Nova CG Titan faz mais de 40 km/l
Com injeção eletrônica, a moto mais vendida do Brasil está mais econômica e menos poluente.
Por Leandro Alvares
Por Leandro Alvares
Bruno Parisi
Estava curioso para saber como seria rodar com a popular Honda CG 150 Titan 2009, equipada com injeção eletrônica de combustível.
Além da enorme responsabilidade de escrever um teste sobre a nova versão do veículo mais vendido no país — em 2008 foram emplacadas 442.569 unidades —, tive a oportunidade de rodar mais de 300 quilômetros com o novo modelo best-seller da Honda em estradas e vias urbanas.
Como principais novidades, a CG 2009 apresenta a bem-vinda injeção eletrônica de combustível, que já atende ao Promot 3, lei que regulamenta a emissão de poluentes por motocicletas, em vigor desde 1º de janeiro.
Traz também ligeiras mudanças na ciclística, como chassi mais rígido, melhorias na posição do piloto e garupa. Quanto ao design do novo farol dianteiro: ame ou odeie.
Melhorias da nova CG Titan 150
Rodando pelas ruas da capital paulista, a nova CG 150 chamava muita atenção desde que vista pela frente, um fato no mínimo curioso. “Culpa” do formato do farol, inédito na linha CG.
As opiniões de outros motociclistas e frentistas foram as mais contrastantes possíveis. “Nossa a moto é ‘maneira’, está parecendo a Hornet”; “Que coisa horrível, parece até a moto dos Power Rangers” e “Ficou legal o farol, mas deve ser caro consertar ou trocar se cair com ela”. Mas o que o farol tem de polêmico, tem de funcional.
Pilotando à noite o tão criticado farol é muito eficiente, emitindo um facho de luz bem nítido e concentrado. Os piscas integrados também oferecem melhor visualização no trânsito, mesmo em períodos noturnos.
Como os piscas dianteiros estão integrados ao farol, em caso de alguma avaria será necessária a troca do conjunto inteiro. Nas concessionárias paulistanas, a carenagem que envolve o farol custa em média R$ 60, já o preço do farol é mais “salgado”: cerca de R$ 160.
Quando vista pela traseira passava despercebida como qualquer outra das milhares de CGs existentes. A rabeta, agora mais funcional e afilada, tem as setas integradas à lanterna — lembra a Biz 125 — e o conjunto das laterais e rabeta têm o acabamento fosco pintado na cor prata com detalhes em preto.
Impressões
Ao contrário do que se possa imaginar minha primeira volta na CG 150 foi... na garupa. O que já era bom na antecessora melhorou na versão 2009. O banco continua com espuma farta, as alças de apoio para as mãos estão mais largas e altas e as pedaleiras estão ligeiramente mais baixas, assim quem vai de passageiro não precisa flexionar tanto as pernas para se acomodar. Já o piloto sente-se bem à vontade, pois o tanque foi redesenhado e tem melhor encaixe para as pernas.
Sexta-feira, fim de tarde, calor insuportável em São Paulo e a CG à minha disposição. Ao virar a chave ouço um ruído e uma luz no painel acende avisando que a injeção eletrônica está funcionando. Ligo a moto e ela já funciona perfeitamente, sem engasgos, “buracos” na aceleração ou qualquer outro problema. Benefícios da injeção eletrônica.
Andando na cidade ela responde muito bem em saídas de semáforos, ladeiras e retomadas de velocidade. Mesmo com garupa, o motor sempre se manteve “cheio” apesar da redução no torque – que passou de 1,35 kgf.m para 1,32 kgf.m a 7.000 rpm.
No trânsito complicado da capital paulista a moto apresentou comportamento exemplar para uma urbana: leve e ágil nas mudanças rápidas de direção. As suspensões — garfo telescópico na dianteira e duplo amortecedor na traseira — mostraram um funcionamento muito bom, copiando as imperfeições do asfalto sem serem rígidas ou moles demais.
A versão ESD, testada, tem disco de 240 milímetros de diâmetro e pinça de dois pistões. Bastante eficiente para evitar uma fechada de um veículo na Marginal do rio Tietê. O freio traseiro a tambor tem funcionamento regular, sem deixar a desejar para a concorrência.
