Na lata! Avaliamos a Honda NC 750X

Modelo ganhou algumas melhorias, mas continua impressionando pela razão e a funcionalidade

Por André Jordão

Estreamos no mês passado um novo formato de teste de motocicletas: o teste “Na lata!”. Mais direto, esse estilo tem sido muito requisitado pelos leitores do MOTO.com.br, então fiquem a vontade para criticar – de forma positiva ou negativa –, afinal buscamos sempre trazer um diferencial para você. Continuaremos com o outro formato de testes, com mais dissertação e história, mas sempre que o título for “Na Lata!” você já sabe que o teste será direto, sem rodeios, uma avaliação dos itens que mais interessam em cada modelo testado.

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André Jordão

Quando a Honda apresentou a primeira versão da sua motocicleta crossover, ainda em 2011 no Salão de Milão, a grande novidade era exatamente o conceito da NC 700X: algo que mistura o visual de uma moto trail com a pilotagem de um modelo naked. Comum entre os carros, este estilo tem sido cada vez mais explorado pelas fabricantes de motocicletas, justamente pela versatilidade intrínseca na proposta. A ideia é oferecer uma motocicleta que transite tanto no asfalto quanto na terra, ou simplesmente deixar o motociclista melhor preparado para encarar o “off-road” urbano que vivenciamos Brasil a fora. E a Honda conseguiu acertar com a NC 750X.

Admito que fica difícil diferenciar a NC 700X do novo modelo. A não ser pelo adesivo na lateral que traz o nome NC 750X, evidenciando a principal diferença entre eles. Para 2015 a NC ganhou motor de maior capacidade cúbica que produz mais torque e potência. Além de outras melhorias, como um painel mais completo, novos pneus e um eixo balanceiro extra para diminuir as vibrações do motor. E só. As atualizações vieram junto com um preço mais alto: a NC 750X parte de R$ 28.990, na versão standard sem freios ABS. O modelo avaliado tem preço sugerido de R$ 31.100, com ABS.

Melhorias – Deixaram a NC 750X de fato superior ao modelo anterior

A principal reclamação que pesava sobre o modelo anterior era o fato de o motor cortar o giro muito cedo, deixando a tocada travada. Para corrigir este problema, a Honda aumentou a capacidade do propulsor em 75 cm³ - de 670 para 745 cm³ - e deixou o motor mais elástico, com um ganho de 400 rpm. Na prática não fica nítido o aumento de potência/torque, mas é perceptível o ganho de “fôlego”.

Exemplo: se o motociclista tentava realizar uma ultrapassagem em terceira marcha no modelo anterior, o motor cortava a exatos 6.500 rpm e com velocidade em torno de 115 km/h. Agora, na versão 750 cc, a moto registra 130 km/h a 7.000 rpm antes de cortar. Para chegar a essa melhoria, os dois cilindros tiveram seus diâmetros aumentados em 4 mm, passando para 77 mm – o curso manteve-se em 80 mm. Com isso, o torque foi de 6,04 kgf.m para 6,94 kgf.m já a 4.750 rpm. Enquanto a potência saltou de 52,5 cv para 54,8 cv a 6.250 giros.

Outro detalhe que mudou para melhor foi o nível de vibração. Graças a um novo balanceiro no motor, a nova 750 X está mais silenciosa. Já o consumo, embora a Honda anuncie o novo modelo como mais econômico, não registrou muita diferença: nossa média ficou em 29 km/l com a 700X e de 30 km/l com a 750X.

Nem tão radical assim – A NC 750X se destaca mais pela razão do que pela emoção

As melhorias no modelo crossover da Honda fizeram da 750X uma moto superior, como já vimos. No entanto, não a transformaram em uma moto radical. Apesar de a fabricante japonesa apostar na campanha cujo slogan é “Desafio 750X”, estrelado pelo piloto Jean Azevedo e a modelo Daniela Cicarelli, onde acontecem aventuras com salto de paraquedas ou rafting, por exemplo, a moto não transmite essa emoção.

Na verdade ela destaca pelo contrário, a razão. Freios eficientes, suspensões bem acertadas e uma sacada genial: o compartimento para bagagens, existente no lugar do falso tanque combustível, e que acomoda até um capacete fechado. Estes detalhes fazem da NC 750X uma motocicleta bem projetada, funcional e ideal para o dia a dia, mas ainda longe de um modelo que desafia o piloto, em qualquer sentido.

Vale dizer que agora a 750X não vem mais com os freios combinados (C-ABS). Com isso, o piloto fica mais livre para controlar qualquer tipo de intempérie que posso aparecer no caminho.

Resumindo – A NC 750X é perfeita pra quem procura praticidade

Assim como na versão anterior, a nova NC 750X é perfeita para quem busca praticidade. Alguém que ame os scooters, mas não abre mão de trocar marchas e viajar. O motor realmente melhorou, mas o pequeno ganho de potência ainda não consegue empolgar. Se a intenção é acelerar um bicilíndrico vigoroso, busque outro modelo. Porém seus benefícios a deixam como alvo certo para quem busca uma moto racional, moderna e econômica.

Ficha Técnica
Honda NC 750X 2015
Motor: SOHC, 2 cilindros em linha, 4 tempos, arrefecimento a líquido
Capacidade: 745 cc
Diâmetro x curso: 77 x 80 mm
Potência máxima: 54,8 cv a 6.250 rpm
Torque máximo: 6,94 kgf.m a 4.750 rpm
Sistema de alimentação: Injeção Eletrônica PGM FI
Relação de compressão: 10,7: 1
Sistema de lubrificação: Forçada, por bomba trocoidal
Transmissão: 6 velocidades
Embreagem: Multidisco em banho de óleo
Sistema de partida: Elétrica
Chassi: Diamond em aço
Suspensão dianteira: Garfo telescópico com 153,5 mm de curso
Suspensão traseira: Monoamortecedor, sistema Pro-Link com 150 mm de curso
Freio dianteiro: Disco de 320 mm de diâmetro
Freio traseiro: Disco de 240 mm de diâmetro
Pneu dianteiro: 120/70 ZR17M/C
Pneu traseiro: 160/60 ZR17M/C
Comprimento x largura x altura: 2.209 mm x 850 mm x 1.284 mm
Distância entre-eixos: 1538 mm
Distância mínima do solo: 164 mm
Altura do assento: 831 mm
Capacidade do tanque: 14,1 litros (2,9 litros para a reserva)
Peso seco: 205 kg (STD) e 209 kg (ABS)
Preço: R$ 28.990 (standard) e R$ 31.100 (ABS)

Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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