Primeiras impressões Honda NXR Bros 160: Por que não 200 cc?

Tivemos a oportunidade de andar na nova versão da Bros, que chega às concessionárias em fevereiro

Por Paulo Souza

Paulo Souza

A Honda lança mais uma novidade em seu line-up e deixa para trás a NXR Bros 150, que sai de linha para dar lugar a NXR Bros 160. Para atender ao segmento trail de baixa cilindrada que ganhou forte concorrência ultimamente a montadora optou pela inovação de um novo motor mais potente e melhorias em todo o conjunto, ai você pergunta, e por que não lançar uma 200 cc?

De acordo com a montadora, o objetivo é trazer ao consumidor um modelo que atenda aos pedidos dos clientes, com mais tecnologia e melhoras no conjunto, sem perder o foco de economia de combustível e manutenção barata e com o mesmo preço do modelo anterior. Sem contar as novas e exigentes normas de controle de emissões, que faz cada vez mais as montadoras optarem por motores de maior cilindrada.

Segundo Alfredo Guedes, gerente de relações institucionais da Honda, será cada dia mais comum modelos com cilindradas fora dos padrões, isso se deve as exigências dos controles de emissões, que em muitas vezes pode trazer melhorias as motos. Não adiantaria colocar um motor de 200 cc na Bros, se o objetivo é manter a performance e confiança da moto com preço e manutenção acessível.

Para conferir de perto as mudanças deste modelo fomos andar com a versão 2014, de 150 cc e fazer uma comparação com o novo modelo de 160 cc, que será lançado em 2015. Confira nossas primeiras impressões.

Mudanças

A NXR 160 Bros é totalmente nova, ela possui além de um novo motor mais potente, um novo chassi, visual atualizado e novas peças que fazem diferença no modelo. O principal destaque está no trabalho de centralização de massa, no aumento de entre eixos e ângulo de cárter, o que resultou boa melhora no controle e estabilidade da moto.

O seu propulsor agora esta com mais força e velocidade final, possui exatos 162,7 cm³ e gera potência máxima de 14,5 cv a 8.500 rpm quando abastecido com gasolina, e de 14,7 cv também a 8.500 rpm com etanol. O torque é de 1,46 kgfm a 5.500 rpm (gasolina), e de 1,60 kgfm a 5.500 rpm (álcool).

O chassi continua um berço semiduplo, porém, agora esta com seu tubo principal mais baixo para concentrar o peso do tanque mais próximo ao centro da motocicleta. Sua bomba de combustível que ficava no lado externo na versão 150, agora foi realocada dentro do tanque para melhor refrigeração. Não houve perda de espaço para o combustível, continua com capacidade de 12 litros.

Outros novos detalhes também fazem diferença na pilotagem, o principal deles foi na hora de parar a motocicleta, que agora recebeu freios traseiro a disco. Além disso, o guidão está mais largo e com novas manoplas, um novo banco mais estreito e mais confortável foi colocado na moto, além de um pequeno aumento na altura, que foi elevada de 1.138 mm para 1.158 mm. A tampa de combustível agora está fixa, assim como os modelos de maiores cilindradas.

Na prática

Antes de subir na nova Bros 160, andei com a última versão de 150 cc 2014, nem cheguei a desligar a motocicleta e já subi no modelo 2015 e a diferença foi grande, percebi a melhora na moto logo na saída. O primeiro ponto que faz a diferença é a posição de pilotagem, as novas configurações no entre eixos e angulação do cárter, em conjunto com o novo banco mais estreito e o guidão mais largo fizeram grande diferença e deixou a moto muito mais prazerosa de pilotar. Ela está mais estável e te passa sensação de segurança, principalmente em velocidades mais altas.

Em relação ao novo motor a surpresa foi positiva. Com o aumento de potência e cilindrada o seu torque chega mais rápido e a moto está muito mais esperta e com respostas mais rápidas. Durante o teste pude andar lado a lado com a versão 2014 de 150cc e nas subidas é nítido o seu melhor desempenho. Em quarta marcha em um pequeno trecho de subida ela não engasgava e se mantinha linear, enquanto a 150 precisou reduzir para terceira marcha.

