Titan X Factor: Duelo de campeãs

Comparamos os modelos 2009 das motocicletas mais vendidas de Honda e Yamaha. Confira!

Por Leandro Alvares

Bruno Parisi e Arthur Caldeira

Beleza ou funcionalidade? Com certeza muita gente já viveu esse dilema em alguma escolha de nossas vidas. E o que isso tem a ver com motocicletas? Comparamos as 125/150 mais vendidas e eternas rivais, renovadas para 2009: Honda CG Titan 150 e Yamaha YBR 125 Factor.

Colocamos as motos lado-a-lado em suas versões top de linha — ESD e ED respectivamente — para descobrirmos quais os pontos altos e fracos dos “carros-chefe” de Honda e Yamaha.

Design

Além da capacidade do motor, ambas se diferenciam ao primeiro olhar. A Factor encanta com seu visual esportivo e street ressaltado pelas rodas de liga leve, disponíveis na ED, lembrando muito sua irmã maior YS 250 Fazer. Entre alguns motociclistas ganhou o apelido de “mini-Fazer”.

Já a rival da Honda resolveu inovar no design, com uma carenagem no farol que não agradou a todos. Inédito no Brasil, o novo desenho já recebeu alguns apelidos e muitas críticas.

Gosto à parte, ambas são as motos mais vendidas das respectivas marcas. No ranking de emplacamentos, a CG 150 lidera, enquanto a 125 da Yamaha ocupa a quarta posição entre as mais vendidas.

Praticidade e conforto

Quando o quesito é praticidade para se transportar pequenos objetos, as duas se equivalem. A Honda Titan 150 conta com um gancho metálico próximo aos amortecedores traseiros, facilitando amarrar e transportar pequenos objetos. A YBR Factor também traz ganchos na alça da garupa com o mesmo propósito. No teste prático, as motos levaram um capacete fechado no banco destinado ao carona somente com a “aranha” de fixação.

Já nos punhos de comando as rivais são contrastantes. Na Yamaha os comandos são semelhantes aos da sua irmã maior, a YS Fazer 250, com lampejador de farol e corta-corrente. Os comandos da Titan pararam no tempo. Os dois itens citados na concorrente inexistem na Honda. Os comandos são praticamente iguais os da CG 125 Titan de 2000, exceto pela falta do botão liga/desliga do farol, agora acionado automaticamente ao se ligar o motor.

Em relação ao conforto, as suspensões — garfo telescópico na dianteira e duplo amortecedor na traseira — funcionam muito bem nas duas motocicletas, com vantagem para a Yamaha pela suavidade.

Contra a marca dos três diapasões está o banco da YBR. Com uma espuma muito mole, cansa o piloto após longo tempo pilotando. No caso da Titan 150, o banco foi redesenhado e tem uma espuma mais densa e confortável.

Motor

A concepção dos motores é o grande diferencial dessas urbanas. As concorrentes já atendem ao Promot 3 (lei de controle de emissão de poluentes) e utilizam soluções diferentes para cumprirem a norma. A Honda inovou ao equipar sua campeã de vendas com injeção eletrônica de combustível, além de sensor de oxigênio e catalisador.
 
A YBR 125 Factor teve seu carburador remodelado, ganhou sensor de “cut-off”, acionamento do segundo estágio a vácuo e sensor de posição do acelerador. Com essas soluções “hi-tech”, o equipamento da Yamaha consegue um resultado semelhante a um motor injetado, cortando o envio de combustível quando o acelerador não é acionado com a moto em movimento.

Tantas inovações têm seu preço. Os números de potência e torque reduziram na YBR; na Honda a potência continua a mesma da CG 150 carburada — a 500 rotações acima — e o par máximo diminuiu. Falando abertamente, a YBR sofre pela falta dos 25 cm³ em relação à Titan e também com as novas regras de emissão de poluentes, que obrigou a Yamaha a instalar dois catalisadores no escapamento e deixou a Factor um tanto “amarrada”.

Nas estradas, onde a Yamaha anda “esgoelada” ainda sobra acelerador na CG. Isso se traduz em um consumo mais alto. Conseguimos médias acima de 40 quilômetros por litro pilotando a CG e com a rival as médias obtidas ficaram entre 33 e 35 quilômetros por litro.

Ao se falar em consumo, não podemos deixar escapar o grave “calcanhar de Aquiles” da nova Titan. Ela não tem torneirinha de combustível e nem luz indicadora de reserva, há somente o marcador de gasolina. Portanto um motociclista mais distraído pode ficar a pé se não ficar atento ao nível.

Já na rival, equipada com a torneirinha de combustível, ainda há chances de chegar ao próximo posto para abastecer ao se abrir a reserva. Um item bastante útil para os distraídos.

