Yamaha XTZ 125X: remanescente no mercado

Modelo supermotard da Yamaha mostra seus atributos de um estilo cada vez mais raro no mercado de duas rodas

Por Leandro Lodo

André Jordão

Os modelos supermotard, ou supermoto, fizeram a cabeça do motociclista brasileiro no início do século. Muitas marcas, japonesas e européias, apostaram neste segmento. Até mesmo vários proprietários de motocicletas trail trocaram as rodas de 21 polegadas na dianteira e os pneus de uso misto pelo aro 17 e os pneus mais esportivos – tudo para ter uma autêntica supermotard. No entanto, parece que a moda passou e hoje está cada vez mais raro encontrar modelos com essas características no line-up das fabricantes brasileiras.

Uma remanescente deste segmento é a Yamaha XTZ 125X, que já dividiu as atenções com sua irmã XTZ 250X, mas que agora está sozinha nesta empreitada – a fábrica dos diapasões cogitou até mesmo em importar a XT 660X, mas a ideia nunca saiu do papel. Diferenciada pelo visual e a agilidade propiciada pelas rodas menores, a 125X é uma motocicleta cativante: cumpre com sua proposta urbana diária e ainda destaca o piloto em meio às milhares de 125cc.

O modelo motard oferece como diferenciais rodas aro 17 polegadas e pneus de perfil esportivo, principal característica deste conceito. Novos grafismos (se comparada a XTZ 125 trail), piscas na cor branca e um protetor de bengala também são diferenciais que entregam ao consumidor da 125X uma motocicleta incomum pelo mesmo preço da “normal” – a Yamaha cobra os mesmos R$ 8.200 pela versão motard (XTZ 125X E) e a trail (XTZ 125 E).

Comportamento

A ciclística da XTZ 125X não traz nenhuma novidade, mas entrega um conjunto bem honesto ao piloto. Na dianteira, o garfo telescópico convencional tem 180 mm de curso, assim como a suspensão traseira monoamortecida. Embora seja calçada com pneus de perfil esportivo e rodas menores, a 125X passa muita confiança e absorve tranquilamente as irregularidades do piso. Aliás, são os pneus Pirelli MT 75 que ajudam a moto a “grudar” no chão, sensação notável logo aos primeiros metros com essa mini-motard.

Outra qualidade das supermotards é a capacidade de fazer curvas e mudanças rápidas de direção. É possível transitar entre os carros com muita facilidade, mas com cuidado para não bater o espelho retrovisor, que na 125X está 2,5 cm mais baixo do que na versão trail. Em compensação, a posição de pilotagem deixa o piloto em ataque, o que pode cansar ao longo do tempo – o banco, estreito, também não privilegia o conforto.

O conjunto de freios segue a mesma receita simples. Na dianteira, a XTZ 125 X tem freio a disco de série — um disco de 220 mm de diâmetro com pinça de dois pistões e, na traseira, um tambor de 130 mm de diâmetro. Em função do baixo peso da moto (105 kg a seco), o sistema de freios dá conta do recado.
Outro ponto positivo é a autonomia do modelo. Com 11 litros no tanque de combustível, a 125X consegue rodar aproximadamente 450 quilômetros, com média de 40,4 km/l. Mas como a velocidade final não passa os 110 km/h, se o piloto insistir em acelerar forte e rodar com ela gritando na estrada, sua média cai para 33,3km/l.

Motorização

Desde que foi lançada no fim de 2007, a versão “X” do modelo XTZ 125 vem ganhando melhorias em seu motor – tudo para atender às leis de emissão de poluentes –, mas perdendo potência. Alimentada pelo carburador Mikuni BS 25, que hoje faz o modelo atender facilmente ao Promot 3, a XTZ 125X entrega 10 cavalos de potência máxima, ante os 12,5 cv no ano de seu lançamento.

Devido a isso é comum algumas concorrentes acelerarem na frente da 125X na saída dos faróis, mas o desempenho desta Yamaha não fica comprometido, posso garantir. O motor monocilíndrico de 123,7 cm³, comando simples no cabeçote, duas válvulas e refrigeração a ar disponibiliza ao piloto um torque máximo de 1,0 kgf.m a 6.000 rpm, suficiente para transpor ladeiras e realizar ultrapassagens urbanas sem problemas.
Destaque positivo também para a pouca vibração. A XTZ 125X conta com um sistema de contra pesos acoplados ao eixo do virabrequim, denominado de Balance Engine, que praticamente eliminam as vibrações características aos motores monocilíndricos.

Conclusão

O mercado até 150 cc está crescendo e hoje oferece muitas opções para o consumidor. Todavia, modelos com um acabamento melhor e um visual diferenciado estão cada vez mais escassos, reflexo dos produtos chineses que entregam um custo/benefício cada vez mais competitivo. Por isso, hoje, a 125X é uma remanescente no mercado, já que a Yamaha estranhamente interrompeu a fabricação da 250X.

A verdade é que a XTZ 125X é uma moto estritamente urbana, sofre em rodovias e até estradas menores. Se a intenção é pegar muita estrada ou andar muito com garupa, é preferível investir um pouco mais e ir de Lander (que será até mais econômica no consumo). Agora, se o estilo desta pequena motard lhe fascina, o conjunto entregue pela Yamaha com certeza não irá decepcionar.

 

Ficha Técnica

Motor: Monocilíndrico, OHC, 2 válvulas, refrigerado ar
Capacidade cúbica: 123,7 cm³
Potência máxima: 10 cv a 7.500 rpm
Torque máximo: 1 kgf.m a 6.000
Câmbio: Cinco velocidades
Transmissão final: corrente
Alimentação: BS 25 Mikuni
Partida: Elétrica
Quadro: do tipo Diamond
Suspensão dianteira: Garfo telescópico com 180 mm de curso
Suspensão traseira: Balança monoamortecida com links e com 180 mm de curso
Freio dianteiro: Disco de 220 mm de diâmetro
Freio traseiro: Tambor de 130 mm de diâmetro
Pneus: 100/80 - 17 MT 75 (d) e 110/80 - 17 MT 75 (t)
Comprimento: 2.050 mm
Largura: 810 mm
Altura: 1.100 mm
Distância entre-eixos: 1.345 mm
Altura do assento: 815 mm
Peso a seco: 105 Kg
Tanque de combustível: 11 litros
Cores: Preta e branca
Preço sugerido: R$ 8.200 (E) e R$ 7.375 (K)

Fotos: Doni Castilho


Fonte:
Agência Infomoto

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