Yamaha FZ6-N: Receita de sucesso

Naked de média cilindrada traz motor de quatro cilindros em linha e desenho moderno.

Por Leandro Alvares

Arthur Caldeira

Um motor de quatro cilindros em linha exposto em uma motocicleta com “cara” de moto, sem carenagem, apenas com o farol. Apesar de repetida à exaustão, a receita faz sucesso desde os primórdios da Honda CB 750, no final da década de 1960.

Claro que foi sendo atualizada, como nos últimos anos quando essas nakeds ganharam um visual futurista e arrojado, como na nova Hornet CB 600F, na Suzuki B-King 1300 e nas Yamaha MT-03 e FZ6-N, lançadas por aqui no final do ano passado.

Apresentada sem muito alarde no Brasil, a Yamaha FZ6-N é sucesso de vendas na Europa. Por aqui, os números ainda são tímidos. Entre janeiro e a primeira quinzena de maio deste ano, apenas 289 unidades foram emplacadas (de acordo com o Denatran). Uma das razões é seu alto preço — R$ 35.000,00 — em comparação à forte concorrência encabeçada pela nova Honda CB 600F Hornet (preço sugerido de R$ 30.837,00 na versão standard) e também pela Suzuki Bandit GSF 650N (R$ 31.151,00).

Coração esportivo

O principal ingrediente para a receita de sucesso dessas nakeds é o motor. No modelo Yamaha não é diferente. Seu propulsor de quatro cilindros em linha é derivado do motor da superesportiva YZF R6. Tem 600 cm³ de capacidade, comando duplo no cabeçote (DOHC) e refrigeração líquida. Alimentado por injeção eletrônica, desenvolve 98 cv de potência máxima a 12.000 rpm e torque de 6,44 kgf.m a 10.000 rpm. Apesar da estreita faixa útil, este motor demonstra vigor desde as baixas rotações.

Justamente nesse caráter “esportivo”, mas versátil, reside uma das qualidades dessa Yamaha. Basta girar o acelerador para os giros crescerem rapidamente e a velocidade aumentar no velocímetro digital de design ousado.

À esquerda, o painel traz uma tela de cristal líquido com informações como: velocímetro, hodômetro total e dois parciais, nível de combustível, relógio e temperatura. À direita, um mostrador analógico informa as rotações deste quatro em linha.

>>Veja anúncios da Yamaha FZ6-N<<

Completam o cockpit diversas luzes de advertência, luzes indicadoras de combustível reserva, status do motor, ponto morto (neutro), luz alta e a ativação do sistema de imobilização.

O desenho arrojado da FZ6-N é acentuado pelo farol multi facetado e as duas ponteiras de escape que saem por baixo da rabeta. Outra peça de destaque nesta Yamaha é o belo quadro de alumínio. Moldado por um processo que dispensa soldas e elimina 30% do ar encontrado na liga de alumínio, faz com que o quadro seja mais rígido e leve, se comparado ao processo tradicional de produção.

Ciclística e ergonomia

Com motor fixado ao quadro, outra qualidade desta FZ6-N é a boa distribuição de massas. O que faz dela uma moto fácil de pilotar, assim como suas concorrentes, vale citar.

No quesito suspensão, a FZ6-N tem o tradicional garfo telescópico na dianteira e uma balança monoamortecida na traseira. Ambas com 130 mm de curso, uma característica da linha Fazer. Na prática, o conjunto de suspensões oferece a medida certa entre conforto e esportividade. Nada muito radical, mas também não se trata de um acerto “mole” demais.

As rodas de liga-leve são calçadas com pneus sem câmara 120/70 R17 na dianteira e 180/55 R17 na traseira. Para parar com eficiência, a FZ6-N conta com dois discos ventilados de 298 mm de diâmetro na frente, equipados com pinças monobloco de dois pistões.

Mais compacta, leve e rígida, a pinça monobloco torna a frenagem mais progressiva, além de diminuir a fadiga dos freios. Atrás, disco simples de 245 mm e pinça de um pistão.

Com motor esportivo e ciclística equilibrada, a FZ6-N traz ainda uma posição de pilotagem bastante confortável; tanto para uso urbano quanto para viagens. Só chega a incomodar, nesta versão naked, o vento em velocidade superior a 140 km/h, mas assim como acontece em todas as nakeds da mesma categoria.

Com as mesmas características e os mesmos ingredientes, a Yamaha FZ6-N segue a receita de sucesso que tem encantado motociclistas há décadas.

Ficha Técnica

Motor: DOHC, 4 tempos, 4 cilindros paralelos, refrigerado a água
Cilindrada: 600 cm3
Potência máxima: 98 CV a 12.000 rpm
Torque máximo: 6,44 Kgf.m a 10.000 rpm
Diâmetro x curso: 65,5 mm x 44,5 mm
Sistema de alimentação: Injeção eletrônica
Taxa de compressão: 12,2:1
Sistema de partida: Elétrica
Câmbio: 6 velocidades
Transmissão final: Corrente
Capacidade do tanque: 19,4 litros
Quadro: Dupla trave superior em alumínio
Suspensão dianteira: Garfo telescópico, com 130 mm de curso
Suspensão traseira: Balança de amortecimento hidráulico, com 130 mm de curso
Freio dianteiro: Duplo disco ventilado de 298 mm de diâmetro
Freio traseiro:  Disco ventilado de 245 mm de diâmetro
Pneu dianteiro: 120/70 ZR17M/C (58W)
Pneu traseiro: 180/55 ZR17M/C (73W)
Dimensões (c x l x a): 2.095 mm x 755 mm x 1.085 mm
Distância entre-eixos: 1.440 mm
Altura mínima do solo: 145 mm
Altura do assento: 795 mm
Peso seco: 180 kg
Cor: Preta
Preço: R$ 35.000,00 

Fotos: Caio Mattos

Fonte:
Agência Infomoto

Compartilhe:

Receba notícias de moto.com.br