Impressões

Tanto YBR Factor e CG 150 Titan são ótimas motos para se pilotar na cidade, por serem estáveis, ágeis e confortáveis. Porém, a maciez do conjunto motor/câmbio/freios e suspensões da Yamaha acabam sendo ofuscadas pelo maior vigor do motor da Titan, que exige menos trocas de marchas e permite ao piloto rodar com o acelerador menos aberto.

Na hora de frear, as motocicletas apresentam freio a disco na roda dianteira — de pistão simples na Factor e duplo na Titan — e a tambor na traseira. A 125 da Yamaha mostrou reações melhores, enquanto a rival apresentou um acionamento um pouco mais “borrachudo”.

Nos trechos de curvas, vantagem novamente para o modelo Yamaha. A versão ED testada sai de fábrica com rodas de liga leve calçadas com pneus Metzeler ME 22, sem câmara e de perfil esportivo. Itens que fazem dela uma das motos mais completas da categoria.

Já a Honda peca por não equipar a CG top de linha com rodas de liga leve e pneus sem câmara. Suas rodas raiadas e os pneus Pirelli City Demon são de boa qualidade e dão conta do recado. Mas como se trata de modelo top e, levando-se em consideração seu preço mais elevado, bem que a Titan 150 poderia ter rodas mais bonitas.

Preço

Esse é um item muito importante nesta categoria de motos urbanas de baixa cilindrada. Se compararmos os preços divulgados pelas fábricas, a diferença entre Titan e Factor é de pouco mais de R$ 500. Porém, o valor praticado nas concessionárias das marcas na capital paulista dobra essa diferença.
 
Ao consultarmos as concessionárias, constatamos que a Factor apresenta larga vantagem. O valor médio cobrado é de R$ 6.800, enquanto a concorrente Honda CG 150 Titan está sendo vendida a R$ 7.900. Uma diferença de quase 15% que significa parcelas mais baixas no financiamento ou ainda uma economia para comprar equipamentos de segurança.

Fichas Técnicas

Honda CG 150 Titan ESD

Motor: monocilíndrico, 149,2 cm³, duas válvulas por cilindro e refrigerado a ar
Diâmetro x curso: 57,3 mm x 57,84 mm
Taxa de Compressão: 9,5: 1
Potência máxima: 14,2 cv a 8.500 rpm
Torque máximo: 1,32 kgf.m a 7.000 rpm
Alimentação: Injeção eletrônica PGM-FI
Câmbio: 5 marchas
Transmissão: corrente
Comprimento: 1.988 mm
Largura: 730 mm
Altura: 1.098 mm
Altura do banco: 792 mm
Distância entre eixos: 1.315 mm
Peso (a seco): 119,4 kg (versão ESD)
Tanque de gasolina: 16,1 litros
Quadro: Diamond
Suspensões: Garfo telescópico na dianteira e duplo amortecedor na traseira
Pneus: Pirelli City Demon 80/100-18 (dianteiro) e 90/90-18 (traseiro)
Freios: Disco simples de 240 mm de diâmetro com cáliper de dois pistões na dianteira (versão ESD) e tambor de 130 mm na traseira
Cores: azul metálica, prata metálica, vermelha e preta
Preço sugerido: R$ 6.990 (versão ESD)


Yamaha YBR 125 Factor

Motor: Monocilíndrico, 124,9 cm³ duas válvulas por cilindro, refrigerado a ar
Diâmetro x curso: 54,0 mm x 54,0 mm
Taxa de compressão: 10,0:1
Potência máxima: 11,2 cv a 8.000 rpm   
Torque máximo: 1,13 kgf.m a 6.000 rpm
Alimentação: Carburador Mikuni BS 25
Câmbio: 5 velocidades
Transmissão: Corrente
Comprimento: 1.980 mm
Largura: 760 mm
Altura: 1.080 mm
Altura do banco: 780 mm
Distância entre eixos: 1.290 mm
Peso (a seco): 112 kg (versão ED)
Tanque de gasolina: 13 litros
Quadro: Diamond em aço
Suspensões: Garfo telescópico com 120 mm de curso na dianteira e duplo amortecedor com 105 mm de curso na traseira
Pneus: 2.75 – 18 42 P Metzeler ME 22 (dianteiro) e 90/90 – 18 42 P Metzeler ME 22 (traseiro)
Freios: Disco simples de 245 mm na roda dianteira com cáliper de pistão simples e tambor de 130 mm de diâmetro na traseira
Cores: Azul, prata, preta e vermelha
Preço Sugerido: R$ 6.585,00

Fotos: Renato Durães.


Fonte:
Agência Infomoto

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