Super Ténéré sente o peso da idade, mas é boa opção para aventuras
Versão DX da bigtrail da Yamaha oferece suspensão eletrônica, aquecedor de manopla e piloto automático por R$ 65.490
Por Alexandre Ciszewski
Por Alexandre Ciszewski
Ela não tem o status da BMW R 1200 GS, nem o marketing da Honda CRF 1000L Africa Twin e tem menos potência do que a Triumph Explorer 1200. Embora não seja a melhor em uma característica específica, a Yamaha XT 1200Z Super Ténéré ainda figura entre as opções de quem pretende comprar uma bigtrail.
A começar pelo preço competitivo para o segmento. A versão avaliada, a DX, topo de linha, que, entre outras coisas, tem manoplas aquecidas de série e suspensões com ajuste eletrônico, é vendida por R$ 65.490.
Veja as motocicletas Yamaha XT 1200Z Super Ténéré anunciadas no site MOTO.com.br!
Além disso, a Super Ténéré preenche diversos requisitos de uma moto aventureira. Seu motor bicilíndrico tem bom desempenho (112 cv). O tanque de 22,6 litros garante uma autonomia respeitável. O generoso assento e o para-brisa ajustável asseguram o conforto para longas jornadas. E, por fim, seu equilibrado conjunto ciclístico, auxiliado por um razoável pacote eletrônico, permite rodar fora do asfalto com segurança.
Motor dócil
Lançada em 2011, a Super Ténéré foi renovada há três anos. À época teve seu sistema de escapamento revisto e ganhou mais potência: o motor de dois cilindros paralelos, 1199 cm³, e refrigeração líquida, passou a oferecer 112 cv a 7250 rpm. O virabrequim com intervalos de ignição a 270° proporciona uma entrega de torque suave desde os baixos giros. Grande parte dos 11,9 kgf.m já está disponível a 3.000 rpm: uma ótima qualidade para bigtrails, ainda mais do porte da XT 1200Z, que pesa 261 kg em ordem de marcha.
O desempenho pode não ser o destaque desta Yamaha, mas a docilidade do motor surpreende. Bastante força para rodar em baixos giros e marchas mais altas, e potência suficiente para que, em um segundo, o motociclista já esteja acima do limite das rodovias. E o consumo também agradou: 18,5 km/litro, projetando uma autonomia superior a 400 km.
O acelerador eletrônico garante respostas imediatas ou suaves, dependendo do modo de pilotagem escolhido: o “Sport”, como o nome diz, deixa a Super Ténéré mais arisca; e o “Touring” permite que a garupa viaje com mais conforto sem receber trancos a cada girada no punho. Em trechos urbanos e com passageiro, é quase obrigatório selecionar o Touring; já para viagens solitárias e em ritmo mais forte, o Sport garante a diversão.
A seleção dos modos é bastante simples: basta apertar o botão “Mode” no punho direito e fechar o acelerador. Uma facilidade se comparado a outros dispositivos eletrônicos existentes, como o controle de tração, que só pode ser alterado no grande painel.
Duas telas de LCD formam o painel digital de instrumentos. A maior e retangular, à esquerda, tem velocímetro, conta-giros, relógio, marcador de combustível e a indicação dos modos de pilotagem e do controle de tração. A outra menor exibe outras informações importantes: hodômetros, autonomia, consumo, ajuste da suspensão eletrônica e um útil indicador de marcha.
O painel é completo e de fácil visualização, mas os comandos no punho esquerdo exigem certa prática. Confesso que precisei treinar com a moto parada como navegar entre as informações e até mesmo para ligar o aquecedor de manoplas. Este é um dos pontos nos quais a bigtrail da Yamaha perde para as concorrentes e poderia ser aprimorada.
Confortável e valente
A versão DX, avaliada, foi apresentada em 2015 com pequenas mudanças que melhoraram a experiência do motociclista aventureiro. Manoplas aquecidas com três níveis de temperatura e um para-brisa maior e ajustável – manualmente, sem a necessidade de ferramentas – aumentaram o conforto e a proteção aerodinâmica. O banco também pode ser regulado em duas posições (845 mm e 870 mm), o que facilita a vida dos mais baixinhos: do “alto” dos meus 1,71 m consegui apoiar os dois pés no chão.
