Yamaha XTZ 125E: Uma visão metropolitana

Colocamos a motocicleta pra girar no meio da confusão de Sampa. Confira no que deu.

Por André Jordão

André Jordão

Após receber uma ligação da Yamaha — autorizando buscar a XTZ 125cc —, começou a minha semana de testes. Fui buscá-la lá na Dutra, na fábrica, e como nunca havia andado em uma 125cc fiquei apreensivo em sair direto na estrada, com todos aqueles caminhões.

Tudo certo, contrato assinado e lá vou eu. A primeira impressão na rodovia não foi agradável, principalmente quando um “buzão” passou ao meu lado e com o vácuo quase me puxou para dentro dele.  Entretanto, ao entrar em São Paulo e pegar a marginal, já comecei a sentir as vantagens de se pilotar uma baixa cilindrada.

A facilidade com que me locomovi em meio aos carros me surpreendeu, sendo assim cheguei em casa 20 minutos mais cedo do que o previsto. Como a Yamaha me cedeu a moto com o tanque cheio, não precisei me preocupar com consumo naquele momento.

A partir daí me dediquei a fazer minha rotina, esperando que a bordo dela meu tempo fosse otimizado. E gratas surpresas começaram a aparecer. A facilidade de condução que a “XTZinha” demonstra é incrível, principalmente no que diz respeito a sua ciclística. Tive acesso a lugares por onde carros e motos um pouco maior — 250cc — não passariam.

Motor
Continuei tendo agilidade tanto nas saídas de farol como em retomadas no meio do trânsito. Até cair na marginal, na expressa, a moto a 90km/h já começa a pedir a sexta marcha — que não tem. Experimente chegar aos 100km/h para ver que ela foi feita para a metrópole.

Suspensão
A suspensão dianteira me agradou, talvez por eu amar esse estilo “trail”, mas mesmo assim se comportou bem e amaciou todos os impactos em que me “enfiei”. Já a traseira tenho que dizer que me deixou na mão. Ao passar o mesmo buraco citado acima senti uma dor na coluna e uma pancada bem forte.

Freios
Estamos em uma 125cc bem leve e de fácil condução, mas se torcer o cabo dela saindo de um farol e precisar frear no seguinte, você encontrará dificuldade. Isso porque seu freio traseiro a tambor é quase nulo, o que leva o piloto a forçar o disco dianteiro que responde bem, mas não o suficiente para pará-la.

Em uma situação na Faria Lima, não consegui parar e passei no vermelho. A sorte foi que estava aberto para pedestres e nós nos entendemos bem.

Comandos
Os comandos desta Yamaha são simples, como na maioria da classe 125cc. O painel é composto por velocímetro e um hodômetro, nada mais. Um marcador de gasolina sempre é bom, principalmente quando um condutor iniciante está na “pilota”, mas nada que atrapalhe também, já que seu consumo chegou a 38 Km/l.

Consumo
Como já foi citado, esta máquina é super econômica, mas não possui marcador de gasolina, então aí vai uma dica: A moto possui uma chave na lateral esquerda, que indica as marcas on (para baixo), off (no meio) e res (para cima). O segredo é sempre andar com a chave voltada para o on, que utiliza o tanque sem a reserva (res). Aí a hora que a gasolina acabar você passa para o res e ainda terá toda a reserva para andar.

Se você já deixar no res, a moto utilizará todo o tanque. Uma distração em meio à correria e pronto, uma pane seca pode acontecer.

Pneus
Os pneus são totalmente compatíveis às situações enfrentadas. Eles facilitam a entrada e a saída de buracos e, se for preciso, encaram guias e até um “morrinho” que possa aparecer no caminho.

Fim de avaliação, 600 quilômetros rodados. Confesso que uma melancolia começou a bater, eu realmente gostei de passar esse tempo com a “XTZinha”. Mas não tinha jeito, era hora da devolução, já havia me estendido por um final de semana e agora não tinha mais desculpa.

