Quarteto popular da Dafra Motos

Confira as primeiras impressões de pilotagem sobre os modelos da nova fabricante.

Por Leandro Alvares

Aldo Tizzani

Em sua “avant premièrè”, a Dafra Motos, empresa do Grupo Itavema, apresentou à imprensa os quatro modelos populares, de 100 a 150 cm³, que serão comercializados a partir deste mês em todo o território nacional.

Os consumidores poderão optar entre duas motos street (Super 100 e Speed 150), uma custom (Kansas 150) e um scooter (Laser 150). Os preços, bastante competitivos, variam entre R$ 3.290,00 e R$ 5.990,00.

Ainda este ano, a mais nova montadora brasileira deve lançar uma custom de 250 cm³, além de quadriciclos.

Os primeiros contatos com as motocicletas aconteceram no Kartódromo de Manaus (AM). Em comum, os modelos trazem tecnologia chinesa, partida elétrica, bom nível de acabamento e pneus Pirelli, que ajudam a qualquer produto ter mais equilíbrio, aderência e, conseqüentemente, dirigibilidade. Um ponto negativo é a espuma utilizada nos bancos das motos, já que poderia ter maior densidade.

Em resumo, os produtos estão dentro dos padrões exigidos pelo consumidor brasileiro.  Mas a marca tem ainda muito a evoluir.

Confira agora as primeiras impressões de pilotagem realizada nos quatro modelos da Dafra Motos, uma empresa de ações arrojadas que, com certeza, veio para mexer com o mercado de duas rodas.

Super 100

A motinho de entrada da Dafra tem, aparentemente, um conjunto mais equilibrado que sua principal concorrente, a Sundown Hunter 100.

O design retrô, que lembra os modelos de baixa cilindrada dos anos 60, aliado a uma mecânica bastante simples, faz desta moto uma das mais baratas do Brasil: R$ 3.290,00, podendo ser adquirida em 39 parcelas de R$ 125,00.

Divertida de se pilotar, a Super 100 é uma boa opção para quem quer ter mais independência e liberdade para ir ao trabalho ou a faculdade. Destaque para o motor monocilíndrico de comando simples no cabeçote, que gera uma potência máxima declarada de 6,2 cv.

Para um melhor rendimento do propulsor (mecânica Lifan) de 97,2 cm³, a Super 100 está equipada com câmbio rotativo e seqüencial de quatro marchas, popularizado pela Honda C100 Biz. Porém, o modelo Dafra conta com sistema de embreagem.

Na parte ciclística, receitas pra lá de tradicionais: garfo telescópico e duplo amortecedor traseiro.  Em função de sua proposta 100% urbana, o conjunto dá conta do recado. 

Já os freios poderiam ser um pouco mais eficientes. A sugestão seria a introdução de um disco na dianteira. Para transportar pequenos objetos, a Super 100 conta ainda com um pequeno bagageiro.

Speed 150

O modelo será o “carro-chefe” da Dafra. Segundo a empresa, a Speed representará 40% do volume de vendas da marca em 2008.

Com preço sugerido de R$ 4.990,00 (ou 39 X de R$ 189,00), esta street é completa: freio a disco, partida elétrica, rodas de liga-leve aro 18”, alças para o garupa emborrachadas, bagageiro e escape esportivo.

Outro destaque é o completo painel de instrumentos. Com fundo branco, traz velocímetro, hodômetro (total e parcial), rpm, marcador de combustível e luzes-espia.

Em função do desenho do tanque, o piloto se encaixa bem na Speed. Nas curvas mais fechadas, o motociclista deve tomar cuidado, já que o pedal de freio raspa no asfalto.

Com relação ao desempenho da moto, falta um pouco de potência e torque ao motor Lifan de 149,4 cm³, que gera potência máxima declarada de 13,2 cv (só para comparar, a Yamaha YBR 125 tem 12,5 cv).

O desempenho dos freios está bastante compatível com sua proposta urbana. Já o conjunto de suspensões absorve as irregularidades do piso com propriedade.

Kansas 150

Finalmente uma autêntica custom de baixa cilindrada. Em um primeiro olhar, a moto agrada por suas linhas clássicas e ao mesmo tempo modernas — é só olhar para a bem resolvida rabeta.

Confortável e fácil de pilotar, o motociclista se sentirá muito à vontade no modelo urbano com proposta estradeira. A moto traz vários diferenciais: banco em dois níveis, rodas de liga-leve e freio a disco. Pelo porte da Kansas, o piloto tem a sensação de estar em uma moto maior. Para aumentar o conforto, as pedaleiras poderiam estar posicionadas mais à frente.

Com preço sugerido de R$ 5.590,00 (39 X R$ 215,00), a mini custom recebeu motor com tecnologia Zongshen de 149,5 cm³, que gera uma potência máxima declarada de 13,1 cv.

Neste primeiro contato, o propulsor trabalhou dentro do esperado para um modelo deste porte e cilindrada, ideal para o dia-a-dia como também para viagens curtas. Destaque para o trem dianteiro: freio a disco ventilado e suspensão da grife Showa. Na traseira, freio a tambor e duplo amortecedor.

Para quem quer se diferenciar na multidão, a Kansas está muito bem equilibrada. Uma grata surpresa.

Laser 150

Com design arrojado e transmissão automática CVT, o scooter é o produto mais caro da linha Dafra — R$ 5.990,00 (ou 39 x R$ 225,00). Na mesma faixa de preço está o líder de vendas do segmento, o Suzuki Burgman 125. Por isso, o Dafra Laser 150 terá uma difícil missão pela frente.

Como destaque, o modelo tem freio a disco na roda dianteira, rodas de liga-leve de aro 13” e lanternas integradas à “carroceria”, além do conjunto óptico dianteiro formado por dois faróis. 

Sob o banco há um pequeno espaço para pequenos objetos. Lá não cabe um capacete, mesmo sendo aberto. Na pista de testes de Manaus, o modelo se mostrou fácil de pilotar e oferece bom ângulo de inclinação, apesar da falta de torque e potência.

O motor de mecânica Loncin — 149,6 cm³ e 11,5 cv — poderia oferecer melhor rendimento. No popular, ficar mais esperto, com respostas mais rápidas. Apesar das rodas pequenas, as suspensões absorvem bem os impactos. Já o sistema de freios do scooter da Dafra poderia ser mais “nervoso” e eficiente.

Fotos: Divulgação.

* O jornalista viajou para Manaus (AM) a convite da Dafra.

Fonte:
Agência Infomoto

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