Zero DS é uma experiência eletrizante

Aladim Lopes Gonçalves

Os veículos movidos a energia alternativa e não poluentes chegaram para revolucionar o cenário dos transportes, amplamente dominado pelo uso dos combustíveis derivados de petróleo. Apareceram novas tecnologias com células de hidrogênio, híbridas, flex e agora parece ser a vez dos modelos movidos com motores elétricos ganharem as ruas.

Entre os veículos de duas rodas nesse segmento, um dos destaques é a marca americana Zero Motorcycles, que desembarcou no mercado brasileiro no final do ano passado, após uma ecológica apresentação no Salão Duas Rodas, com modelos que oferecem potência e um design legítimo de motocicleta, fatores que até então ficaram faltando em outros produtos de duas rodas com motores elétricos.

Para saber mais sobre essa proposta, recebemos para avaliação o modelo Zero DS, vendido no mercado nacional com preço promocional de R$ 21,9 mil, e que exemplifica bem essa questão de tecnologia ecológica com estética de moto. Além do visual com linhas modernas, no melhor estilo supermotard, outro aspecto importante da moto é a posição confortável e ergonômica para a pilotagem.

Outras características marcantes da Zero DS, abreviatura de Dual Sport, são a ausência de câmbio (sim, essa é uma moto automática!) e a falta do tanque de combustível, já que em seu lugar o que se nota é uma generosa carenagem para ajudar na camuflagem da protuberante bateria de íons de lítio que alimenta o seu motor elétrico.

Se a falta do manete no punho esquerdo, pode causar certa estranheza no primeiro contato com a moto, o que dizer do seu funcionamento hiper ultra blaster silencioso. É só levantar o pezinho, virar a chave e acelerar para sair andando no mais absoluto silêncio. Sem acelerar não tem como saber se a moto está com o motor em funcionamento, ou não.

O colunista do MOTO.com.br, Reinaldo Baptistucci, aproveitou a estadia da Zero DS na garagem da redação para ver de perto essa novidade, e gostou. “ Que tecnologia surpreendente. É silenciosa demais. Nem parece moto.” Acostumado com sua big trail Moto Guzzi Stelvio 1200, ele curtiu a experiência. “A suspensão é muito boa e o acabamento do quadro é perfeito”, destaca.

Produzido com alumínio aeronáutico, um material extremamente leve, o chassi da Zero DS proporciona a leveza de uma moto compacta associado a um design inovador e elegante. Em relação à pilotagem o guidão parece instalado para frente e em uma posição mais baixa, acentuando a imagem de moto esportiva.

O painel de instrumentos da Zero DS mescla marcadores analógicos e digitais, incluindo velocímetro, hodômetros parcial e integral. Em vez do marcador de combustível, o que aparece é um indicador do nível de bateria, apesar do display mostrar o ícone da bomba de combustível. Uma luz no painel alerta sobre a temperatura do motor.

Na parte de suspensão, o conjunto dianteiro é invertido com várias regulagens e na traseira, é do tipo mono-amortecida com várias opções de ajuste de pré-carga. A Zero DS vem equipada com freios a disco nas duas rodas, sem sistema ABS. As rodas são aro 17 na frente e aro 16, atrás. Sem o recurso do freio motor para diminuir a velocidade, os freios parecem bem dimensionados na hora de parar a moto.

No trânsito, a Zero DS se mostrou bastante versátil e apresentou um bom “fôlego” para enfrentar as ruas com subidas acentuadas e, o mais importante, sem perder o rendimento. Resultado do bom acerto do motor elétrico que desenvolve uma potência de 25 cavalos a 3.050 rpm e torque de 5,9 kgf.m a 3.050 rpm.

Basta acelerar que velocidade da Zero DS rapidamente chega aos 70, 80 e 90 km/h, mostrando boa disposição para encarar as estradas em trechos urbanos. A velocidade máxima fica na faixa de 110 e 120 km/h. As viagens só não são totalmente recomendáveis pela autonomia de cerca de 80 quilômetros por carga. A recarga total demora em torno de quatro rodas em tomada 110V e cerca de duas horas em 220V.

Apesar das limitações, por se tratar de um veículo com tecnologia muito recente, rodar com uma moto elétrica, como a Zero DS confere um status de modernidade e consciência ecológica para o motociclista, mas implica em uma mudança de comportamento. Em vez de abastecer a moto tradicionalmente na bomba de combustível do posto é preciso encontrar uma tomada disponível para fazer as recarregas da bateria.

No final das contas, é sempre bom saber que o motociclista brasileiro que se interessa por veículos não poluentes e com alta tecnologia já pode encontrar um equipamento com essas características no nosso mercado. Agora é só decidir qual o melhor momento para fazer parte desse movimento, pois a proliferação de veículos alternativos no Brasil e no mundo é um processo irreversível.

- Confira o vídeo de apresentação da Zero DS 

Ficha Técnica
Motor: Elétrico de alta eficiência com refrigeração forçada de ar, campo magnético constante com alimentação de 48 Volts e 450 Ah
Potência máxima: 25 cavalos a 3.050 rpm
Torque máximo: 5,9 kgf.m a 3.050 rpm
Bateria: Íons de lítio de 4 kWh (58 volts - 70Ah)
Chassi: Fabricado em alumínio aeronáutico de baixo peso  (8 Kg)
Suspensão dianteira: Tipo invertida Fast Ace com 18 opções de ajuste de compressão e 12 de retorno com 228 mm de curso
Suspensão traseira: Tipo monoshock com amortecedor Fast Ace e 203 mm de curso
Freios: Disco simples na dianteira com dois pistões e 310 mm de diâmetro e disco simples com um pistão na traseira e 220 mm
Roda dianteira: Aro de alumínio de 17 polegadas e pneu 110/80 com desenho misto
Roda traseira: Aro de alumínio de 16 polegadas e Pneu 120/80 com desenho misto
Comprimento: 143 cm
Altura do assento: 90 cm
Peso seco: 125,6 kg
Capacidade da bateria: Cerca de 80 km
Vida útil da bateria: 112 mil km
Preço (promocional): R$ 21,9 mil (Zero DS) e R$ 19,9 mil (Zero S)

Fotos: Aladim Lopes Gonçalves e Divulgação