Teste: Harley-Davidson CVO Breakout mais que exclusiva

Apenas 30 unidades desembarcam no Brasil, oferecendo estilo, desempenho e sofisticação por quase R$ 100 mil

Por Aladim Lopes Gonçalves

Aldo Tizzani

Para comemorar seus 110 anos, a Harley-Davidson resolveu lançar produtos mais sofisticados e modernos – Linha Rushmore – e modelos exclusivos para consumidores especiais. Este é o caso da CVO Breakout. A moto traz o melhor do estilo chopper, só que vestida para uma festa de gala. Fabricada por processos artesanais, a H-D Breakout conta com pintura exclusiva, aplicada pela primeira vez como item de série e motor Twin Cam 110B de 1800cc refrigerado a ar preparado com filtro de ar esportivo. Os freios têm sistema ABS de série, os faróis são em LED, a embreagem é hidráulica, e a CVO Breakout tem ainda piloto automático, rodas de alumínio estilo “turbina” e pneu traseiro de 240 mm. Como toda preciosidade, esta Harley tem preço sugerido a partir de R$ 98.700 e apenas 30 unidades estarão disponíveis ao consumidor brasileiro.

A CVO Breakout pode ser considerada um mix entre a potente V-Rod, de 125 cv, e as tradicionais choppers da família Dyna, com garfos alongados, muita personalidade e feita para encarar longas retas. Além do desempenho, conforto e sofisticação, com este lançamento a Harley-Davidson quis fisgar clientes também pelos olhos. A Breakout chama a atenção por onde passa, seja no posto de gasolina, no semáforo ou no estacionamento de uma cafeteria.

A primeira pergunta é sempre a mesma: onde você customizou a moto? Na própria Harley, respondo. A segunda: “onde comprou estas rodas? São iradas!”. A sigla CVO corresponde a Custom Vehicle Operations, ou seja, são motos customizadas pela própria Harley.

Design radical
Como legado, este modelo apresenta componentes exclusivos que a diferenciam de qualquer outra motocicleta de linha da Harley. A Breakout esbanja cromados, ganhou pintura personalizada e belas rodas de alumínio de 21 raios que parecem turbinas de avião. As rodas forjadas de liga de alumínio saltam aos olhos em função de sua forma agressiva e exclusiva.

No melhor estilo Long & Low (longa e baixa), a CVO Breakout oferece tanque de combustível achatado e para-lamas recortados, tudo para dar um ar mais agressivo. Para completar, grafismos exclusivos, acessórios da linha Slipstream (manoplas e os pedais de freio e câmbio) e filtro de ar esportivo da Screamin' Eagle, que ajuda no desempenho da CVO Breakout.

Outro detalhe que chama a atenção é o funcional painel de instrumentos. Completo, apresenta na parte superior (analógico) números e ponteiro que acompanha o aumento das rotações. Na área inferior (digital) traz velocímetro, marcador de combustível e de marchas; além de rpm, hodômetros – total e parcial – relógio, piloto automático e indicador de reserva. As informações podem ser obtidas por meio do acionamento de um botão no punho esquerdo, com exceção do acionador do piloto automático, que fica no punho direito. Tudo intuitivo e fácil de usar.

Durante o dia as informações do mostrador são apresentadas na cor verde. Durante a pilotagem noturna (ou baixa luminosidade), o display muda para vermelho que, oferece melhor visualização.

Motor “torcudo”
Evolução natural dos lendários motores V2, o Twin Cam 110 recebeu um kit de desempenho da linha Screamin' Eagle para ganhar alguns centímetros cúbicos e chegar a 1800 cc. De acordo com a marca, esse kit faz com que o motor alcance cerca de 80 cv de potência máxima, número não confirmado pela montadora. Com pintura em cinza chumbo e aletas polidas, o ponto forte deste V2 é o torque, principalmente em baixas rotações. Esta usina de força “enche” de forma gradual e suave. A 2000 rpm a moto está a 90 km/h; a 2.190 rpm, 100 km/h e a 3.000 giros, 140 km/h.