Tinha que voltar para a Dutra, de lá saiu para lá voltaria. Pedi para um amigo do trabalho me acompanhar de moto, pois a distância é grande e ainda temos nosso trânsito, só outra motocicleta para me trazer de volta com agilidade. Combinado, lá fomos nós.

Marginal, fizemos mais algumas fotos e fomos tocando. O retorno que se faz no Km 11 sentido Rio de Janeiro é sinistro. Na ida já tinha me perdido, na volta pensei: “não vou errar né?”. Imagina, erramos de novo, o retorno é bizarro.

Rumo certo, fizemos o balão e chegamos. Prontamente fomos atendidos na Yamaha. O Marcel Mano, assessor de imprensa da fabricante, com muita educação pegou os papéis e nos liberou com rapidez. Pronto, fim da aventura.

Isso é o que eu fiz parecer. Vocês repararam que eu não falei a moto que meu amigo Leandro Reis conduzia? Ele estava em uma scooter 125cc, destas bem baixinhas sabe? Pois bem, eu tenho 1m90, o Leandrinho tem 1m65, quem iria pilotando?

É claro que eu fui na “pilota” e foi ai que começou a aventura. Ai que saudades da “XTZinha”, tivemos que voltar em meio a caminhões a exatos 65km/h, que medo. E depois na marginal, melhorou? Que nada, só piorou. Os carros respeitam menos ainda uma moto mais “baixa” e tudo só acabou bem, pois um punhado de parcimônia me levou até minha casa.

Bom galera é isso aí. Espero que gostem da minha visão metropolitana da XTZ 125cc e em breve mais máquinas entrarão em giro aqui no MOTO.com.br.

Ficha Técnica
Comprimento total: 2.090 mm 
Largura total: 810 mm 
Altura total: 1.125 mm 
Altura do assento: 840 mm 
Distância entre eixos: 1.340 mm 
Altura mínima do solo: 265 mm 
Peso seco: 104 Kg 
Raio mínimo de giro: 2,1 m 
Motor: 4 tempos, OHC, refrigerado a ar, 2 válvulas 
Quantidade de cilindros: 1 cilindro 
Cilindrada usual: 125 cc 
Diâmetro x curso: 54 x 54 mm 
Taxa de compressão: 10,0 : 1 
Potência máxima: 10,9 cv a 7.500 rpm 
Torque máximo: 1,11 kgf.m a 6.000 rpm 
Sistema de partida: Elétrica 
Sistema de lubrificação: Cárter úmido 
Capacidade do óleo do motor: 1,2 litros 
Capacidade do tanque de combustível: 10,6 litros
Alimentação: BS 25 Mikuni
Sistema de ignição: CDI
Bateria: 12 V x 5 Ah
Transmissão primária: Engrenagens 
Transmissão secundária: Corrente 
Embreagem: Multidisco banhado a óleo 
Câmbio: 5 velocidades, engrenagem constante 
Quadro: Diamond 
Ângulo de cáster: 27,5° 
Trail: 106 mm 
Pneu dianteiro: 80/90 - 21 48T MT90
Pneu traseiro: 110/80 - 18 58T MT90
Freio dianteiro: Disco de 220 mm de diâmetro,
Acionamento: hidráulico, 2 pistões
Freio traseiro: Tambor de 130 mm de diâmetro
Suspensão dianteira: Garfo telescópico, mola e óleo. 
Suspensão traseira: Braço oscilante, único amortecedor com mola a óleo e gás, Active Monocros
Curso da suspensão dianteira: 180 mm 
Curso da suspensão traseira: 180 mm 
Painel de Instrumentos: Velocímetro, hodômetro total, hodômetro parcial, indicador de farol alto, indicador de pisca, indicador de neutro
Cores: Azul, preta, vermelha
Preço sugerido: R$ 7.589,00
XTZ 125K: R$ 6.809,00


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

Compartilhe:

Receba notícias de moto.com.br