Yamaha Fazer 250 BlueFlex: Liberdade na hora de abastecer
Marca japonesa surpreende com primeira moto de 250cc que pode rodar com etanol e/ou gasolina no tanque
Por Aladim Lopes Gonçalves
Por Aladim Lopes Gonçalves
Aladim Lopes Gonçalves
A Yamaha adota uma estratégia ousada no Brasil e lança no mercado a primeira moto com motor 250cc com a tecnologia bicombustível, que permite rodar com gasolina e/ou etanol no tanque. Trata-se da Fazer 250 BlueFlex que estreou com grande expectativa no mercado no final de julho de 2012.
Para funcionar com os dois combustíveis no tanque a Fazer precisou receber alguns aprimoramentos, como painel com sistema de diagnóstico integrado e luz BlueFlex, pré-filtro no tanque de combustível, válvulas de palhetas, filtro externo de combustível, nova vela de ignição, além de tratamento especial em zinco no interior do tanque para trabalhar com o etanol, que por causa do álcool é mais corrosivo que a gasolina.
A nova tecnologia trouxe fôlego novo para a Fazer 250, cujo lançamento remota o ano de 2005 ostentando o título de primeira motocicleta nacional de média cilindrada com injeção eletrônica de combustível. Mesmo com o passar dos anos a moto oferece um visual atual, motor robusto e uma ciclística bem acertada. Uma receita eficiente para os motociclistas que precisam rodar bastante no trânsito urbano das grandes cidades.
Em relação ao preço, um aspecto decisivo na hora de medir a relação custo e benefício, o da Fazer Blue Flex não teve tanto impacto, ficando um pouco acima de R$ 400 na comparação com a versão antiga, movida apenas a gasolina. O preço sugerido para a Fazer com a tecnologia bicombustível é de R$ 11.690.
Apesar das inovações tecnológicas trazidas pelo sistema flex fuel, o motor monocilíndrico de 249 cm³ da não teve melhorias de rendimento em função de poder trabalhar com etanol, permanecendo com as especificações antigas, com potência de 21 cavalos a 8.000 rpm e torque de 2,1 kgf.m a 6.500 rpm. A taxa de compressão também continuou sem alterações (9,8:1).
Para quem já conhece o modelo e sabe das suas qualidades não deve se surpreender tanto. A posição de pilotagem é alta e relaxada, oferecendo um bom nível de conforto para o motociclista. O painel de instrumentos mescla velocímetro digital e conta-giros analógico, com um tom de iluminação que favorece a leitura das informações.
Em relação ao comportamento do motor não há mudanças significativas de desempenho, mas o acerto para rodar com etanol e gasolina apresenta um funcionamento linear. Virar a chave e dar partida foi um procedimento tranquilo, mesmo usando 100% de combustível vegetal no tanque, que comporta 19,2 litros.
Andando no trânsito urbano da cidade de São Paulo com a Fazer 250 BlueFlex é possível se desvencilhar de congestionamentos com extrema facilidade. Seu porte compacto e esguio permite passar pelos carros com tranquilidade e o guidão esterça bastante, ajudando nas manobras mais complicadas. Na estrada, o desempenho da moto é satisfatório e permite fazer viagens médias e curtas sem fadiga para o motociclista.
Alternando os abastecimentos com etanol e gasolina, no ambiente rodoviário e urbano, a Fazer 250 Blue Flex registrou um nível de consumo variando entre de 23 km e 27 km por litro de combustível, ou seja, números que podem ser considerados bem próximos dos aferidos com a versão anterior, que funcionava apenas com gasolina.
Para quem pretende viajar com a Fazer BlueFlex é importante ressaltar que a autonomia da moto cai em torno de 30% com o uso apenas de etanol no tanque. Por isso, na hora de pegar a estrada, é importante considerar se é mais vantajoso o abastecimento com gasolina ou etanol em função do preço do combustível e do tamanho do percurso.
O câmbio de cinco velocidades apresenta um funcionamento preciso com os engates das marchas bem justos e sem “tropeços”. A relação de marchas tem um escalonamento bastante elástico, possibilitando andar em baixa velocidade sem problemas, mesmo em 4ª e 5ª marchas. Essa característica fica bem nítida com o propulsor trabalhando em uma faixa de rotação entre 3.000 rpm e 5.000 rpm.
A suspensão da Fazer 250 BlueFlex repete a fórmula da versão tradiconal, com amortecedores telescópicos com 120 mm de curso na dianteira e sistema monoamortecido na traseira. O conjunto absorve bem as imperfeições das pistas e oferecem boa estabilidade, mesmo durante manobras e curvas. Os freios com disco simples (roda dianteira e traseira) parecem bem dimensionados para o porte da moto e garantem frenagens seguras.
Com um design renovado, baseado na linha superior XJ, a Fazer BlueFlex tem tudo para agradar os entusiastas da marca japonesa, especialmente para os motociclistas que conhecem a linha Fazer e para aqueles que buscam fazer um upgrade das 125cc ou 150cc. Sua maior concorrente no mercado nacional, a CB 300R (com preço sugerido a partir de R$ 11.690), pois os dois modelos são líderes de vendas no segmento, apesar do motor maior, ainda não dispõe do sistema flex fuel. A tecnologia bicombustível deve chegar à moto da Honda em 2013.
O jornalista usou no teste capacete Bell, jaqueta Race Tech, luvas Tutto Moto e calça e botas HLX Racing
FICHA TÉCNICA
Motor Monocilíndrico, 250 cm³, OHC, quatro tempos, refrigerado a ar com radiador a óleo
Potência 20,7 cv a 8.000 rpm
Torque 2,1 kgfm a 6.500 rpm
Alimentação Injeção eletrônica
Câmbio Cinco marchas com transmissão final por corrente
Quadro Berço duplo em aço
Suspensão Garfo telescópico com 120 mm de curso (dianteira); balança monoamortecida com 120 mm de curso (traseira)
Freios Dianteiro a disco de 282 mm; traseiro a disco de 220 mm
Rodas e pneus 100/80 17 M/C 52S (dianteira) e 130/70 17 M/C 62S (traseira)
Dimensões 2.065 mm x 745 mm x 1.065 mm (CxLxA); 1.360 mm (entre-eixos); 190 mm (altura do solo); 805 mm (altura do assento ao solo)
Tanque 19,2 litros (4,5 l na reserva)
Peso 137 kg (seco) e 154 kg (ordem de marcha)
Preço R$ 11.690
Fotos: Paulo Souza
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