Triumph Scrambler 1200 XE tem visual retrô e proposta aventureira
Modelo tem motor cheio de fôlego para rodar na estrada e suspensões robustas para encarar o fora-de-estrada
Por Gabriel Carvalho
Por Gabriel Carvalho
Algumas receitas são impossíveis de dar errado. É como misturar leite condensado com chocolate ou macarrão com carne moída e molho de tomate. Por mais que você não seja um finalista do MasterChef, com certeza ficará bom. O mesmo acontece com algumas misturebas feitas pelas marcas de motocicletas: não tem como dar errado a união de um excelente motor de 1.200 cc com um design vintage e conjunto de suspensões Öhlins.
Essa é a receita da nova Triumph Scrambler 1200 XE, uma moto que tem como premissa ser confortável no asfalto e implacável na terra graças a um conjunto de suspensão de alto nível e motorização indefectível. A moto chega ao Brasil por R$ 59.990, antecipando sua versão XC, que será vendida em meados de agosto por R$ 55.990.
A Scrambler XE é a versão mais completa dessa linha, que usa como base o mesmo chassi tubular em aço e motor de 1.200 cc com resfriamento líquido e dois cilindros paralelos da Thruxton R. Neste caso, porém, são 90 cv a 7.400 rpm (7 cv a menos do que a Thruxton) à disposição do piloto e 11 kgf.m de torque a 3.950 rpm. Apesar dessa diferença, é justamente a força, principalmente em baixas rotações, que mais chamam a atenção na Triumph Scrambler 1200.
Em um dia de rodagem com a moto, aceleramos por 150 km, sendo 70 km de terra batida e areia. Colocamos à prova a estrutura robusta da motocicleta que traz todas as características das antigas scramblers, moda que teve início no fim dos anos 1950, quando as próprias Triumph Bonneville recebiam peças off-road para encarar a terra.
Seu desenho lembra as antigas motocicletas que faziam jus ao sobrenome scrambler (que, em inglês, significa misturar). Os traços vintage ficam claros no tanque alongado de 16 litros que recebe faixas em sua pintura metalizada (azul ou branca, nessa versão) e no banco de couro inteiriço.
O assento a 87 mm do solo é charmoso, mas pouco confortável para longas distâncias e nos trechos de terra. Para sobrepor os traços clássicos a Triumph caprichou em itens como faróis e lanterna de LED e o painel super moderno de TFT que requer algumas horas de atenção para ser desvendado.
No painel colorido com duas opções de layout há uma novidade interessante: o suporte nativo para os sistemas da câmera portátil GoPro que permite, via Bluetooth, utilizar o painel da moto para controlar a câmera, além de total conexão com o celular para, por exemplo, visualização de trajetos no GPS. Essa tecnologia vendida como acessório, contudo, não está disponível nas primeiras unidades da moto vendida no País e a previsão para sua chegada é janeiro.
O escape duplo feito de aço escovado posicionado na linha horizontal e um tipo de number plate que serve também para impedir o calor implacável do motor são traços marcantes de qualquer modelo scrambler.
O fôlego da Scrambler, mesmo em marchas intermediárias e com rotação baixa, surge com sobra para trazê-la de volta. Característica importante na terra, quando uma boa tração é a única forma de fazer com que a moto mantenha sua trajetória, sem pestanejar.
Fora isso, a moto na versão XE vem equipada com suspensão Öhlins totalmente ajustável. Na dianteira, o curso de 250 mm do garfo de 45 mm de diâmetro garante uma estabilidade considerável na terra, mas longe de ser uma Tiger, por exemplo, que pode fazer mudanças de direção mais rápida e precisamente. Além de ter, de fato, os requisitos reais para encarar aventuras fora de estrada.
A Triumph vende a Scrambler 1200 como uma aventureira clássica. De fato, a moto tem equipamentos de sobra para oferecer e um design inquestionável para quem estiver disposto a pagar por estilo. Mas é preciso colocar no papel que a Tiger 1200 XR parte de R$ 60.700 e pode entregar, de fato, um pacote muito mais completo e útil para trechos on e off-road, mas com um motor de 141 cv.
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