Uma custom fácil de conduzir
Rodamos com exclusividade na Kansas 250, edição limitada com preço sugerido de R$ 9.990.
Por Leandro Alvares
Por Leandro Alvares
Bruno Parisi
Aproveitando os bons resultados de vendas da Dafra Kansas 150 (mais de 20 mil unidades entre 2008/2009), aliada ao desejo de centenas de motociclistas em adquirir uma custom de média cilindrada, a Dafra lançou a Kansas 250.
Com preço sugerido de R$ 9.990, o modelo — uma edição limitada, segundo a própria montadora — terá como concorrentes diretos a Kasinski Mirage 250 (R$ 15.190), a FYM FY-250 (R$ 10.954,41), a Amazonas AME C1 (R$ 12.600), a Garinni GR 250 T3 (R$ 13.500) e a Sundown V-Blade 250 (R$ 12.330). No quesito peso no bolso, a Kansas 250 larga na frente.
Quem lançar um primeiro olhar para esta custom e tiver uma boa memória, com certeza dirá que a moto é muito parecida com a famosa série Virago, da Yamaha, em especial a 1100.
Rodas de liga-leve, guidão no estilo “chifre de boi” — curvo e bastante fechado —, duplo amortecedor na suspensão traseira e apoio lombar para a garupa. Esses eram exatamente os mesmos itens que equipavam a custom japonesa de grande cilindrada. Pelo tamanho, a Kansas também lembra a extinta Virago 250, com exceção das rodas — raiadas no modelo da marca nipônica dos três diapasões.
O estilo com certeza é o ponto alto da motocicleta. Diversos cromados espalhados pela Kansas dão um ar de moto maior. Rodas de liga-leve de acabamento polido — aro 18 polegadas na dianteira e 15 na traseira — realçam o desenho da pequena custom. A montagem da moto mereceu uma atenção especial por parte da empresa.
As manoplas têm bom acabamento e boa empunhadura; assim como as pedaleiras, montadas sob coxins de borracha, que reduzem a vibração. A mangueira de freio dianteira recebe uma capa metálica, imitando mangueiras de malhas de aço (aeroquip). Na parte superior do cilindro traseiro há uma armação metálica do lado direito impedindo que o piloto queime a perna no motor.
Impressões
Montado na pequena custom, a primeira impressão agrada. O guidão curvo e fechado dificulta um pouco as manobras para os novatos, porém nenhum grande problema para se adaptar devido ao baixo peso da moto (144 quilos em ordem de marcha).
O motor, um bicilíndrico em V com 248,7 cm³ de comando simples no cabeçote e refrigerado a ar, gera 21 cv de potência a 7.000 rpm e 2,35 kgf.m de torque a 6.000 rpm. A alimentação é feita por um único carburador. Mesmo sem a injeção eletrônica o sistema de alimentação funcionou muito bem, sem falhas ou engasgos.
O que é elogiável na Kansas 250 é a capacidade de retomada de velocidade. Em trechos de estrada, por exemplo, não é necessário recorrer a reduções no câmbio de cinco marchas, o torque do V2 de um quarto de litro cumpre bem seu papel.
Antes que os motociclistas mais conscientes perguntem, a nova Dafra não atende à nova lei de emissão de poluentes, que entrou em vigor em janeiro deste ano. Segundo a assessoria de imprensa da Dafra, “a Kansas 250 não se enquadra no Promot 3, pois seu lançamento é planejado desde o segundo semestre do ano passado, quando a regulamentação ainda não vigorava. Existem modelos 2008/2009 e 2009/2009. Como o prazo para o início do Promot 3 foi adiado para abril, todas estas motos podem ser comercializadas normalmente, mesmo ainda não se enquadrando à nova regulamentação.”
Fica uma pergunta no ar: será que a Dafra lançará a Kansas 250 injetada, que completaria o mix de produtos?
Grata surpresa no trânsito
No trânsito a Kansas roda dentro de seus limites, mas com desenvoltura. Não chega a ser ágil como uma utilitária, mas também não pode ser considerada um “tanque de guerra”, circulando nos corredores formados pelos carros. Com um pouco de paciência e prudência ela dribla os congestionamentos sem maiores problemas.
