem na linha Suzuki Bandit um ícone. Afinal, há mais de uma década em produção, a Bandit já passou por diversas mudanças, porém sem nunca perder sua identidade visual de “moto com cara de moto” e também mantendo suas principais qualidades: o conforto e a versatilidade.
 
Isso foi confirmado ao pilotar o modelo 2008 da Suzuki Bandit GSF 650 atualmente à venda no Brasil. O design continua o mesmo, mas a Bandit 650 ganhou duas importantes modificações no motor: agora com injeção eletrônica e refrigeração líquida, dois pedidos antigos dos motociclistas — anteriormente essa Suzuki tinha carburadores e refrigeração mista (ar e óleo).

Porém, antes mesmo de acionar esse novo motor de quatro cilindros em linha agora mais potente, já se pode perceber que a confortável posição de pilotagem da Bandit 650N foi mantida, graças ao guidão e ao banco largo e macio.

Mais potente

Totalmente redesenhado, o propulsor manteve a mesma capacidade cúbica (656 cm³) e arquitetura — são quatro cilindros em linha com comando duplo no cabeçote e quatro válvulas por cilindro. Internamente foram alterados os eixos de transmissão para que o motor ficasse mais compacto e por fora recebeu uma pintura prata no lugar da cor preta de versões anteriores.

Mas com a nova alimentação por injeção eletrônica e com a refrigeração líquida, o motor ganhou sete cavalos de potência máxima; passou dos anteriores 78 cv (a 10.100 rpm) para 85 cv a 10.500 rpm. Sem falar na clara vantagem da injeção nas respostas ao acelerador, muito mais precisas e instantâneas.

Com o novo sistema de alimentação eletrônica, o torque em baixas e médias rotações, outro ponto positivo da Suzuki Bandit 650, ficou ainda melhor. Com uma curva mais plana, o piloto tem a sensação de que o motor está sempre pronto a responder. Assim como em altos regimes a cavalaria maior também parece empurrar com mais facilidade essa naked.

E vem justamente do comportamento do motor outro grande motivo do sucesso da Bandit: sua versatilidade. Seja para rodar pela cidade sem trocar muito de marcha, usufruindo a “força” do motor, ou para acelerar mais esportivamente, a Bandit é a moto apropriada.

Ciclística

O caráter versátil da Suzuki Bandit 650N significa que ela cumpre bem várias funções, porém tem seus limites. Principalmente quando o assunto é pilotar esportivamente. Apesar de 10% mais rígido, o quadro berço duplo em aço e os conjuntos de suspensões não são de uma moto esportiva.

O garfo telescópico dianteiro é convencional e ganhou ajuste na pré-carga da mola nesse modelo. A balança traseira monoamortecida permite ajustes na pré-carga da mola e também no retorno. Ambos, porém, são ajustados para garantir o conforto do piloto e garupa em longas viagens ou em uma volta pela cidade. Mas na hora de acelerar para valer as limitações aparecem.

Durante o teste, realizado na pista de teste da Pirelli em Sumaré (SP), a Bandit 650 comportava-se muito bem nas entradas de curvas, permitindo deitar até o limite. No entanto, nas saídas de curvas as acelerações com mais ímpeto faziam a moto balançar demais – resultado das suspensões confortáveis. Vale ressaltar que essa Suzuki de média cilindrada não é uma moto de pista e sim uma naked versátil, papel que cumpre com louvor.

Outro destaque da nova Bandit são seus freios. Os dois discos dianteiros de 310 mm de diâmetro agora são flutuantes e “mordidos” por duas pinças de quatro pistões opostos — na anterior eram apenas dois pistões. Na traseira, um único disco de 240 mm conta com uma pinça de um único pistão. Ambos param com segurança os 215 kg (a seco) da Bandit 650N em situações normais de uso.

Outro detalhe melhorado nessa nova “Bandida” é a embreagem com acionamento hidráulico, item que contribui ainda mais para o conforto do piloto nessa nova Suzuki Bandit 650N.

Mercado

Com as melhorias desse modelo 2008, a Bandit 650N fica mais forte para enfrentar as concorrentes, Honda CB 600F Hornet e Yamaha FZ-6N. Fica claro que a Suzuki privilegia o conforto e a versatilidade de sua naked de média cilindrada, enquanto Honda e Yamaha apostaram na esportividade para apimentar suas 600cc.
 
Uma difícil escolha, até mesmo no quesito preço. Cotada a R$ 31.151,00, a Bandit tem preço bem próximo ao da Hornet, vendida a R$ 32.000,00 na versão sem ABS, o mesmo preço pedido pela a FZ-6N.

Quando comparado o visual das três motos, o da Suzuki Bandit 650N é, sem dúvida, o mais ultrapassado. Já que Hornet e FZ-6N têm faróis excêntricos e um design mais moderno. Porém, a Suzuki já mostrou no Salão de Milão deste ano a versão 2009 do ícone Bandit seguindo a mesma linha. Mas o novo modelo ainda deve levar um tempo até desembarcar no Brasil.

Ficha Técnica

Motor: Quatro cilindros em linha, refrigeração líquida, DOHC, 16 válvulas
Capacidade: 656 cm³
Câmbio: 6 velocidades
Potência máxima: 85 cv / 10.500 rpm
Torque máximo: 6,27 kgf.m a 8.900 rpm
Quadro: Berço duplo em aço
Suspensão dianteira: Garfo telescópico tradicional com ajuste na pré-carga da mola   
Suspensão traseira: Balança oscilante com monoamortecedor com ajuste na pré-carga da mola e retorno
Freio dianteiro: Disco duplo flutuante de 310 mm de diâmetro com pinça de quatro pistões opostos   
Freio traseiro: Disco simples de 240 mm de diâmetro com pinça de um pistão
Pneu dianteiro: 120/70 ZR17
Pneu traseiro: 160/60 ZR17
Comprimento total: 2130 mm
Largura: 790 mm
Altura: 1095 mm
Entre-eixos: 1470 mm
Altura do assento: 770 / 790 mm, regulável em duas posições
Peso (a seco): 215 kg
Tanque de combustível: 19 litros
Cores: Azul, preta e vermelha
Preço: R$ 31.151,00
Mais informações: www.suzukimotos.com.br

Fotos: Gustavo Epifanio e Mario Villaescusa.


Fonte:
Agência Infomoto

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