Mas a Breakout tem muito mais fôlego. Sua velocidade de cruzeiro, com certeza, é superior a 140 km/h. São 15,5 kgf.m disponíveis a apenas 3.500 rpm. Resumindo: girar o acelerador com vontade é como levar um soco no estômago, tamanha a força da arrancada. O melhor é relaxar, curtir a paisagem e adotar uma postura mais defensiva, contornando as curvas com mais calma. Nas curvas mais fechadas e maior grau de inclinação da moto, as pedaleiras raspam com muita facilidade no asfalto. Na estrada, o consumo médio gira em torno de 18 km/l. E autonomia de cerca de 340 quilômetros, já que o tanque tem capacidade para quase 19 litros.

O câmbio de seis marchas (com a sexta over-drive) e o motor trabalham bem juntos. São seis velocidades em um sistema rígido e com peças internas robustas, reduzindo a necessidade de manutenção. Por incrível que pareça, esta mudança adotada na CVO Breakout proporciona trocas de marchas mais suave e precisa. Aquela tradicional “barulheira” das trocas de marcha “quase” sumiu. Mas esse barulho é uma característica, dizem os mais puristas.

Ergonomia
Em função do guidão largo e das pedaleiras avançadas, braços e pernas ficam quase que totalmente esticados. Aliado ao assento, em formato de sela e com o couro todo trabalhado em relevo, o piloto vai relaxado, ou melhor, encaixado e pronto para encarar dezenas de quilômetros. Apesar de suas características, a Breakout é uma moto confortável para pilotar na estrada, porém sozinho. O assento para a garupa é pequeno e desconfortável. Para poder contar com uma companhia de viagem, o ideal é que o piloto invista alguns reais em outro assento e também em um sissy-bar.

Ciclística refinada
Com certeza, o conforto do piloto está diretamente ligado aos conjuntos de suspensões e freios. O trem dianteiro tem garfo tradicional e disco simples, com acionamento hidráulico e cáliper de quatro pistões. Na traseira, disco simples, também com acionamento hidráulico e cáliper de dois pistões. Para frear os 330 quilos em ordem de marcha, o sistema de freios, que conta com a ajuda do sistema ABS, dá conta do recado.

Já as suspensões copiam bem as imperfeições do piso. Claro que, com garupa, a eficiência diminui. Mas não chegou a dar fim de curso. Na dianteira, com maior peso em função da roda aro 21 polegadas, o garfo telescópico (com maior diâmetro e menor curso) aguentou as ondulações e os “degraus” das estradas.  Na traseira, o sistema bichoque posicionado sob a moto também cumpre seu papel.

No “resumo da ópera”, a Harley-Davidson CVO Breakout é uma típica muscle-bike. Motor forte, estável, divertida e segura, mas feita para retas, longas retas das highways norte-americanas. Com detalhes dignos de colecionador – alguns feitos de forma artesanal - a moto é exemplo do que há de mais exclusivo no segmento de duas rodas.

FICHA TÉCNICA
Motor Twin Cam 110B, com dois cilindros em “V” e refrigeração a ar (+ kit Screamin' Eagle)
Capacidade 1800 cm³
Câmbio Seis velocidades
Potência máxima ND (≥ 80 cv)
Torque máximo 15,5 kgf.m a 3.500 rpm
Suspensão dianteira Garfo telescópico
Suspensão traseira Bichoque
Freio dianteiro Disco Simples
Freio traseiro Disco Simples
Pneu dianteiro 130/60-21
Pneu traseiro 240/40-18
Comprimento total 2.445 mm
Entre-eixos 1.710 mm
Altura do assento 655 mm
Altura mínima do solo 105 mm
Peso (em ordem de marcha) 330 kg
Tanque de combustível 18,9 l
Preço R$ 98.700


Fonte:
Agência Infomoto

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