Na lata! Avaliamos a Traxx Fly 250
Foram dez dias e mais de 400 quilômetros rodados na cidade a bordo desta nova trail, confira o resultado!
Por André Jordão
Por André Jordão
Estreamos no mês passado um novo formato de teste de motocicletas: o teste “Na lata!”. Mais direto, esse estilo tem sido muito requisitado pelos leitores do MOTO.com.br, então fiquem a vontade para criticar – de forma positiva ou negativa –, afinal buscamos sempre trazer um diferencial para você. Continuaremos com o outro formato de testes, com mais dissertação e história, mas sempre que o título for “Na Lata!” você já sabe que o teste será direto, sem rodeios, uma avaliação dos itens que mais interessam em cada modelo testado.
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André Jordão
Quem acompanha o mercado de duas rodas de perto já sabe que a Traxx vive um novo momento em 2015. Depois de chegar ao Brasil em 2000 e inaugurar sua fábrica de Manaus (AM) em 2007, chegou a hora da marca de origem chinesa expandir seus horizontes. Para tanto, a Traxx escolheu quatro novos modelos para “abocanhar” mais participação no mercado brasileiro: Fly 150 e 250, TSS 150 e 250. Além de prometer mais revendas no Sul e Sudeste do Brasil, seu principal foco nesta fase.
No entanto, fica a pergunta: esses novos modelos são capazes de encarar os líderes de mercado e projetar a Traxx a um novo patamar? Em busca de uma resposta concreta rodamos mais de 400 quilômetros com a Fly 250 na cidade de São Paulo em dez dias, colocando a prova a nova trail da Traxx em seu habitat natural.
Motor – Fraco para uma moto de 250 cc, mas atende a proposta e não vibra
O motor que equipa a Fly 250 produz 16 cv a 7.000 rpm, um número baixo para a capacidade cúbica do motor e que o deixa no mesmo patamar das motos de 150/160cc das concorrentes –seu torque máximo de 1,7 kgf.m chega a 6.000 giros. No entanto, atende a proposta da moto e não vibra. Dentro da cidade o piloto consegue, sem problemas, realizar ultrapassagens e não fica “na mão” em nenhuma subida. Quando entra na estrada, porém, fica difícil passar os 120 km/h no painel de instrumentos. A sexta faixa no câmbio força o piloto a cambiar mais na cidade, deixando a primeira quase que inutilizável, todavia ajuda quando a intenção é rodar nas rodovias. Mesmo com constantes trocas de marcha na cidade, a Fly 250 registrou média de consumo de 28 km/l – o tanque suporta dez litros.
Ciclística – Com certeza o ponto alto dessa moto
A ciclística da Fly 250 é com certeza o ponto forte deste modelo. A Traxx equipou sua trail com suspensão invertida na dianteira, algo muito utilizado nas motos de alto desempenho. Robusto e eficiente, o conjunto dianteiro conta com bengalas douradas com 160 mm de curso que fizeram a Fly (me perdoem o trocadilho) voar nas esburacadas ruas de São Paulo. Quem vive nos grandes centros hoje sabe o quanto é necessário um conjunto de suspensões eficiente e a Traxx, nesse quesito, tirou nota dez com a Fly 250. A traseira monoamortecida tem ajuste na pré-carga da mola e também atende muito bem a proposta de modelo, dando a impressão de suportar um conjunto de maior capacidade.
Os freios também vão bem: diâmetro de 240 mm e pinça de dois pistões, na frente, e de 220 mm com pinça de um pistão, na traseira. Vale dizer que o freio dianteiro da unidade testada se mostrou “borrachudo”, já o acionamento do freio traseiro foi melhor. Em resumo, não tive nenhum problema para frear os 131 kg a seco da Fly 250.
Diferenciais – Posicionam a Fly 250 em um patamar mais exclusivo
A Traxx fez questão de equipar seus novos modelos com alguns diferenciais perante a concorrência, um mimo para tentar desbancar as líderes do segmento. Na Fly 250, além da suspensão invertida, a marca adotou lanterna e piscas de LED, lampejador do farol alto e painel de instrumentos (análogo e digital), com iluminação azul, além do marcador de combustível e do útil indicador de marcha. Pode parecer besteira, mas o lampejador é muito funcional no trânsito carregado e o indicador de marcha é bastante útil para os pilotos menos experientes! Já as luzes em LED indicam a intenção da Traxx: entregar um conjunto mais exclusivo ao motociclista que gostaria de algo além de apenas rodar com a moto no dia a dia.
Os piscas integrados à carenagem do tanque de combustível, os protetores da bengala dianteira e o paralama dianteiro destacam a Fly na multidão e atraem olhares na rua. Todavia, o painel de instrumentos (ultrapassado) e o acabamento dos punhos não estão em harmonia com o conjunto da moto.
Custo/Benefício – Entrega um conjunto de 250 cc por preço de 150 cc
A principal questão na cabeça do motociclista é: será que a Fly 250 aguenta o “tranco”? Respondendo a essa e a outra questão inicial, acredito que sim! Nos dez dias que fiquei com a Fly 250 levei a moto ao limite, em diversas situações diferentes, e ela não decepcionou. Também acho que a Traxx atinge um novo patamar com esses lançamentos. A relação custo/benefício é interessante, pois o motociclista compra uma moto de 250 cc moderna ao preço de um modelo de 150 cc.
É verdade que a potência/torque se assemelha aos modelos de menor capacidade, não há muitas revendas ainda no Sul e Sudeste do País e isso pode ser um entrave ao interessado. No entanto, se a Traxx cumprir sua promessa e multiplicar suas revendas e seu pós venda no Brasil, a Fly 250 – assim como os outros lançamentos da marca – tem tudo para começar a ganhar as ruas do País.
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