Na estrada
Era hora de por a sétima geração da CG na estrada! Ela não foi projetada para essa finalidade, mas se respeitarmos seus limites encara as rodovias sem problemas. Mantendo o ritmo entre 90 e 100 Km/h e com muito vento contrário a urbana da Honda seguiu rumo ao interior paulista pela Rodovia dos Bandeirantes. A velocidade era mantida com facilidade, apenas nas subidas o ritmo diminuía um pouco.
Agora alimentado por injeção eletrônica de combustível, o motor de 149 cm³ apresenta a mesma potência da versão carburada: 14,2 cv a 8.500 rpm, agora alcançada 500 rotações acima da antecessora. O peso a seco da versão ESD testada é de 119,4 quilos, está na média da categoria.
Após mais de 90 quilômetros era hora de conferir o consumo. A Honda CG 150 Titan rodou 41,2 quilômetros com um litro de gasolina. Boa média, já que a moto tinha apenas 300 quilômetros rodados e o vento contrário influencia o consumo.
As outras medições de consumo na cidade e em estradas indicaram que a nova Titan 150 está bastante econômica: em todas registrou média de consumo de 40 km/l. Com o novo tanque de combustível, agora com 16,1 litros, a autonomia poderia chegar a excelentes 600 quilômetros.
Por falar em combustível a CG não tem torneira e nem luz indicando que a gasolina chegou à reserva. Há apenas o tradicional marcador de gasolina no painel e os mais distraídos correm o risco de empurrar a motocicleta. O melhor a fazer é ficar atento ao nível de combustível e abastecer antes do ponteiro chegar na escala vermelha.
Preços
Disponível nas versões KS (freio dianteiro a tambor e partida a pedal), ES (freio a tambor e partida elétrica) e ESD (freio a disco e partida elétrica), o preço sugerido da novidade é de R$ 6.040 para a versão KS, R$ 6.590 para a ES e R$ 6.990 para a top de linha ESD. A Honda CG 2009 tem quatro opções de cores: azul metálica, prata metálica, vermelha e preta.
Opinião de quem andou
Augusto César de Moura Machado, de 23 anos, é proprietário de uma CG Titan 150 ED 2004 e rodou com a CG injetada. “Achei que ela está um pouco mais fraca”, disse logo após descer da moto.
O metalúrgico elogiou o conforto da nova Titan: “Gostei do banco, bem mais confortável que a minha. Além disso, o acelerador mais curto melhorou para pilotá-la nas estradas”, afirmou.
Com relação ao farol, Machado foi categórico. “Não gostei. Ele não combinou com o estilo da CG e nem lembra o farol da Hornet”.
Cleber Leite de Sena Santos é proprietário de uma CG 125 1996 e também pilotou a novidade. “Gostei, não senti dor nas costas ao andar na nova CG como sinto ao andar na minha moto. Parece que o guidão está mais próximo das mãos”, exaltou o manobrista de 29 anos.
Questionado sobre o farol, Cleber Santos enfatizou a funcionalidade do item: “Não é bonito, mas ilumina bem. O facho é concentrado e também facilita a visualização da motocicleta durante a luz do dia”.
Ficha Técnica
Motor: monocilíndrico, quatro tempos, 149,2 cm³, duas válvulas por cilindro e refrigeração a ar
Diâmetro x curso: 57,3 mm x 57,84 mm
Compressão: 9,5: 1
Potência máxima: 14,2 cv a 8.500 rpm
Torque máximo: 1,32 kgf.m a 7.000 rpm
Alimentação: Injeção eletrônica PGM-FI
Câmbio: 5 marchas
Transmissão: corrente
Comprimento: 1.988 mm
Largura: 730 mm
Altura: 1.098 mm
Altura do banco: 792 mm
Entre-eixos: 1.315 mm
Peso (a seco): 119,4 kg (versão ESD)
Tanque de gasolina: 16,1 litros
Quadro: Diamond
Suspensões: Garfo telescópico na dianteira e duplo amortecedor na traseira
Pneus: Pirelli City Demon 80/100-18, na dianteira, e 90/90-18, na traseira
Freios: disco simples de 240 mm de diâmetro com cáliper de dois pistões na dianteira (versão ESD) e tambor de 130 mm na traseira
Cores: azul metálica, prata metálica, vermelha e preta
Preço sugerido: R$ 6.990 (versão ESD)
Fotos: Renato Durães.
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