Últimos dias no Uruguai - Parte 4

No penúltimo capítulo desta aventura, motociclistas vislumbram belezas históricas.

Por Leandro Alvares

Jerre Rocha

Chegamos a Nueva Helvécia em torno de 19h, só que neste horário no interior não tem mais ninguém nas ruas, e é neste momento que faz a diferença o povo. Após algumas informações com a polícia, nos indicaram um hotel.

Nueva Helvécia fica a 120 km de Montevidéu, fundada por imigrantes europeus, especialmente suíços. Muitas casas da cidade exibem em suas frentes coloridas escudos que correspondem à região européia de onde vieram as famílias.

Foi nesta cidade que nos hospedamos no Hotel Del Prado, com seus 112 anos de construção. Detalhes como este nos nortearam durante toda a viagem, história de um povo.

Com o amanhecer e após um belo café, já estávamos na estrada novamente para em seguida chegar à Colônia Del Sacramento, cidade tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade. Visitando-a, entendemos o porquê desta denominação ao nos dirigimos ao Bairro Histórico, onde tivemos a oportunidade de passar pelo Portón de Campo, Calle de Los Suspiros, Ruínas Del Convento de San Francisco, Faro, a La Plaza de Toros. Depois, seguimos em frente com uma certeza: terei que voltar à Colônia.

Seguindo pela Ruta 21, chegamos a Carmelo, cidade fundada por José Gervasio Artigas em 1816, sendo que a entrada na cidade já tem seu charme, coberta por plátanos em sua extensão, onde após alguns chivitos no almoço, demos continuidade ao roteiro.

Na saída, observamos inclusive uma garrafa gigante de vinho, acredito que um monumento à variedade que o Uruguai produz, o tannat. Na continuidade do roteiro, passamos por Nueva Palmira, Dolores, Mercedes, mas em vez de pernoitarmos em Paysandú, nos dirigimos a Young, após conversa com um caminhoneiro de Livramento.

Ele nos comentou que lá seria mais tranqüilo, e foi o hotel mais simples que ficamos, mas e a aventura onde fica? Pela manhã, quando estávamos para ir para a estrada novamente, um senhor uruguaio vendo nossas placas do Brasil comentou que já tinha morado em Santana do Livramento e que tinha um filho que fazia 18 anos que não o via, sabendo somente que morava em Via mão (RS).

Neste momento, resolvemos que iríamos tentar ajudá-lo, pegando dados seus e de seu filho para tentar achá-lo. Com esta tarefa agendada para o nosso regresso, fomos em frente.

Dirigimos-nos à região das termas, Salto, citando algumas como Guaviyú, Daymán, onde demos uma chegada rápida na Represa Hidrelétrica de Salto Grande divisa com a Argentina, e estrada, muita estrada, pampas, longas retas, para almoçarmos nas Termas de Arapey, onde existia uma verdadeira invasão de brasileiros.

Com a chegada do fim da tarde, também o fim do roteiro uruguaio, pois estávamos em Bella Unión, do outro lado da ponte, Barra do Quarai, já no Brasil. Após a troca de óleo das motos, hotel reservado, descanso e aquela conversa jogada fora. Assunto: Uruguai para relembrar onde entramos, que costeamos o Oceano Atlântico, Rio de La Plata, Rio Uruguai, e sabendo que voltaremos em uma data futura. Mas ainda tem a parte do Brasil antes de chegarmos a Porto Alegre.

Continua...

O “motonauta” Jerre Rocha participou do Moto Repórter, canal de jornalismo participativo do MOTO.com.br. Para mandar sua notícia, clique aqui.


Fonte:
Moto Repórter

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