O conjunto de suspensões permaneceu o mesmo com garfo telescópico de 180 mm na dianteira e um sistema monochoque traseiro de 150,3 mm de curso. Tanto no asfalto quanto em trechos fora de estrada eles se mostraram boas e contribuiu para uma pilotagem divertida.

Para ver o seu lado off andamos em trechos fora de estrada também nos dois modelos e a nova 160 melhorou. Com seu torque máximo chegando mais cedo ficou mais fácil ultrapassar os pequenos obstáculos naturais pelo caminho, ela empina com mais facilidade e segue firme rumo aos próximos. Seus pneus de uso misto trabalham bem na terra, só cuidado com trechos de pedras soltas e cascalhos, pois ela não fica tão estável, fora isso é só diversão.

No trecho onde andamos em vias pavimentadas não foi possível sentir sua velocidade final, porém, mesmo em trechos de subidas ela conseguiu boas velocidades. Seu painel agora totalmente digital apontava 80 km/h em quarta marcha em uma subida inclinada, mostrando uma pequena evolução de potência em giros mais elevados.

Conclusão

Mais uma vez a Honda apresentou uma novidade que trouxe ao consumidor melhorias no produto sem elevar o preço praticado. A nova NXR Bros 160 se mostrou no primeiro teste um modelo mais versátil e mais esperto, principalmente se comparado ao modelo antigo, ela está com uma ótima posição de pilotagem e itens mais modernos e design mais bonito.

Para quem possui uma Bros 150 a percepção de melhora será clara, agora para quem nunca andou no modelo antigo não irá fazer tanta diferença. Ela segue sendo uma opção de trail de entrada e com essas alterações volta forte na briga pela preferência dos consumidores.

Com a chegada da NXR 160 Bros a Honda deixará de produzir as versões 150 cc e também o modelo Bros 125 KS. Todas as motocicletas da linha Bros agora possuirão partida elétrica. A Linha 2015 160 cc conta com duas versões a ESD com freio a disco na dianteira por R$ 9.350, e a ESDD, com freio a disco na dianteira e traseira por R$ 9.650. Ao todo será três opções de cores, vermelha, preta e branca.

O jornalista utilizou no teste capacete LS2, jaqueta e luvas ARX, calça HLX e botas Race Tech.

Ficha técnica

Tipo OHC, monocilíndrico, 4 tempos, arrefecido a ar, 162,7 cm³
Diâmetro x curso 57,3 x 63,0 mm
Potência máxima gasolina 14,5 CV a 8.500 rpm
Torque máximo gasolina 1,46 kgf.m a 5.500 rpm
Sistema de alimentação Injeção Eletrônica PGM FI
Relação de compressão 9.5 : 1
Sistema de lubrificação Forçada por bomba trocoidal
Transmissão 5 velocidades
Embreagem Multidisco em banho de óleo
Partida Elétrica
SISTEMA ELÉTRICO
Ignição Eletrônica
Bateria 12V – 4 Ah
Farol (alto/baixo) 35/35W
CAPACIDADES
Tanque 12 litros
Óleo do motor 1,2 litros
Potência 14,7 cv a 8.500 rpm (etanol)
Torque 1,60 kgfm a 5.500 rpm (etanol)

Tipo Berço semiduplo
Suspensão dianteira / curso Garfo telescópico / 180 mm
Suspensão traseira / curso Monochoque / 150,3 mm
Freio dianteiro / diâmetro Disco 240 mm
Freio traseiro / diâmetro ESDD Disco / 220 mm
Pneu dianteiro 90/90 - 19M/C 52P
Pneu traseiro 110/90 - 17M/C 60P
CARACTERÍSTICAS
Dimensões (C x L x A) 2.067 x 810 x 1.158 mm
Distância mínima do solo 247 mm
Distância entre eixos 1.356 mm
Altura do assento 842 mm
Peso seco 120 kg


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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