Ninja 300: Uma verdadeira miniesportiva
Testamos o modelo de entrada da linha Speed da Kawasaki com motor bicilíndrico que gera 39 cv de potência
Por Paulo Souza
Por Paulo Souza
Paulo Souza
A recém lançada Ninja 300 foi a moto que a Kawasaki introduziu com maior rapidez no mercado brasileiro. Desde o lançamento mundial realizado na Times Square, em Nova York, até a chegada nas concessionárias brasileiras foram apenas três meses de atraso. Isso deu credibilidade à marca japonesa, que pretendia voltar a liderar o segmento das pequenas esportivas.
Sucessora da Ninja 250R, a nova miniesportiva é praticamente outra moto e visualmente é nítida a diferença entre os dois modelos. Porém, além de um novo motor, a Ninja 300 ainda recebeu novas carenagens remetendo as Ninjas maiores, piscas laterais integrados, faróis duplos, nova bolha, rodas redesenhadas, novo escapamento e um novo assento, para um melhor encaixe das pernas.
Com tantas mudanças, o preço também não poderia ser o mesmo. Embora, “logo de cara” a nova Ninja 300 tenha recebido elogios pelo seu conjunto, após ser anunciada pelo preço de R$ 17.990 (versão standard) estava lançada as enxurradas de críticas sobre o modelo. Com isso, surgiu a dúvida: vale a pena ter uma dessas na garagem de casa? Para responder a esta pergunta, nós avaliamos esta pequena esportiva e o resultado você confere agora!
Ciclística
Devido à pedaleira ser baixa e o guidão estar acima da mesa, a posição de pilotagem da Ninja 300 fica na medida, o meio termo entre a esportividade e o conforto. É possível andar com facilidade dentro da cidade e também com bastante esportividade no estilo “racing” (inclinado). Porém, para quem deseja rodar por muitos quilômetros com a moto, a viagem pode ser um pouco cansativa.
Para se adequar as ruas do Brasil, que não são as melhores, o conjunto de suspensão foi modificado e recebeu cursos mais longos que a antecessora Ninja 250R, deixando a pilotagem ainda mais macia. Mesmo assim, nos terrenos irregulares e acidentados é preciso tomar cuidado, embora a proposta da Ninja 300 seja outra.
Seu propulsor de 300cc é capaz de gerar uma potência máxima de 39 cv e torque de 2,8 kgfm a 10.000 rpm, números expressivos para uma motocicleta de baixa cilindrada. Ao pilotar mantendo a rotação acima dos 10 mil giros utilizando toda a potência do motor é fácil perceber a excelência do conjunto, uma moto de fácil condução com respostas bem rápidas, uma verdadeira miniesportiva.
O freio dianteiro da Ninja 300 possui apenas um disco de 290 mm, este em formato de margarida. Já na traseira há um disco de 220 mm com pinça dupla, e este conjunto se mostrou bastante eficiente e resultou em frenagens rápidas e precisas. Mas, para quem deseja optar pela versão ABS pode “preparar o bolso” porque a diferença é de R$ 2 mil reais.
Na prática
Quando rodamos com a Ninja 300 podemos perceber rapidamente o seu melhor desempenho em relação à antiga Ninja 250R. Agora com o motor maior e mais potente podemos sentir as respostas mais rápidas a partir dos 5 mil giros, já com o modelo anterior só era notado a partir dos 8 mil giros. Isso favoreceu ainda mais o seu deslocamento no perímetro urbano, uma vez que não precisamos ficar “enrolando o cabo” para conseguir melhor desempenho.
Andando com a nova ninja no dia a dia o consumo médio variou entre 20 e 22 km por litro, dependendo da tocada. Este número impressiona, pois mesmo tendo um motor maior é possível rodar um pouco mais do que a 250R, que fazia uma marca entre 19 e 20 km/l. Com este consumo e com seu tanque de combustível de 17 litros de capacidade, temos uma autonomia de mais de 360 km, uma excelente marca.
