Apache RTR chega às revendas este mês

Pilotamos na Índia, primeiro modelo fruto da parceria Dafra e TVS. Moto custará R$ 6.290.

Por André Jordão

Aldo Tizzani

Pista de testes da TVS em Hosur, sul da Índia. Manhã de sol e céu azul, clima ideal para testar uma motocicleta. Confesso que estava ansioso para obter as primeiras impressões de pilotagem da Apache RTR 150, que começa a ser vendida nas concessionárias Dafra neste mês por R$ 6.290. O modelo, produzido na Índia, e que será montado em Manaus (AM) pela fábrica brasileira, recebeu cerca de 80 modificações em relação à Apache comercializada no mercado indiano.

De longe avisto cinco modelos perfilados (duas amarelas, uma preta, uma vermelha e uma grafite), todas prontas para encarar o desafio. De perto a street de 150cc chama a atenção por seu porte, já que parece uma 250cc.

Os representantes da TVS deixaram bem claro que as especificações da unidade testada na Índia era a mesma do modelo que será vendido no Brasil. Na avaliação, a Apache 150 estava calçada com pneus Pirelli Sport Demon e rodava com gasolina brasileira. A preocupação dos indianos era reproduzir as mesmas condições de uso - combustível, clima e piso - encontradas aqui.

Ao subir na moto, gratas surpresas: banco em dois níveis, painel digital completo e de fácil leitura e bocal do tanque de combustível tipo aeronáutico. Os semi guidões e as pedaleiras são ajustáveis. A moto conta ainda com lanterna traseira em LEDs e sistema de amortecimento traseiro a gás, com reservatório externo.

Motor de 14 cv

A Apache 150 chega em uma versão exclusiva ao consumidor brasileiro, já que na Índia as opções oferecidas são de motores de 160 e 180 cc. A escolha de um modelo de 150cc tem dois motivos. O primeiro é uma capacidade cúbica conhecida do motociclista brasileiro. Segundo, com esta configuração, o propulsor de 147,5 cm³, atende às normas de emissão de poluentes do Promot 3, mesmo sendo alimentado por um carburador. 

Monocilíndrico, quatro tempos, duas válvulas, com comando simples no cabeçote (OHC), o propulsor da Apache 150 gera 14 cv a 8.000 rpm de potência máxima e 1,27 kgf.m a 6.000 rpm de torque máximo. Só para comparar, a Honda CG 150, líder de mercado, tem motor que oferece 14,2 cv a 8.500 rpm  de potência máxima e 1,32 kgf.m a 6.500 rpm de torque, porém alimentado por injeção eletrônica de combustível.

Na prática, o motor oferece um funcionamento linear e tem melhor rendimento em médias alta rotações. Na reta da pista de testes da TVS, a moto superou os 100 km/h.

Segundo a Dafra, outra característica que o difere o motor da Apache da concorrência é o sistema de ignição IDI (Inductive Digital Ignition), que oferece uma duração de faísca seis vezes superior ao sistema CDI (Capacitive Discharge Ignition) e também facilita a partida a frio.

Ciclística equilibrada

Em função de sua proposta urbana, a Apache traz um conjunto ciclístico tradicional: quadro tubular em aço de berço duplo com garfo telescópico, na dianteira, e sistema bichoque, na traseira.

Na frente, o tradicional garfo telescópico com 105 mm de curso. Na traseira, amortecedor a gás nitrogênio com reservatório externo, 50 mm de curso e múltiplos ajustes. Segundo a Dafra, além do reservatório, o sistema tem um batente, item que evitar o choque “seco” em condições extremas de uso.

Nas primeiras impressões na pista de testes, a ciclística mostrou-se bastante equilibrada, fazendo da Apache uma moto fácil de pilotar. Como uma moto do segmento street tem de ser. O sistema de amortecimento se mostrou firme e ao mesmo tempo absorve com propriedade os obstáculos.

O sistema de freios, apesar da simplicidade, se mostrou eficiente. Na dianteira, a Apache conta com disco simples de 270 mm de diâmetro (um dos maiores da categoria), e pinça de dois pistões. Na traseira, tambor com 130 mm de diâmetro. Para auxiliar no equilíbrio e ajudar a absorver os impactos contra o solo, a moto conta com rodas de liga leve pintadas de preto e com frisos vermelhos - aro 17 polegadas na dianteira e aro 18 na traseira – e calçadas com pneus Pirelli sem câmara.

Design arrojado

Olhando a moto bem de perto, a Apache 150 conta com elementos que lhe confere um ar mais esportivo. Todas as versões de cores ganharam uma faixa que começa no para lama, passa pelo tanque e termina na rabeta. Lembra muito as pinturas dos clássicos carros esportivos norte-americanos. Outro detalhe de bom gosto é a pintura do propulsor, em cinza fosco. Outro fator que contribui para moto ficar mais encorpada é o tanque de combustível com capacidade para 16 litros. Oferece desenho ergonômico, no qual o motociclista vai bem encaixado.

Outra grande novidade é o painel digital, muito parecido com o utilizado na nova Yamaha Fazer 250. De fácil leitura conta com várias informações, entre elas: hodômetro (parcial e total), relógio, indicador de combustível, indicador de carga de bateria, memória de velocidade máxima, sistema programável de alerta de manutenção, velocímetro digital, relógio e mostrador analógico de rotações.

 “Completa, a Apache 150 vai brigar no nicho de mercado das motos street mais completas e, esperamos, terá uma boa aceitação do mercado consumidor, já que a moto foi configurada para atender o cada vez mais exigente motociclista brasileiro. Nossa expectativa é vender 18 mil unidades no primeiro ano da parceria com a TVS”, afirma Creso Franco, presidente da Dafra Motos.

A primeira impressão é que a indiana TVS e a brasileira Dafra empenharam-se em produzir uma moto bonita, confortável, confiável, com bom desempenho e preço competitivo. Com certeza, este novo modelo de 150cc é um produto de qualidade superior se comparado a Dafra Speed 150, originária da China.

* O jornalista viajou a convite da Dafra Motos

FICHA TÉCNICA:
Motor:
 Monocilíndrico, OHC, Quatro tempos, refrigerado a ar
Cilindrada: 147,5 cm³
Diâmetro x Curso: 57,0 x 57,8mm
Taxa de compressão: 9,5:1
Potência máxima: 14 cv a 8.000 rpm
Torque máximo: 1,27 kgf.m a 6.000 rpm
Carburador (tipo): UCAL Mikuni BS-26
Partida: Elétrica e a pedal
Sistema de lubrificação: Forçada
Chassis: Tubular em aço com berço duplo
Suspensão:
Dianteira: Telescópica, com 105 mm de curso
Traseira: Bichoque, a gás, com 50 mm de curso e cinco estágios de ajuste
Freios:
Dianteiro: Disco simples de 270 mm de diâmetro e pinça de dois pistões
Traseiro: A tambor, com 130 mm de diâmetro
Pneu e rodas:
Dianteiro: Pirelli Sport Demon 90/90 R17 em roda de liga leve
Traseiro: Pirelli Sport Demon 100/80 R18 em roda de liga leve
Alt X Larg X Comp: 1.100 mm X 730 mm X 2.020 mm
Distância entre-eixos: 1.300 mm
Altura mínima do solo: 180 mm
Altura do banco: 790 mm
Tanque de combustível: 16 litros (reserva de 2,5 litros)
Cores: Preta, amarela pérola, vermelha cereja e grafite
Preço: R$ 6.290,00


Fonte:
Agência Infomoto

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