Teste Yamaha Crosser 150: Uma trail para o dia a dia

Avaliamos a nova trail da Yamaha, que chegou ao mercado com itens exclusivos para a categoria, confira!

Por Paulo Souza

Paulo Souza

Após as primeiras impressões com a Yamaha XTZ 150 Crosser, onde tivemos a oportunidade de andar pouco com ela, chegou a vez de conhecer melhor a motocicleta e dizer o veredicto sobre o novo modelo trail da marca japonesa.

Neste teste pudemos conferir o seu comportamento no dia a dia dentro da cidade e também as pequenas aventuras que ela encara no final de semana. Confira como é a pequena Crosser 150 e se o preço sugerido é justo!

Urbana
Apesar de ser um modelo trail (on-off road) a Yamaha XTZ 150 Crosser vai muito melhor no asfalto, principalmente no trânsito pesado. O conforto na posição de pilotagem com sua fácil condução faz a moto transitar em meio aos carros com facilidade, contando ainda com seu grande ângulo de esterço, que ajuda nas manobras.

Na hora de pegar as ruas esburacadas também nenhum problema a bordo da Crosser, suas novas suspensões agradaram bastante, principalmente a traseira, na qual recebeu um novo sistema de link deixando a moto mais apta a enfrentar as ruas mal pavimentadas das cidades brasileiras.

Outra característica para afirmar que o modelo vai melhor no asfalto são suas rodas e pneus, equipada com rodas de 19” na dianteira e 17” na traseira com pneus um pouco mais largos em relação à antiga XTZ 125, de medidas 90/90 na frente e 110/90 atrás. Na cidade só senti falta de um lampejador de farol alto para pilotagem noturna.

Falta força
A Crosser 150 herdou o mesmo propulsor da Fazer 150, um monocilíndrico flex com injeção eletrônica que rende 12,2 cv de potência máxima com gasolina e 12,4 cv no álcool a 7.500 rpm. Na prática um bom motor, que faz o seu papel para a proposta da moto.

No entanto, não é um dos mais potentes. Não espere atingir grandes velocidades com ela nem retomadas rápidas. A 100 km/h o motor roda a 7.000 giros em quinta marcha, por exemplo, e a velocidade final que atingimos foi de 128 km/h, (marcada no painel).

Durante o teste pegamos alguns pequenos trechos em rodovias para ver o seu comportamento, e para quem faz este trajeto diário, podemos afirmar que não é a moto mais recomendada, pois há suas limitações de velocidade e força. Nada de assustador também, como modelos scooters e cubs tendo que rodar na direita junto aos caminhões. Ela atinge a média de 115 km/h e da para circular tranquilamente junto aos carros, apenas deve-se ficar atento na hora das ultrapassagens.

Bonita
O design da Crosser 150 agrada, olhando pela primeira vez da pra confundir com modelos de maior cilindrada. Suas entradas de ar fixadas no tanque dão além de melhor aerodinâmica ao modelo, também um visual estiloso com o seu tanque de combustível, de altura um pouco mais elevada.

Os novos detalhes como escapamento posicionado em ângulo mais inclinado para evitar o calor ao passageiro, bagageiro moderno com alças de apoio em alumínio com capacidade de carga de 7 kg e painel digital com indicador de marcha, velocímetro, marcador de combustível, hodômetro total e parcial conta-giros analógico, deixam o modelo muito atualizado para enfrentar a concorrência.

E para atingir todos os tipos de gostos a Yamaha colocou duas versões no mercado, sendo a E com partida elétrica e freio dianteiro a tambor e a versão ED com partida elétrica e freio dianteiro a disco, além de um suporte do guidão regulável, o que permite ajuste em dois níveis para melhor posição de pilotagem de acordo com cada piloto.

A versão que avaliamos era a ED, completa com freio a disco dianteiro. É um sistema já conhecido com disco de 230 mm de diâmetro, suficiente para frear os 120 kg (seco) da motocicleta. Na traseira ela possui freio a tambor de 130 mm de diâmetro.

Fora de estrada
Para conferir sua dupla proposta, também avaliamos a motocicleta em estrada de terra e pequenos barrancos. Apesar de sair melhor no asfalto ela encara com tranquilidade este tipo de terreno, seus pneus de uso misto também auxiliam bastante.

A suspensão dianteira continuou com os 180 mm de curso, e deu conta do recado fora da estrada. Andando em pé a moto fica com mais estabilidade e da para perceber a maciez do conjunto de suspensão.

Diria que pequenas aventuras de fim de semana, ou para quem mora ou trafega em estradas de terra ela pode ser uma boa opção. Porém, não espere que ela faça milagres em trilhas travadas e com muita lama, pois não é apropriada para isto.

Conclusão
Desde o primeiro contato com a Crosser 150 as impressões da moto sempre foram positivas, e após o nosso teste, podemos confirmar que a Yamaha acertou ao lançar uma concorrente à altura no segmento.

Como falei, apesar de ter um motor que não empolgue muito, ela cumpre o seu papel dentro da proposta do modelo. No entanto, o preço praticado pela Yamaha está acima do que achamos que a moto valeria.

A versão E sai por R$ 9.050, enquanto a ED está em R$ 9.350. Valor muito alto para um modelo de 150cc, com pouco mais 3 mil reais é possível comprar uma moto de 250cc. Se a Yamaha baixar este preço vai ser muito mais competitiva no mercado.

O jornalista utilizou no teste capacete LS2, jaqueta e luvas Race Tech, calça e bota Alpinestar.

Ficha Técnica
Motor: 4 tempos, SOHC , refrigerado a ar, 2 válvulas
Quantidade de cilindros: 1 cilindro     
Cilindrada: 149 cc     
Diâmetro x curso: 57.3 x 57.9 mm     
Taxa de compressão: 9.56:1    
Potência máxima: 12.2 cv (gas) 12.4 cv (eta) a 7.500 RPM     
Torque máximo: 1,28 kgf.m a 6.000 rpm     
Sistema de lubrificação: Cárter úmido     
Alimentação: Injeção eletrônica
Embreagem:     úmida, multidisco    
Câmbio: 5 velocidades, engrenamento constante     
Sistema de ignição: TCI     
Sistema de partida: Elétrica     
Transmissão primária: Engrenagens     
Transmissão secundária: Corrente     
Bateria: 12 V x 5 Ah     
Quadro: Berço semi duplo     
Suspensão dianteira / curso: Garfo telescópico / 180 mm     
Suspensão traseira / curso: Braço oscilante Monoshock com link / 56,5 mm
Ângulo de cáster: 26°     
Trail: 92 mm     
Freio dianteiro: Disco de 230 mm de diâmetro,acionamento    
Freio traseiro: Tambor de 130 mm de diâmetro     
Pneu dianteiro: 90/90 - 19 M/C 52P
Pneu traseiro: 110/90 - 17 M/C 60P    
Comprimento x Largura x Altura: 2.050 X 830 X 1.140 mm
Distância entre eixos: 1.350 mm
Altura do assento: 836 mm
Raio mínimo de giro: 2,1m
Altura mínima do solo: 235 mm P
Peso seco: 120 Kg
Capacidade do óleo do motor: 1,25 litros
Capacidade do tanque de combustível: 12 litros
Painel: Conta-Giros analógico: Digital – indicador de marcha, velocímetro, marcador de combustível, hodômetro total e parcial
Cores: Cinza grafite, branco e laranja


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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