Vulcan 900 tem visual retro e muito torque
A clássica Kawasaki estradeira tem motor V2 com 8,0 kgf.m de par máximo e custa R$ 35.550.
Por André Jordão
Por André Jordão
Aldo Tizzani
Para ser um sucesso de público e crítica o que uma autêntica moto custom deve oferecer ao motociclista? Um “torcudo” motor de dois cilindros em “V”, estilo clássico sem abrir mão dos cromados, além de assento confortável e uma boa posição de pilotagem. A Kawasaki Vulcan 900 Classic é uma fiel representante desta linhagem de motocicletas feitas para encarar centenas de quilômetros de estradas. Totalmente ambientada às normas e ao combustível brasileiro, a Kawasaki Vulcan chegou oficialmente ao País há um ano e custa R$ 35.550.
Quando o piloto liga a Vulcan 900 e começa a rodar, uma coisa fica evidente: o vigor do V2. O motor de comando simples no cabeçote, quatro tempos e 903 cm³ de capacidade, gera exatos 50 cv de potência máxima a 5.700 rpm. Porém é em seu torque e ampla faixa útil que estão as principais virtudes desta máquina japonesa. Com 8,0 kgf.m de torque máximo já disponível a 3.700 rpm, a Vulcan tem muita força nas arrancadas, retomadas e em baixas e médias rotações. Isso transmite ao piloto muita segurança, principalmente no caso de uma ultrapassagem. Em função de seus números de torque e potência, a moto tem força suficiente para “carregar” piloto, garupa e bagagem.
Para completar, o propulsor traz injeção eletrônica de combustível, que oferece respostas mais rápidas e sem engasgo se compararmos com os tradicionais carburadores. Como em todos os motores com esta configuração, a vibração está sempre presente, mas neste caso não chega a incomodar. A moto ainda tem câmbio de cinco velocidades e a transmissão feita por meio de correio dentada, como nos modelos Harley-Davidson.
Ciclística
Como na maioria das motos custom, o conjunto de suspensão e freios da Vulcan 900 utiliza receitas pra lá de tradicionais. Macias, as suspensões usam, na dianteira, garfo telescópico com tubos 41 mm de diâmetro e 150 mm de curso. Já na traseira, sistema de monoamortecimento com regulagem na pré-carga da mola em sete posições e 100 mm de curso. Detalhe: o amortecedor fica oculto sobre o assento, como em uma autêntica custom “rabo duro”.
O sistema de freios tem disco simples em ambas as rodas. Na dianteira disco de 300 mm de diâmetro e, na traseira, disco de 270 mm. Ambos são mordidos por pinças de pistão duplo. Assim, os freios estão de acordo com a proposta estradeira e suficientes para parar os 254 quilos desta clássica custom.
Para ajudar na árdua tarefa de absorver impactos e oferecer maior aderência e frenagens mais precisas, a Vulcan 900 está calçada com pneus Dunlop - 130/90-16M/C 67H (D) e 180/70-15M/C 76H (T). Aliás, o pneu traseiro de 180 mm que equipa a custom da Kawasaki é mais largo que suas principais concorrentes – lê-se Yamaha Midnight Star 950, Honda Shadow 750, Suzuki Boulevard M800 e Harley-Davisdon XL 883.
Design e ergonomia
Além de um conjunto ciclístico e mecânico bastante equilibrado, a Kawasaki Vulcan 900 tem tudo para agradar aos fãs das custom clássicas de visual retro. Muitos cromados, rodas raiadas, painel de instrumentos posicionado sob o tanque de combustível em forma de gota e pedaleiras plataforma. Para completar, pintura monocromática e um discreto logo aplicado na lateral do tanque.
Os pilotos com menos de 1,70 m – ou com braços curtos – sofrem um pouco nas manobras em baixas velocidades, já que o guidão é bastante aberto. As pedaleiras plataforma oferecem bom apoio para o piloto, porém raspam no asfalto em curvas mais fechadas. Vale ressaltar que esse “defeito” é uma característica dos modelos custom, em função de sua baixa distância livre do solo.
Longa e baixa, a Vulcan 900 oferece um assento confortável e com altura de 680 mm do solo. Os baixinhos agradecem! Já o garupa sofre um pouco a bordo da Vulcan 900. O banco é pequeno, não há alças, muito menos encosto (sissy-bar). Outra característica das custom é a possibilidade de “customizar” a moto para seu uso. Em viagem solo, fica difícil também acomodar a bagagem, já que não existem pontos de fixação. Outro detalhe que pode ser resolvido com bolsas laterais, à venda no mercado paralelo.
Todos os componentes –motorização e ciclística – estão “amarrados” ao quadro de dupla trave tubular em aço. Já o painel de instrumentos, de fácil visualização, traz informações como hodômetro, velocímetro, marcador de combustível e luzes-espia.
O preço da Kawasaki Vulcan 900 é o mais caro se comparado com o da concorrência (R$ 35.550) e isso pode ser um ponto negativo. A Honda Shadow 750 sai por R$ 29.980 e a Yamaha Midnigth Star 950 custa R$ 34.600, enquanto a Suzuki Boulevard M800, com visual mais moderno, tem preço sugerido de R$ 32.900.
FICHA TÉCNICA:
Motor: SOHC, 4 tempos, 2 cilindros em V, refrigeração líquida
Capacidade cúbica: 903 cm³
Diâmetro x curso: 88,0 x 74,2 mm
Taxa de compressão: 9,5:1
Potência máxima: 50 cv a 5.700 rpm
Torque máximo: 8,0 kgf.m a 3.700 rpm
Sistema de combustível: Injeção eletrônica
Partida: Elétrica
Câmbio: 5 velocidades
Transmissão: Correia dentada
Embreagem: Multidisco, em banho de óleo
Quadro: Dupla trave tubular em aço
Suspensões:
Dianteira: Garfo telescópico de 41 mm, com 150 mm de curso
Traseira: Monoamortecida com pré-carga da mola ajustável em 7 níveis, com 100 mm de curso
Freios:
Dianteiro: Disco simples de 300 mm, pinça com pistão duplo
Traseiro: Disco simples de 270 mm, pinça com pistão duplo
Pneus:
Dianteiro: 130/90-16M/C 67H
Traseiro: 180/70-15M/C 76H
Dimensões C x L x A: 2.465 mm x 1.005 mm x 1.065 mm
Distância entre eixos: 1.650 mm
Distância do solo: 135 mm
Altura do assento: 680 mm
Capacidade do tanque: 20 litros
Peso: 254 kg
Cores: Preta / Vermelha
Preço: R$ 35.550,00
FOTOS: Mario Villaescusa
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