O motor não demonstrou falta de fôlego no percurso urbano, mesmo com a unidade testada, que tinha apenas 15 quilômetros percorridos. As suspensões surpreenderam. Em nenhum momento chegaram ao final do curso. O garfo telescópico na dianteira com 140 mm de curso e o duplo amortecedor na traseira — de 55 mm de curso —, cumpriram seu papel com louvor.
Um cuidado a ser tomado com uma moto zero são os freios. Ambos a disco e com acionamento por duplo pistão, apresentaram funcionamento borrachudo. Comportamento até certo ponto normal para uma “0km”. Espera-se que apresentem melhor rendimento com os quilômetros rodados e o “assentamento” das pastilhas. O câmbio tem funcionamento macio, com engates precisos, porém notamos muita folga entre o neutro e a segunda marcha.
Na estrada
Quando se pensa em moto custom, estradas com longas retas vêm à cabeça. Com a novidade da Dafra também não é diferente. Rodovias são encaradas com facilidade e sem pressa. Velocidades de cruzeiro entre 100 e 110 km/h são ideais para esta 250cc. Nessa velocidade o que irá incomodar é a vibração, sentida principalmente no pé direito. Se forçar o ritmo a custom não irá muito além dos 130 km/h.
Depois dos 100 primeiros quilômetros rodados e nem sempre aliviando o acelerador, era hora de medir o consumo. A Dafra Kansas 250 conseguiu uma boa marca: 25,18 km/litro, variando entre trechos de estrada e cidade com a motocicleta praticamente zero quilômetro.
A segurança também é transmitida pelos pneus Pirelli City Demon (nas medidas 3.00 - 18 na dianteira e 130/90 -15 na traseira). Eles, em conjunto com a ciclística, oferecem muita confiança ao piloto. Mas cuidado, as pedaleiras irão raspar no asfalto com relativa facilidade se o proprietário da Kansas quiser abusar em curvas.
Conforto
A posição tipicamente custom em um primeiro momento parece confortável, mas após alguns quilômetros rodados a realidade vem à tona e a pilotagem fica cansativa. Já que os bancos do piloto e garupa seguiram um padrão inverso de construção. O primeiro é largo, porém a espuma é muito mole e cansa rápido; o assento para a carona é mais estreito e com a espuma rígida. Para colaborar com a vida do garupa o encosto lombar (sissy-bar) vem como equipamento de série na Kansas 250.
Como as custom são um dos estilos prediletos para modificar a moto, o futuro proprietário da Kansas 250 pode pensar em tornar o banco mais confortável para encarar longas jornadas.
Para quem deseja uma motocicleta de média cilindrada com visual mais exclusivo no trânsito, dar um “upgrade” na cilindrada ou mesmo ter uma pequena custom para se personalizar, a Dafra Kansas 250 pode ser uma ótima companheira. Seja no trânsito ou em viagens, rode sempre com muita calma, como manda o estilo custom.
Ficha técnica
Motor: Bicilíndrico em v, 248,7 cm³, SOHC, refrigerado a ar
Diâmetro X curso: 49 X 66 mm
Taxa de compressão: 10,0 : 1
Potência: 21 cv a 7.000 rpm
Torque: 2,35 kgf.m a 6.000 rpm
Alimentação: Carburador BDS 26
Câmbio: 5 marchas
Transmissão: corrente
Comprimento: 2.215 mm
Largura: 890 mm
Altura do banco: 810 mm
Distância entre eixos: 1.495 mm
Peso (a seco): 137 kg
Tanque de gasolina: 9,5 litros (2,6 litros de reserva)
Quadro: Berço duplo
Suspensões: Garfo telescópico na dianteira (140 mm de curso) e duplo amortecedor na traseira (55 mm de curso)
Pneus: Pirelli City Demon, 3.00 – 18 na dianteira e 130/90 – 15 na traseira
Freios: A disco com acionamento hidráulico por pinça com dois pistões em ambas as rodas
Cores: preta e prata
Preço: R$ 9.990,00
Fotos: Caio Mattos.
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