Quando o assunto é velocidade, a Ninja 300 embora seja uma moto de pequeno porte, responde muito bem ao giro do acelerador. Com muita facilidade ela atinge os 120 km antes mesmo de engatar a quarta marcha, e quando há necessidade de uma ultrapassagem, basta reduzir e manter o “motor cheio” que ela te dá a resposta necessária para uma ultrapassagem segura.
Sempre mantendo o giro alto no motor, a velocidade máxima que atingimos em local fechado foi de 183 km/h (velocidade indicada no painel). Prazeroso para os ouvidos de quem gosta de velocidade, quando a rotação ultrapassa os 9 mil rpm, o ronco do escapamento é bem diferenciado em relação ao que emitia a Ninja 250R.
Custo Benefício
No mercado brasileiro, existe um grande crescimento da categoria de pequenas esportivas. Se compararmos pelo preço, a pequena esportiva da Kawasaki vai ser a mais cara com preço sugerido de R$ 17.990 para versão standard e R$ 19.900 com ABS. Porém, se colocarmos cada uma lado a lado, a história muda e quem deseja uma moto mais potente pode optar pela Ninja 300.
Mesmo sendo a mais potente da categoria e que apresentou um melhor conjunto, a Ninja 300 poderia vir equipada com o indicador de marcha e com um valor de mercado menor, uma vez que é produzida em Manaus. O preço praticado nas concessionárias é o maior vilão desta pequena esportiva e com certeza é o ponto negativo deste teste.
Porém, para quem deseja uma moto de entrada no mundo das esportivas com bastante tecnologia e ótimos atributos em seu conjunto, com certeza a Ninja 300 é uma moto ideal. Mas, para isso vai ser preciso querer investir um pouco mais, pois no mercado há inúmeras opções de motos de maior cilindrada por um preço um pouco maior e quem deve decidir isso é você!
O jornalista utilizou nos teste Capacete LS2, Macacão e Luvas Race Tech e Bota Dainese.
Ficha Técnica
Motor 4 tempos, 2 cilindros paralelos, refrigeração líquida
Cilindrada 296 cc
Diâmetro x curso 62,0 x 49 mm
Taxa de compressão 10,6:1
Sistema de válvulas DOHC, 8 válvulas
Potência máxima 29 KW (39 CV) / 11.000 rpm
Torque máximo 27 N•m (2,8 kgf•m) / 10.000 rpm
Sistema de combustível Injeção eletrônica
Sistema de ignição Digital
Sistema de partida Partida elétrica
Sistema de lubrificação Lubrificação forçada (cárter úmido)
Transmissão 6 velocidades
Sistema de acionamento Corrente de transmissão
Sistema de embreagem Multidisco, em banho de óleo
Tipo de quadro Tubular em aço de alta elasticidade Inclinação / Trail 27° / 93 mm
Suspensão dianteira Garfo telescópico de 37 mm
Suspensão traseira Uni-Trak com amortecedor a gás e com pré-carga da mola ajustável em 5 níveis
Curso da suspensão dianteira 120 mm
Curso da suspensão traseira 132 mm
Pneu dianteiro 110/70-17M/C (54S)
Pneu traseiro 140/70-17M/C (66S)
Freio dianteiro Disco de 290 mm em formato margarida e pinça de pistão duplo
Freio traseiro Disco de 220 mm em formato margarida e pinça com pistão duplo
Ângulo de direção (esq. / dir.) 35° / 35°
Dimensões C x L x A 2.015 mm x 715 mm x 1.110 mm
Distância entre eixos 1.405 mm
Distância do solo 140 mm Altura do assento 785 mm
Capacidade do tanque 17 litros
Peso em ordem de marcha 172 kg / 174 kg (ABS)
Cores: Lime Green, Ebony, Pearl White e Special Edition
Fotos: Leandro Lodo
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