Teste: Triumph Thunderbird Storm renova conceito custom
Produzida no Brasil, cruiser da marca inglesa oferece estilo e desempenho com preço sugerido de R$ 49.900
Por Aladim Lopes Gonçalves
Por Aladim Lopes Gonçalves
Aladim Lopes Gonçalves
Considerada uma verdadeira expressão inglesa para o conceito custom, a Triumph Thunderbird Storm esbanja atitude e rebeldia com um visual que mescla o melhor de dois mundos, o estilo clássico de uma autêntica cruiser com os atributos de modernidade dos modelos mais atuais do mercado. Qualificações que fazem jus ao preço sugerido de R$ 49.900 para a motocicleta produzida na fábrica brasileira da marca inglesa, no Polo Industrial de Manaus (AM).
A Thunderbird Storm segue a receita de autenticidade da Triumph com duplo farol e guidão elevado. No entanto, o motor dois cilindros paralelos T-16 de 1.700cc foge à regra da tradição dos emblemáticos propulsores dois cilindros em “V” que revelam um tipo de experiência e sensação bem diferente para o motociclista. Evidentemente que tudo também é uma questão de gosto e hábito.
Nessa custom da Triumph o painel de instrumentos aparece posicionado na extremidade de cima do tanque e ostenta o visual clássico com um único mostrador analógico com as informações do velocímetro (em milhas e quilômetros), conta-giros, luzes indicadoras e display digital para o hodômetro e marcador de combustível.
O nome Thunderbird aparece em destaque na parte superior, fazendo um belo conjunto com a iluminação noturna. No entanto, a visualização requer um pouco de habilidade na visão periférica para se concentrar na pista e conferir na parte de baixo a velocidade no painel, por exemplo.
A posição de pilotagem é agradável e favorece a ergonomia do motociclista com um assento baixo e bem generoso, no estilo gota (triangular), e o guidão T-Bar posicionado mais para o alto a fim de evitar um cansaço demasiado nas viagens. Os detalhes cromados, pretos e cinza que aparecem distribuídos por toda a extensão da moto concedem um tom de sobriedade e harmonia para suas linhas que não disfarçam seu arrojo.
Ao virar a chave de partida, devidamente escondida na lateral, sob o assento, é possível entender o nome dessa moto custom. O motor é um verdadeiro estrondo de trovão em meio a uma intensa tempestade de raios. O ronco médio grave que sai dos escapes soa como música para os ouvidos. Praticamente é um convite para acelerar.
Não dá para dizer que andar normalmente com essa custom de 339 kg em um dia de semana, no horário comercial, na cidade de São Paulo é uma tarefa das mais simples, em meio ao tráfego intenso e congestionamentos. É preciso um pouco de paciência para circular entre o mar de carros, mas como navegar é preciso, nada como fazer isso com muito estilo. De qualquer forma, você sabe que vai chegar ao seu destino antes de qualquer carro.
Como potência e torque são dois itens que não faltam na Thunderbird Storm, aliado ao conforto na pilotagem, qualquer passeio pode ser encarado como pura diversão. O motor dois cilindros de 1.699 cm³ trabalha sem atropelos e desenvolve 98 cavalos de potência a 5.250 rpm e torque de 15,9 kgfm a baixos 2.950 rpm. O câmbio de seis marchas surpreende pelos engates justos e fáceis. As trocas de marcha são pouco exigidas, pois o propulsor é bem “elástico”, trabalhando com força mesmo em baixa velocidade e com marcha alta.
Na estrada, a Thunderbird Storm surpreende pela força descomunal e arrancada que parece uma patada de elefante. O tranco é forte e intenso! Nesse caso o garupa precisa tomar cuidado para não ser arremessado para trás, pois o banco do passageiro não possui encosto. Outro aspecto importante é o baixo nível de vibração, mesmo em altas velocidades. A construção do motor com dois cilindros paralelos parece fazer uma boa compensação e distribuição de peso para um melhor ponto de na custom da marca inglesa.
Em relação ao consumo a Thunderbird Storm beirou os 20 km/litro, considerando a rodagem no ambiente urbano e rodoviário, mas conforme a tocada do piloto esse número pode oscilar sensivelmente. Considerando o tanque de combustível com capacidade para 22 litros dá para imaginar uma autonomia que pode variar entre uns 400 km e 450 km, suficiente para fazer médias e longas viagens com uma boa programação para os abastecimentos.
A suspensão da custom inglesa segue uma receita tradicional, com garfo telescópico na dianteira e duplo amortecedor na traseira com regulagem em cinco níveis, cumprindo com os devidos louvores a missão de absorver as irregularidades e imperfeições do solo, assim como manter um bom nível de estabilidade na pilotagem.
O sistema de freios é outro quesito importante na Thunderbird Storm. Equipada com o necessário apoio do ABS (antitravamento) para frenagens mais controladas e seguras, a moto tem no seu conjunto dianteiro disco duplo de 310 mm e traz na traseira disco simples, também na medida de 310 mm. Na hora de frear com a custom da Triumph pode ficar tranquilo que a moto não há sustos no motociclista.
Diante de todos seus atributos, a Thunderbird Storm pode ser considerada uma custom diferenciada e uma alternativa em meio à grande oferta de opções nesse segmento que reúne, entre os grandes fabricantes, modelos americanos e japoneses. Guardadas as devidas proporções e diferenciações, a moto da Triumph também se destaca na sua faixa de preço pelo motor dois cilindros paralelos, que parece bem acertado para esse projeto. Um novo caminho para quem não é assim tão fã dos propulsores dois cilindros em V.
O jornalista utilizou no teste capacete LS2, calça HLX, jaqueta, botas e luvas Alpinestars
Fotos: Paulo Souza
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