XTZ 250 Ténéré 2011, enfim a nova Yamaha
Com muitas alterações, modelo foi feito exclusivamente para o motociclista brasileiro.
Por André Jordão
Por André Jordão
Lucas Rizzollo
Quando surgiram os primeiros boatos de que a Yamaha iria lança a Ténéré 250, começaram a “pipocar” na internet montagens do novo modelo trail. Algumas imagens eram bem realistas, outras nem tanto. Cercado de segredos, a marca decidiu então apostar suas fichas em uma jogada de marketing um pouco mais ousada (e arriscada também) usando o quadro “O Impostor”, do humorístico Pânico na TV. Por meio do site www.missaoimpostor.com.br, os internautas acompanhavam vídeos do personagem procurando a nova moto dentro da fábrica da Yamaha em Manaus (AM).
Contudo, a marca dos três diapasões foi traída pela própria rede social. Um vídeo amador, gravado por um celular em plena luz do dia, na avenida 23 de Maio (SP), acabou com o segredo antes da hora. Bem, mas se você é fã da lendária linha Ténéré, a boa notícia é que a versão 250, feita com exclusividade ao motociclista brasileiro, estará na rede de concessionárias Yamaha já no início de novembro. O preço deve girar na casa dos R$ 13 mil.
Durante a apresentação oficial da nova motocicleta feita para um seleto grupo de jornalistas, os engenheiros da Yamaha deixaram claro que o consumidor da marca teve um papel fundamental no desenvolvimento do novo produto. Além das pesquisas de opinião e de clínicas realizadas com proprietários de motos da mesma categoria, a Yamaha consultou também os fóruns de discussão na internet. Foram encontradas diversas fotos da XTZ 250 Lander com bancos mais largos, bolhas aerodinâmicas e até mesmo com um tanque de combustível de maior capacidade.
Pesquisas também apontaram que o consumidor dessa categoria, além de usar a moto no dia a dia, costuma fazer viagens. Pensando em melhor atender esse público que também usa a moto na estrada nos finais de semana, a Yamaha lançou a XTZ 250 Ténéré, já em seu modelo 2011. A moto chega ao mercado para dividir espaço com a “irmã” Lander 250, que não sairá de linha, conforme informações da própria montadora. Já que na visão da Yamaha, apesar da moto ter a mesma base que sua irmã, o perfil do consumidor é completamente diferente.
Quase tudo novo
Na parte mecânica não existem grandes novidades. O propulsor de 250 cc com injeção eletrônica e os freios são praticamente os mesmos usados na XTZ 250 Lander. Porém a potência do propulsor agora é de 21 cv a 7.500 rpm e torque máximo é de 2,10 kgf.m a 6.500rpm. Na Ténéré a relação de marchas foi alongada para melhorar o desempenho e conforto na estrada. A nova moto está mais “on-road”, já que o garfo dianteiro agora tem 220 mm, 20 mm a menos que na Lander. O amortecedor traseiro com mola, óleo e gás, agora têm regulagem por rosca. O para lama dianteiro fica rente à roda e os pneus têm um desenho misto, voltado mais para o uso no asfalto.
Deixando a mecânica de lado, quando a moto foi finalmente mostrada todos os olhares se voltaram para os faróis duplos e para o grande tanque de combustível. Seguindo as linhas da Super Ténéré 1200, os refletores duplos com lâmpadas de 55/60 W ficam logo abaixo da bolha frontal. O tanque de 16 litros parece ainda maior oferecendo um belo conjunto com o banco em dois níveis. O bocal do tanque – semelhante aos usados em aviões – segue o padrão de motos de alta cilindrada da marca. É uma pena que a rabeta tenha ficado tão “tímida” perto do restante da moto. Outro pecado cometido pela Yamaha foi usar neste projeto o mesmo tipo de lanterna da linha XTZ 125/250. Faltou ousadia na parte traseira da moto.