Mas a grande novidade foi o uso das suspensões eletrônicas. Há três níveis de compressão e retorno – Hard, Standard e Soft – com 14 combinações possíveis, que podem ser ajustadas mesmo em movimento. Já a pré-carga da mola só pode ser mudada com a moto parada e altera até a altura da Super Ténéré: com carga para levar piloto, garupa e bagagem a moto fica mais alta. Outra bem-vinda novidade eletrônica foi o Cruise Control (piloto automático).
O guidão foi reposicionado e facilitou a pilotagem em pé, posição ideal para o fora-de-estrada. Aliás, na terra, a Super Ténéré surpreende ainda mais. Com o ajuste Soft (“macio”) e o controle de tração no nível “2”, menos intrusivo, a bigtrail se sente à vontade em estradas de cascalho e terra batida mesmo com muitos buracos. As rodas, de 19 polegadas na frente e 17 atrás, com raios centrais e pneus sem câmara também são ideias para esse tipo de piso.
Já os freios combinados com sistema ABS, que não pode ser desligado, são o outro “defeito” da XT 1200Z. Mas, vale dizer, que o funcionamento do sistema é muito bom até mesmo na terra, mas seria um problema para um off-road mais “pesado”.
Opção a ser considerada
Em função do seu preço e lista de equipamentos, a XT 1200Z Super Ténéré na versão DX deve ser levada em consideração por quem pensa em adquirir uma bigtrail. Conforto, autonomia, controles eletrônicos e bom desempenho no fora-de-estrada são qualidades que fazem jus ao sobrenome Ténéré.
A versão DX com a pintura de “60 Anos” (amarela com os blocos pretos da Yamaha) é vendida por R$ 69.990, mas com a pintura azul ou cinza sai por R$ 65.490. A Super Ténéré até sente o “peso” da idade perante as concorrentes, e pode não ser a mais famosa, a mais potente e nem a mais badalada, mas certamente cumpre sua proposta de ser uma moto aventureira para longas viagens.
Quer vender sua moto? Anuncie no MOTO.com.br!
FICHA TÉCNICA
Yamaha XT 1200Z Super Ténéré DX
Motor: Dois cilindros paralelos, DOHC, refrigeração líquida, 4 válvulas
Capacidade: 1.199 cm³
Diâmetro x Curso: 98,0 x 79,5 mm
Taxa de compressão: 11,0 : 1
Potência máxima: 112 cv a 7.250 rpm
Torque máximo: 11,9 kgf.m a 6.000 rpm
Câmbio: 6 marchas
Quadro: Tipo espinha dorsal em tubos de aço
Transmissão final: Eixo-cardã
Alimentação: Injeção eletrônica de combustível
Suspensão dianteira: Garfo telescópico invertido, com 190 mm de curso e ajuste eletrônico
Suspensão traseira: Monoamortecida, com 190 mm de curso e ajuste eletrônico
Freio dianteiro: Dois discos em forma de margarida com 310 mm de diâmetro
Freio traseiro: Disco simples margarida de 282 mm de diâmetro
Pneu dianteiro: 110/80-19
Pneu traseiro: 150/70-17
Comprimento: 2.255 mm
Largura: 980 mm
Altura: 1.410 mm
Altura do assento: 845-870 mm
Distância entre-eixos: 1.540 mm
Tanque de combustível: 22,6 litros
Peso (ordem de marcha): 261 kg
Cores: Azul, Cinza e Amarela (60 Anos)
Preço sugerido: R$ 65.490 (R$ 69.990 para a versão 60 Anos)
TEXTO: Arthur Caldeira / Agência INFOMOTO
FOTOS: Renato Durães / Agência INFOMOTO
Receba notícias de moto.com.br
Envie está denúncia somente em caso de irregularidades no comentário