Painel e caixa de ferramenta
Por trás da bolha fica o painel de instrumentos, que é parecido com o da naked XJ6. O que muda é a localização das luzes-espia. O conjunto traz mostrador digital com velocímetro relógio, marcador de combustível e hodômetro ao lado de um conta giros analógico arredondado. Os punhos não tem novidades, porém o guidão alto e largo deixa a postura do piloto mais ergonômica. A rabeta curta com alças para garupa completa o conjunto. Um bagageiro mais robusto seria bem vindo. Aliás, a Yamaha venderá o item como acessório em sua rede de concessionárias.
A bela proteção do escapamento também é nova e a caixa de ferramentas foi reposicionada (fica na lateral traseira da moto). Até mesmo a mangueira de freio recebeu um acabamento interno em cobre, para melhor desempenho. Visualmente a moto parece ser de maior cilindrada, ainda mais na cor branca. Há também a opção da Ténéré 250 totalmente preta. Infelizmente, a cor tradicional azul, que imortalizou o modelo de 600cc comercializado no Brasil na década de 90, ficou de fora. Se a montadora ratificar o preço – R$ 13 mil, o motociclista fará uma boa compra, já que a nova Ténéré poderá ser utilizada em dupla jornada (cidade e campo).
No Brasil família Ténéré ficou conhecido pelas saudosas Ténéré 600 e a Super Ténéré 750, que até hoje são sinônimo de aventura. O novo modelo vem resgatar o prestígio da linha e também animar ainda mais os fãs da XT660Z Ténéré e XT1200Z Ténéré, que podem chegar em breve ao Brasil. O primeiro passo já foi dado com o lançamento da XTZ 250Ténéré.
Impressões de pilotagem - Yamaha XTZ 250 Ténéré
Ao subir na Ténéré 250 é possível notar de cara sua principal característica: o conforto. Diferente da Lander na qual o piloto fica em uma postura de “ataque”, na Ténéré 250 a posição de pilotagem é mais relaxada, isso em função do guidão mais alto. Em trechos asfaltados a nova relação de marchas se mostrou acertada para a estrada. Mas a resposta do motor é levemente mais lenta. A proteção aerodinâmica se mostrou muito útil mesmo para os pilotos mais altos, com mais de 1,80 m.
Rodando por trechos de terra, o modelo conseguiu transpor pequenos obstáculos com facilidade. Com os pneus ainda com cera e as pastilhas ainda se assentando não foi possível tirar nenhuma conclusão sobre as mudanças na linha de freio. Mas, mesmo assim, a Ténéré 250 se mostrou dentro do esperado.
Ficha Técnica:
Motor: Quatro tempos, SOHC, refrigerado a ar com radiador óleo, duas válvulas
Capacidade cúbica: 249 cm³
Potência máxima: 21 cv a 8.000 rpm
Torque máximo: 2,10 kgf.m a 6.500rpm
Alimentação: Injeção eletrônica
Capacidade do tanque: 16 litros (4,8 l de reserva)
Câmbio: Cinco velocidades
Transmissão final: Corrente
Suspensão dianteira: Garfo Telescópico com 220 mm de curso
Suspensão traseira: Monoamortecida com link e 240 mm de curso
Freio dianteiro: Disco de 245 mm de diâmetro
Freio traseiro: Disco de 203 mm de diâmetro
Pneus: 80/90-21 (D) e 120/80-18 (T)
Chassi: Berço semi duplo em aço
Dimensões (C x L x A): 2.120 mm x 830 mm x 1.370 mm
Altura do assento: 865 mm
Altura mínima do solo: 270 mm
Entre-eixos: 1.385 mm
Peso seco: 137 kg (a seco)
Cores: Branca com detalhes em vermelho e preta com detalhes em prata
Preço público sugerido: R$ 13 mil
* o piloto usou capacete LS2 FF369 Delta e jaqueta Dainese Air 2 Tessuto
FOTOS: Gustavo Epifanio
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